• Conversas acessíveis: construção de marca para projetos que atuam com diversidade

    Alice Melo, Sérgio Albuquerque , Simone Freire, Anderson Mural (Mediador)

    Como construir uma marca que dialogue com pluralidades, represente causas e, ao mesmo tempo, seja estratégica e sustentável? Este painel discute os caminhos para desenvolver a identidade de projetos que atuam com diversidade — seja de gênero, raça, deficiência, território, orientação sexual ou classe social — com consistência, responsabilidade e coerência com seus valores.

    A conversa reúne comunicadores, designers, ativistas e empreendedores que têm refletido sobre a potência (e os desafios) de comunicar a diversidade sem cair em estereótipos, tokenismo ou apropriações. Como transformar valores em posicionamento? Qual o papel da escuta ativa e da representatividade real? Quais estratégias visuais, narrativas e éticas fortalecem marcas comprometidas com a inclusão?


  • Abertura do Congresso inova.aê

    Larissa Pontes (Presidente Instituto Eficientes) e Mariana Clarissa (Vice-presidente)

    Descrição


  • São João 2025: veja os polos com estrutura para pessoas com deficiência e serviços de apoio

    São João 2025: veja os polos com estrutura para pessoas com deficiência e serviços de apoio

    Neste São João, Pernambuco dá passos importantes em direção a uma festa mais inclusiva, mas ainda sob a projeção de desafios que ainda precisam ser enfrentados para que todos possam celebrar com igualdade de condições. Entre as ações mais significativas, destacam-se o reforço na acessibilidade física e comunicacional nos polos juninos, tanto na capital pernambucana quanto no interior, e a criação de espaços de escuta e acolhimento para populações vulneráveis.

    Recife: Sítio Trindade com Central de Direitos Humanos e áreas acessíveis

    Na capital, a Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Direitos Humanos e Juventude (SDHJ), está realizando a iniciativa São João de Direitos. No polo do Sítio Trindade, funcionará diariamente a Central de Direitos Humanos e Acessibilidade, próxima à entrada do evento. O local contará com equipe multidisciplinar — psicólogos, advogados, assistentes sociais, intérpretes de Libras e audiodescritores — preparada para acolher e orientar pessoas com deficiência e vítimas de discriminação (racismo, LGBTfobia, capacitismo, etarismo).

    Importante: não haverá transporte acessível da Prefeitura para o Sítio Trindade. Pessoas com deficiência devem se dirigir diretamente à Central, onde serão recebidas e encaminhadas para as áreas acessíveis do polo.

    As duas áreas acessíveis no Sítio são:

    • Em frente ao palco principal — 20 vagas por noite; 
    • No Pavilhão das Quadrilhas — 50 vagas

    Ambas funcionam por ordem de chegada, sem necessidade de inscrição prévia.

    Interior: PE Conduz leva usuários a polos com estrutura acessível

    No interior, o Governo de Pernambuco, por meio da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Prevenção à Violência (SJDH) e da Superintendência Estadual de Apoio à Pessoa com Deficiência (SEAD), mantém o programa PE Conduz, com transporte gratuito em vans adaptadas. O serviço é destinado a pessoas com deficiência física, especialmente quem usa cadeira de rodas, para os seguintes polos:

    • Caruaru (Pátio do Forró e Alto do Moura)
    • Bezerros (Serra Negra)
    • Vitória de Santo Antão
    • Santa Cruz do Capibaribe
    • Riacho das Almas
    • Museu do Estado, no Recife
    • Shopping Tacaruna (nos dias 16, 20 e 27 de junho, durante o Taca Mais Música, das 18h às 21h)

    Importante: O PE Conduz não levará para o Sítio Trindade, no Recife.

    Os interessados em utilizar o transporte devem ligar para o 0800 281 0312 e solicitar participação, sujeito à disponibilidade de vagas. O atendimento também pode ser feito por e-mail (sead@sjdh.pe.gov.br) ou, para surdos, via WhatsApp com atendimento em Libras: (81) 98275-9345, em dias úteis, das 8h às 17h.

    Pontos de atenção

    • A acessibilidade comunicacional nos polos do interior não é garantida diretamente pela SEAD; ela depende da infraestrutura dos municípios organizadores.
    • Chegue cedo para ocupar as áreas acessíveis nos polos sem necessidade de inscrição.
    • Em caso de violação de direitos, procure a Central de Direitos Humanos no Sítio Trindade ou use os canais digitais das campanhas “Recife Sem Racismo” e “Recife Sem Preconceito e Discriminação”.

    “Temos feito um esforço importante para garantir o acesso ao São João com dignidade e segurança, mas sabemos que a inclusão verdadeira exige compromisso coletivo e permanente”, afirmou Marcos Gervasio, superintendente estadual de Apoio à Pessoa com Deficiência.


  • 1ª Feira Literária da Pessoa com Deficiência abre inscrições para autores, editoras e coletivos de todo o país

    1ª Feira Literária da Pessoa com Deficiência abre inscrições para autores, editoras e coletivos de todo o país

    Evento inédito da Prefeitura de São Paulo, busca dar visibilidade à produção literária de pessoas com deficiência e estimular uma cena literária mais plural e acessível. Inscrições seguem até 18 de julho.

    A literatura ganha mais espaço para diversidade em 2025. A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência (SMPED), anunciou a abertura das inscrições para a 1ª Feira Literária da Pessoa com Deficiência, que acontecerá de forma presencial entre os dias 19 e 21 de setembro de 2025, com programação voltada à valorização de autorias e narrativas produzidas por pessoas com deficiência.

    As inscrições estão abertas até o dia 18 de julho, por meio do formulário disponível em bit.ly/Primeira_FLPCD. Podem participar autores(as), editoras, coletivos, livrarias e profissionais que desejam propor atividades como oficinas, rodas de conversa, contações de histórias, lançamentos de livros e outras ações culturais.

    A iniciativa é uma realização conjunta entre a SMPED e a Secretaria Municipal de Cultura, e visa ampliar o acesso à literatura feita por, para e com pessoas com deficiência — um campo historicamente negligenciado em feiras, festivais e políticas culturais tradicionais.

    A inscrição por si só não garante a participação automática. Todas as propostas passarão por análise curadoria, considerando critérios técnicos, disponibilidade de espaço e diversidade temática. O processo exige o envio de portfólio e materiais complementares, por isso é necessário login com conta Google para completar o formulário.

    A organização destaca ainda que o cadastro não implica vínculo contratual com a Prefeitura e que a seleção será feita de acordo com as necessidades e o escopo da programação oficial do evento.

    Sobre a Feira Literária da Pessoa com Deficiência 

    A Feira Literária da Pessoa com Deficiência nasce em um contexto em que eventos culturais acessíveis ainda são raros — e, quando ocorrem, muitas vezes reproduzem uma lógica capacitista ao colocar pessoas com deficiência apenas como público e não como protagonistas da criação.

    Neste evento, o foco é inverso: reconhecer a produção intelectual, criativa e política de pessoas com deficiência no campo literário. Isso inclui também obras e editoras que dialogam criticamente com os temas da deficiência, da acessibilidade e da justiça social.

    A programação prevê uma série de atividades abertas ao público, incluindo:

    • Lançamentos de livros;
    • Rodas de conversa e debates;
    • Sessões de leitura e contação de histórias;
    • Oficinas formativas;
    • Espaços dedicados à literatura inclusiva e acessível.

    Todos os espaços e atividades deverão contar com recursos de acessibilidade, como interpretação em Libras, audiodescrição, espaços acessíveis para pessoas com mobilidade reduzida e mediação inclusiva.


  • Linguagem, corpo e inclusão: Malu Vieira lança versão brasileira de obra inédita sobre anatomia aplicada ao circo

    Linguagem, corpo e inclusão: Malu Vieira lança versão brasileira de obra inédita sobre anatomia aplicada ao circo

    Primeira tradução em português de referência internacional fortalece segurança, longevidade e autonomia de artistas das artes aéreas. Evento de lançamento terá acessibilidade em Libras e será aberto ao público.

    No dia 14 de junho, a artista e mestra em Letras Malu Vieira, conhecida por seu trabalho na formação circense e em projetos voltados à acessibilidade, lança em Recife a versão brasileira do livro “Anatomia aplicada às Artes Aéreas – Um guia ilustrado de força, flexibilidade, treinamento e prevenção de lesões”, da fisioterapeuta norte-americana Emily Scherb. A tradução é assinada por Malu, com revisão técnica do fisioterapeuta e artista circense Hammai Assis.

    O livro chega ao Brasil por meio do projeto aprovado pelo Funcultura Geral (2021-2022), com coordenação da própria tradutora e produção de Marina Duarte, da Papelão Produções. O lançamento será na Livraria do Jardim, no bairro da Boa Vista, com início às 15h, seguido de uma mesa-redonda acessível em Libras, reunindo especialistas para discutir prevenção de lesões, biomecânica e cuidado com o corpo na prática aérea.

    Além de gratuito, o evento terá exemplares à venda com preço promocional de R$100, e 150 cópias da obra serão doadas a escolas de circo, companhias itinerantes e profissionais da saúde.

    Conhecimento acessível para artistas e profissionais da saúde

    O livro é um marco para a comunidade circense de língua portuguesa. Pela primeira vez, aerialistas e instrutores terão acesso a um material técnico em português que contempla a complexidade do movimento nos aparelhos aéreos. O conteúdo vai além de nomes de músculos ou ossos: trata de treino com consciência corporal, planejamento de progressões, prevenção e gestão de lesões — tudo apresentado com linguagem clara e ilustrações didáticas.

    “Essa tradução torna esse tipo de pesquisa muito mais acessível para aerialistas lusófonos, trazendo informações valiosas para a compreensão da organização corporal nos movimentos clássicos dos principais aparelhos aéreos”, comenta Mainá Souza, artista que estampa a capa da edição brasileira.

    Circo, ciência e inclusão: por que isso importa

    Malu destaca que, embora áreas como a dança ou a ginástica tenham mais atenção em medicina esportiva, o mesmo não se pode dizer do circo: “Ainda são raros os profissionais de saúde que entendem os corpos e as exigências das práticas aéreas. Essa lacuna precisa ser enfrentada”.

    O projeto não busca apenas traduzir um livro, mas democratizar o acesso a informações de qualidade, criando pontes entre ciência, arte e saúde. A proposta também é quebrar barreiras linguísticas e sociais — inclusive garantindo acessibilidade em Libras no evento, ampliando o alcance para artistas surdos e outras pessoas interessadas.


  • Festival 3i reforça a urgência da acessibilidade no jornalismo com case do Congresso Inova.aê

    Festival 3i reforça a urgência da acessibilidade no jornalismo com case do Congresso Inova.aê

    De 6 a 8 de junho, o Festival 3i — inovador, independente e inspirador — reuniu jornalistas, pesquisadores e comunicadores de todo o país para discutir os caminhos possíveis (e urgentes) para um jornalismo mais diverso, ético e plural. Em meio aos painéis sobre inteligência artificial, sustentabilidade financeira e jornalismo de dados, o Instituto Eficientes levou para a programação do Festival o Congresso Inova.aê e as novidades da segunda edição, que vai acontecer se 26 a 29 de agosto. 

    Durante a sessão “Cases de sucesso”, Mariana Clarissa, vice-presidenta do Instituto Eficientes, apresentou a experiência de construir um evento que nasceu com a proposta de ser acessível para pessoas com deficiência desde sua concepção — não como um “plus” ou uma demanda pontual, mas como eixo estruturante. “O Inova.aê foi pensado com a participação de pessoas com deficiência desde o planejamento, com especialistas liderando as etapas de curadoria, produção, mediação e cobertura”, explicou Mariana.

    O que foi o Inova.aê

    Realizado em 2024, o Inova.aê reuniu jornalistas, designers, profissionais de tecnologia e especialistas em acessibilidade para discutir como tornar conteúdos, produtos e serviços mais acessíveis. O congresso foi híbrido, gratuito e contou com tecnologias assistivas, como audiodescrição ao vivo, Libras, legendas em tempo real e recursos de linguagem simples.

    Segundo dados apresentados por Mariana, cerca de 2,9% dos sites brasileiros são acessíveis, de acordo com pesquisas do Movimento Web para Todos, um indicativo de que as pessoas com deficiência não estão tendo acesso a informação que é direito de todas as pessoas. 

    Pensar eventos acessíveis é repensar o jornalismo

    Mais do que apresentar um bom exemplo, a fala de Mariana trouxe provocações diretas ao jornalismo brasileiro. Quantos eventos ainda são realizados sem sequer considerar a presença de pessoas com deficiência? Quantas redações produzem conteúdo sem pensar em quem pode ou não acessá-lo? Quantas equipes ainda confundem inclusão com caridade?

    “Não adianta promover debates sobre diversidade se parte do público não consegue entrar na sala, entender o conteúdo ou participar da conversa. A acessibilidade é o mínimo para um jornalismo que se diz democrático”, disse Mariana.

    Doze pessoas posa sorridente no festival 3i. Todos usam crachás e roupas casuais. Ao fundo, parede clara com fotos e planta. À direita, sinalização colorida indica salas do evento.
    Foto: Gabi Falcão

    Representatividade na prática: um lugar no conselho da Ajor

    Durante o Festival 3i, foi anunciada uma conquista: Mariana Clarissa, representando o Instituto Eficientes, assumiu um assento no conselho da Associação de Jornalismo Digital (AJOR). A presença de uma liderança que pensa na diversidade e acessibilidade nesse espaço sinaliza um avanço necessário na luta por mais representatividade nas instâncias de poder do jornalismo. “Nossa presença vem para transformar estruturas e abrir caminhos para que a acessibilidade deixe de ser exceção e passe a ser regra”, defendeu Mariana.

    Um futuro mais acessível é possível

    O jornalismo do futuro — e também o do presente — precisa garantir que todas as pessoas possam acessar a informação, compreender o conteúdo e participar da conversa pública. Para a presidente do Instituto Eficientes, Larissa Pontes, isso só será possível se a acessibilidade deixar de ser pauta eventual para se tornar compromisso cotidiano. “O Festival 3i, mais uma vez, se consolidou como um espaço de inovação que não foge dos debates fundamentais. Ao abrir espaço para que iniciativas como o Inova.aê ocupem o centro da discussão, o festival ajuda a redefinir o que entendemos por inovação: não basta ser tecnológico, precisa ser inclusivo”, destacou.