• Plano Conjunto promove interação entre Cinema, Educação e Acessibilidade

    Plano Conjunto promove interação entre Cinema, Educação e Acessibilidade

    Projeto realiza sessões de cinema acessível e atividades formativas a partir de terça (07/05)

    Cinema, Educação e Acessibilidade são áreas interligadas que, juntas, possuem um grande potencial para fortalecer a inclusão, a diversidade e as oportunidades. A partir dessa perspectiva, surge o Plano Conjunto, um projeto com o objetivo de realizar sessões de cinema acessível e atividades formativas, como oficinas e masterclasses. 

    O principal público-alvo são os estudantes com deficiência das Escolas Municipais do Recife, bem como profissionais do cinema, da acessibilidade, professores, técnicos e gestores escolares. As sessões de cinema acessível são abertas ao público em geral.

    A programação é dividida em três ciclos, que acontecem a partir de hoje (07/05) e se estendem até junho. As atividades são realizadas gratuitamente. O projeto é realizado pelo produtor Túlio Rodrigues com incentivo pelo Sistema de Incentivo à Cultura/Prefeitura do Recife. 

    Projetos como este são importantes para a sociedade compreender a importância da acessibilidade no contexto cultural e educacional. De acordo com dados da Gerência de Educação Especial da Cidade do Recife, no ano de 2023, aproximadamente 4.500 alunos com deficiência estão matriculados na Rede de Ensino do Recife. Dentre eles, 1.031 estudantes possuem Transtorno do Espectro Autista (TEA), 306 têm Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), 196 apresentam surdez ou algum grau de deficiência auditiva, 111 possuem cegueira ou baixa visão, e 112 têm síndrome de Down.

    Foto: Divulgação

    O primeiro ciclo do Plano Conjunto inicia com a exibição da animação “Além da Lenda”(Classificação Livre, 1h26m), de Marcos França e Marília Mafé, na terça-feira (07/05), às 14h30, no Cinema da Fundação (Derby, Recife). O filme é o primeiro longa-metragem de animação produzido em Pernambuco e aborda lendas brasileiras como Saci, Comadre Fulozinha e Curupira. A sessão acessível terá recursos de Audiodescrição (AD) para pessoas cegas e com baixa visão, Língua Brasileira de Sinais (Libras) e Legenda para Surdos e Ensurdecidos (LSE). 

    A sala de cinema funciona em modo adaptado, com o ambiente mais iluminado e o som reduzido, para melhor receber pessoas neurodiversas, o que inclui pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), síndrome de Down, entre outras. O público será acolhido por uma equipe que conta com audiodescritores e intérpretes de Libras e, ao final da sessão, participará de uma mediação acessível.

    A programação ainda conta com atividades que propiciam diálogos sobre cinema, acessibilidade e educação inclusiva. “Durante os três ciclos, o Plano Conjunto oferece encontros com temáticas diferentes, oportunizando o debate da pluralidade do estudante com deficiência e mobilizando discussões específicas sobre cada individualidade”, explica Túlio Rodrigues, coordenador do projeto.

    A masterclass online “Educação audiovisual: percursos criativo-pedagógicos entre escola e comunidade” será realizada na quinta (09/05), às 19h30, com Felipe Leal, da Semente – Escola de Educação Audiovisual (PB). Nos dias 10 e 17 de maio, o Plano Conjunto oferece a oficina Introdução às Legendas para Surdos e Ensurdecidos (LSE) com Deise Medina (BA). Os encontros da oficina acontecem das 14h30 às 17h30, em formato online. Os interessados devem se inscrever através dos formulários disponibilizados através do perfil do projeto no Instagram: https://www.instagram.com/plano.conjunto.lab/

    Plano Conjunto – Laboratório de Cinema, Educação e Acessibilidade

    Programação:
    Ciclo 1:

    07/05, 14h30 – Sessão Acessível no Cinema da Fundação/Derby (AD, Libras e LSE)
    Filme: Além da Lenda, Marcos França e Marília Mafé, Animação, Livre, 1h26m

    09/05, 19h30 –  Masterclass – Educação audiovisual: percursos criativo-pedagógicos entre escola e comunidade com Felipe Leal, Semente – Escola de Educação Audiovisual (PB).

    10/05 e 17/05 (14h30 às 17h30)- Oficina de Introdução às Legendas para Surdos e Ensurdecidos (LSE) com Deise Medina (BA).
    Inscrições na página do instagram: @plano.conjunto.lab
    Link: https://www.instagram.com/plano.conjunto.lab/


  • Mariana Clarissa

    Mariana Clarissa

    Vice-presidente

    Mariana Clarissa é vice-presidente do Instituto Eficientes. Jornalista mestre em Indústrias Criativas e especialista em Acessibilidade Comunicacional. Foi repórter nos jornais Folha de Pernambuco, Diario de Pernambuco, G1 Pernambuco e Revista Algo Mais. Fundadora da Lume Acessibilidade, iniciativa de produção de conteúdos e projetos acessíveis que nasce do projeto Acessibilidade Jornalística: um problema que ninguém vê, vencedora do Innovation Challenge do GNI em 2021. Também integra a equipe de comunicação da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação de Pernambuco.


  • Larissa Pontes

    Larissa Pontes

    Presidente

    Larissa Pontes, é presidente do Instituto Eficientes. Jornalista, pós-graduada em Jornalismo Independente e Gestão de Negócios na Universidade Católica de Pernambuco, especialista em acessibilidade comunicacional. Cofundadora do portal Eficientes. Também atua como assessora de comunicação da Associação Pernambucana de Cegos.


  • Manual de Checagem

    Manual de Checagem

    Para entender os problemas enfrentados pelas pessoas com deficiência com a propagação de desinformação e as consequências das fake news, o Instituto Eficientes desenvolve desde 2023 o projeto Checagem Acessível, iniciativa que busca contribuir para tornar o ambiente digital mais inclusivo e, em sua segunda edição, busca analisar o impacto que as notícias falsas geram…

    O Checagem Acessível realizou pesquisas junto a agências de jornalismo e pessoas com deficiência, identificando lacunas significativas na acessibilidade digital em portais de checagem de fatos. O estudo indicou que 80% das organizações nunca haviam realizado diagnósticos de acessibilidade em sua estrutura ou conteúdo.

    O estudo indicou ainda que nenhuma das organizações tinham pessoas cegas, com baixa visão ou surdas em suas equipes e não eram realizadas ações para a inclusão desses grupos nas redações. “Os resultados da pesquisa nos mostra a necessidade de promover a conscientização sobre a importância da inclusão e da diversidade, e da capacitação dos jornalistas em acessibilidade comunicacional e digital. Vivemos tempos em que é crucial fortalecer o senso crítico da população, através da educação midiática, mas não adianta reforçar a necessidade da checagem, sem que os portais de notícias sejam acessíveis a todos”, pontuou Mariana Clarissa, diretora de projetos da Inova.aê.

    Acessibilidade – Com base em outros estudos, como a realizada pelo Movimento Web para Todos (MWPT), em parceria com a BigData Corp, em 2021, apenas 0,46% dos 21 milhões de sites ativos no país eram acessíveis. Em 2022, o índice subiu timidamente para 0,50%, atingindo 3,3% em 2023, mas recuou para 2,9% em 2024. Os dados refletem uma contradição alarmante: embora a acessibilidade seja uma exigência legal desde 2015, conforme a Lei Brasileira de Inclusão (LBI), sua implementação efetiva ainda é insuficiente.

    “Os desafios vão além da tecnologia. É necessário conscientizar desenvolvedores, jornalistas e gestores sobre a importância de criar conteúdos acessíveis e combater a desinformação de forma inclusiva”, afirma Mariana Clarissa. “É possível construir caminhos para uma sociedade mais informada e inclusiva. O combate à desinformação não pode ignorar o direito à acessibilidade, e garantir que todos tenham acesso igualitário à informação é um passo essencial para transformar o cenário digital brasileiro”, completa Larissa Pontes.


  • Comunicação e Acessibilidade: nossa atuação na assessoria de imprensa do VerOuvindo e do Visões Sonoras

    Comunicação e Acessibilidade: nossa atuação na assessoria de imprensa do VerOuvindo e do Visões Sonoras

    Entre 2023 e 2024, atuamos na comunicação de dois projetos culturais que têm a acessibilidade como eixo central: o Festival VerOuvindo e o projeto Visões Sonoras. A assessoria de imprensa desenvolvida para essas iniciativas teve como objetivo ampliar a presença dos projetos nos meios de comunicação e reforçar a importância da acessibilidade comunicacional no setor cultural.

    Festival VerOuvindo 2023

    Em 2023, fomos responsáveis pela assessoria de imprensa do VerOuvindo – Festival de Filmes com Acessibilidade Comunicacional do Recife. O evento é voltado à difusão de obras audiovisuais com recursos como audiodescrição, Libras e legendas para surdos e ensurdecidos, possibilitando o acesso de pessoas com deficiência visual e auditiva à linguagem do cinema.

    Nossa atuação envolveu a produção de releases e notas direcionadas a veículos especializados em cultura, diversidade e acessibilidade, além da imprensa local e nacional. Também coordenamos entrevistas com a curadoria e realizamos o acompanhamento das demandas de cobertura jornalística durante o festival, articulando a publicação de matérias em diferentes formatos — impresso, rádio, televisão e digital.

    O objetivo foi garantir que o festival chegasse ao público-alvo e fosse reconhecido como parte da agenda cultural da cidade, contribuindo para o debate sobre acessibilidade no setor audiovisual.

    Projeto Visões Sonoras 2024

    Em 2024, realizamos a assessoria de imprensa do Visões Sonoras, projeto que promoveu a audiodescrição de monumentos e edifícios históricos nos bairros do Recife, Santo Antônio, Santo Amaro e Boa Vista. Entre os locais descritos, estão:

    • Praça do Marco Zero, Rua do Bom Jesus e fachada da Torre Malakoff (bairro do Recife);
    • Fachada do Teatro Santa Isabel e Praça da República (bairro de Santo Antônio);
    • Rua da Aurora (bairros da Boa Vista e Santo Amaro).

    O projeto, disponível online, envolveu uma equipe multidisciplinar composta por historiadora, audiodescritora e profissionais com deficiência visual, que elaboraram o conteúdo atualmente acessível em seis pontos turísticos.

    A assessoria de imprensa teve como foco apresentar a proposta do projeto Visões Sonoras como uma iniciativa que defende o direito à cidade para pessoas com deficiência, além de contribuir para tornar o turismo mais acessível. Produzimos materiais de divulgação, notas para imprensa e estratégias de relacionamento com jornalistas. Também acompanhamos as ações presenciais e virtuais, identificando oportunidades de pauta para ampliar a cobertura do projeto.

    Além da relação com a mídia, atuamos junto à equipe de produção para garantir coerência na linguagem e no tom das comunicações.

    Comunicação como parte do processo de inclusão

    A experiência nesses dois projetos reforça a importância de entender a comunicação como parte estrutural dos processos de inclusão. Quando pensada com base em escuta, planejamento e princípios de acessibilidade, a assessoria de imprensa não apenas divulga uma ação, mas também contribui para transformá-la em algo mais acessível, reconhecível e participativo para diferentes públicos.

    Seguimos comprometidas em colaborar com projetos culturais e sociais que desejam alcançar mais pessoas de forma responsável, acessível e conectada com as múltiplas realidades de seus públicos.


  • Consultoria em acessibilidade comunicacional

    Consultoria em acessibilidade comunicacional

    Ajudamos sua organização a planejar e executar eventos presenciais, online ou híbridos inclusivos. Também atuamos na concepção e revisão de produtos comunicacionais, como sites, aplicativos, vídeos e outros materiais digitais.


  • Treinamento para Equipes de Comunicação e Tecnologia

    Treinamento para Equipes de Comunicação e Tecnologia

    Oferecemos formações práticas e personalizadas para profissionais de comunicação, marketing, design e desenvolvimento de produtos inovadores e com base tecnológica.


  • Assessoria de imprensa para projetos de inclusão

    Assessoria de imprensa para projetos de inclusão

    Contribuímos para dar visibilidade às iniciativas que atuam com acessibilidade e inclusão a partir da criação de releases, notas e artigos, alinhamento de entrevistas com a imprensa e cobertura jornalísticas em eventos.


  • Formação pedagógica gratuita destina vagas para pessoas surdas em curso para circenses no Recife e Região Metropolitana

    Formação pedagógica gratuita destina vagas para pessoas surdas em curso para circenses no Recife e Região Metropolitana

    Curso híbrido será oferecido para a comunidade circense do Recife e Região Metropolitana com parte das vagas reservadas a integrantes do circo itinerante, pessoas negras, trans ou indígenas. A iniciativa é da escola Casulo Artes Circenses com subsídio do SIC, Sistema de Incentivo à Cultura do Município do Recife.

    O cenário circense do Recife e Região Metropolitana vem crescendo nos últimos 10 anos, com muitas escolas de diferentes modalidades, em especial de aéreos, virando febre por aqui. No entanto, ainda são poucos os profissionais com formação profissional formal voltada para o ensino de circo, pois faltam cursos e capacitações na região e também no país. 

    Por conta disso, Malu Vieira, professora de aéreos e gestora do Casulo, escola localizada em Casa Amarela, Zona Norte do Recife, está oferecendo a Formação Livre para Instrutores de Circo (FLIC), um curso híbrido com 42 horas de aula sobre diferentes aspectos do ensino circense, ministrado por 8 profissionais locais e de outros estados do Brasil. A iniciativa, que conta com apoio do Sistema de Incentivo à Cultura do Município do Recife, é totalmente gratuita e terá parte das vagas reservadas à participação de integrantes do circo itinerante, de pessoas negras, trans ou indígenas, além de incluir pessoas surdas. Serão 20 vagas no total e as inscrições vão do dia 16 a 29 de fevereiro pelo formulário disponível no Instagram @casuloartescircenses. A divulgação do resultado final do processo seletivo está prevista para 04 de março, no mesmo perfil do Instagram.

    O principal objetivo da FLIC é suprir parte da carência de cursos e formações para professores de circo no Recife e em Pernambuco, uma demanda gigante que vem sendo o foco de muitos sonhos e projetos de Malu Vieira. “Em 2021, com incentivo da Lei Aldir Blanc, lancei uma formação teórico-prática online para aerialistas, no intuito de socializar o que aprendi – e estava represado – ao longo desses 11 anos de estudos e práticas de aéreo. Em junho de 2023, a Formação chegou à sua sexta turma, totalizando cerca de 80 alunos de todo o país. Algo que esteve presente em todos os encontros foi o desejo por mais conhecimento e a constatação de que ainda são poucas as oportunidades que temos de nos aperfeiçoarmos enquanto pessoas que ensinam circo no Brasil. Nem mesmo na Escola Nacional de Circo Luiz Olimecha há capacitação nesse sentido, uma vez que o curso técnico da ENC é voltado para formação artística, e não pedagógica”. Atualmente matriculada no curso para Instrutores de Circo da École Nationale de Cirque (Montreal, Canadá) graças ao incentivo do SIC, Malu idealizou a FLIC para garantir que outras pessoas que ensinam – ou desejam – ensinar circo em Recife também possam receber treinamento específico.

    O diálogo entre o ensino formal e a natureza empírica e plural do circo é outra vertente importante da FLIC. “Se, há alguns anos, as lesões no circo eram naturalizadas ou mesmo romantizadas (quem nunca ouviu o famoso ‘é a arte entrando’?), hoje sabemos que existem maneiras de prevenir essas lesões e garantir, assim, mais longevidade e qualidade para os corpos circenses – corpos esses que são nossos instrumentos de trabalho”, explica Malu Vieira.

    As aulas serão ministradas ao longo de 5 semanas, de 06 de abril a 05 de maio, distribuídas entre aulas online e síncronas pelo Zoom e encontros presenciais. A carga horária total é de 42 horas e compreenderá os seguintes temas: acrobacia aérea e de solo, pedagogia e planejamento de aulas, fundamentos do aéreo, circo social, criação artística e acessibilidade. Poderão concorrer às vagas professores, artistas e praticantes de artes circenses e toda a cadeia produtiva do circo, maiores de 18 anos de idade, residentes na Região Metropolitana do Recife e com pelo menos 1 ano de experiência comprovada na linguagem.

    A seleção dos participantes será por meio de um formulário de inscrição, que conterá todos os critérios e informações necessários. Como critério de desempate, será feita análise da condição socioeconômica dos participantes, para garantir acesso ao curso por quem teria menos condições de fazê-lo de forma particular. 

    Além de buscar suprir a demanda por mais conhecimento no ensino de circo, a FLIC também se propõe a promover o intercâmbio entre os profissionais do circo itinerante e outros agentes culturais do circo pernambucano e ainda estimular a inclusão. Haverá, portanto, garantia de no mínimo 2 vagas para integrantes do circo itinerante, além de reserva de vagas para pessoas indígenas, pessoas negras e trans. 

    Além disso, haverá duas ações inclusivas para a comunidade surda. Dentro da programação de aulas da FLIC, será realizada uma capacitação em ensino de tecido acrobático para pessoas surdas, onde serão desenvolvidas ferramentas metodológicas que facilitem a comunicação, que também contará com o apoio de um intérprete de LIBRAS e mediação de uma consultora com deficiência auditiva. Após essa primeira etapa, será oferecido um aulão de tecido voltado para o público surdo no dia 28 de abril, onde serão colocadas em prática as ferramentas metodológicas estudadas, além de contar com um intérprete de LIBRAS. O módulo “Circo Acessível” é uma idealização de Malu Vieira e de Andreza Nóbrega, da VouSer Acessibilidade, que assina a coordenação de acessibilidade do projeto. 

    “É preciso que se olhe para as ações de acessibilidade em projetos culturais com atenção. Se não há pessoas surdas praticando aéreo em Recife, é porque as políticas públicas para acessibilidade ainda estão longe de chegar em todos os espaços, e um dos objetivos da FLIC é justamente contribuir para a mudança desse cenário”. 

    CRONOGRAMA FLIC – Formação Livre para Instrutores de Circo

    PROCESSO SELETIVO 

    Período de inscrições: 16 a 29 de fevereiro

    Resultado: 04 de março

    AULAS 

    Carga-horária total: 42h, sendo 15h online e 27h presenciais

    SEMANA 1 (06 e 07/04)

    Sábado | 14h – 17h | online – Segurança (Diego Ferreira)

    Domingo | 9-12h e 14-17h | presencial – Fundamentos do aéreo e do ensino circense (Malu Vieira)

    SEMANA 2 (13 e 14/04)

    Sábado | 14h – 17h | online – Segurança (Diego Ferreira)

    Domingo |  14h – 17h | presencial – Circo Acessível (Andreza Nobrega e Malu Vieira)

    SEMANA 3 (20 e 21/04)

    Sábado | 14h – 17h | online – Planejamento de aulas (Alex Machado)

    Domingo | 9h – 12h | presencial – Introdução à acrobacia (Rob Silva)

    Domingo | 14h-17h | presencial – Circo Social (Hammai Assis Vieira e Rob Silva)

    SEMANA 4 (27 e 28/04)

    Sábado | turno da tarde | online – Pedagogia (Ana Paula Perche)

    Domingo | 9h – 12h | presencial – Circo Social (Hammai Assis Vieira e Rob Silva)

    Domingo | 14h-17h | presencial – Circo Acessível: Aulão de tecido para pessoas surdas (Andreza Nobrega e Malu Vieira)

    SEMANA 5 (04 e 05/05)

    Sábado | 14h – 17h | online – Pedagogia circense (Ana Paula Perche)

    Domingo | 9h – 12h e 14h – 17h| presencial – Criação artística em circo (Cia Devir)


  • Projeto inclusivo promove passeios em bicicletas adaptadas para pessoas com deficiência em Belém

    Projeto inclusivo promove passeios em bicicletas adaptadas para pessoas com deficiência em Belém

    Iniciativa é realizada em parque ambiental público e completará seis anos, contabilizando mais de mil passeios já realizados

    Texto: Daniel Nardin / Foto da Capa: Everaldo Nascimento

    Ao longo da trilha de cerca de quatro quilômetros cercada da exuberante fauna e flora amazônica, corredores e ciclistas que frequentam o Parque Estadual do Utinga, em Belém, passaram a dividir o espaço com pessoas com deficiência e idosos que circulam em bicicletas adaptadas, conduzidas por voluntários.

    O projeto Ponto de Apoio completará em junho seis anos de existência. Começou de forma despretensiosa – com o passeio de um irmão levando o outro para ter contato com a natureza ao ar livre – e inicia o ano com um novo fôlego: a terceira edição do ano terá dez bicicletas e cerca de cem voluntários, que se revezam nas datas dos eventos. “Com mais equipamentos e melhor manutenção, fizemos um treinamento de novos voluntários, onde tivemos alta adesão, felizmente. Queremos já a partir de março nos programar para estarmos todos os finais de semana no parque e com isso atender mais gente”, destaca Daniel Nardin Tavares, idealizador e coordenador do Ponto de Apoio.  O empurrão para a nova fase só foi possível com o primeiro patrocínio que o projeto recebeu, após cinco anos de atividade, da empresa de alumínio Albras, localizada no Estado do Pará. 

    Fotografia: Um homem branco, com cabelos curtos e pretos, usa barba, está vestindo uma camisa branca com a frase "Ponto de Apoio" em cinza e vermelho. Ele está sentado em uma bicicleta vermelha e branca. Ao seu lado, há um rapaz branco com cabelos curtos e pretos, usando um boné azul e sentado em um carrinho vermelho com a frase "Ponto de Apoio" em branco. Ao fundo, há várias árvores e vegetação.
    Foto: Relry Aviz/LED

    A ideia do projeto é simples: realizar passeios gratuitos em bicicletas adaptadas para pessoas com deficiência e idosos. “O simples fato da família se programar e essa pessoa sair da rotina casa-hospital-casa já é muito positiva, pois estimula, melhora autoestima e mostra para os demais frequentadores do parque, que é público, que esse é um espaço de todos”, afirma a terapeuta ocupacional Márcia Nunes, voluntária do projeto desde a primeira edição, em 2018. Ela era a profissional que acompanhava João Paulo Nardin Tavares, hoje com 43 anos e que aos 36 anos ficou com sequelas neurológicas após uma parada cardíaca. “Os pacientes que acompanho sempre converso muito com a família, para criar estímulos. Nesse caso o irmão mostrou a foto de uma bicicleta nesse modelo e disse que ia ver como encontrar alguém para fazer e achou. Fez o primeiro passeio com o João Paulo e é nítido como ele gosta. Quem não gosta de ver essa beleza toda do parque, não é? Então virou um projeto e a gente tem muitas pessoas que esperam a semana para estar conosco aqui”, destaca. 

    Outro voluntário que está no projeto desde o início é Reinaldo Brasil, analista de sistemas de 41 anos. Em 2004, ele sofreu um acidente de moto e teve a perna esquerda amputada. No esporte, encontrou motivação para enfrentar os novos desafios. E com o projeto, Reinaldo ressignificou a deficiência. Ele é um dos ciclistas condutores mais ativos e hoje é um dos coordenadores do projeto. “Muita gente fica curiosa e até estranha quando percebe que pedalo com uma perna. Mas isso aí é o de menos. O bem maior que faz para mim e para outros voluntários não é a atividade física, que já é um benefício, claro, mas o ganho que temos de saúde mental, de provocar sorrisos em crianças, idosos e jovens que fazem o passeio conosco. A trilha está aí, qualquer pessoa pode acessar. Mas, esse público não frequentava o parque e com o nosso projeto as pessoas vêm e participam, por isso ele é inclusivo e tem tanto benefício”, destaca.

    As bicicletas são pintadas na cor vermelha, em alusão à pintura dos aviões da Esquadrilha da Fumaça na década de 1990, que nos anos 2000 mudou para azul e verde. “A primeira bicicleta foi feita para passear com meu irmão, que sempre foi apaixonado por aviação e pela Esquadrilha. Ele comentava que achava a pintura vermelha mais bonita, então é como se fosse o avião para ele voar, como uma cabine de avião onde ele fica. A ideia do projeto veio depois e mantivemos a cor, por ter combinado e pelo fato que estamos no Pará, que tem uma linda bandeira nessa cor com a estrela azul”, explica Daniel. 

    Com a foto que achou na internet de uma moto dos anos 1950 com um carrinho acoplado, Daniel fez como todo jornalista costuma atuar quando busca pessoas para contar uma história. “A gente brinca na nossa profissão que jornalista pode não saber muita coisa, mas sabe quem sabe. Então acionei grupos de ciclistas de Belém e encontrei o Robin Van Deer. 

    O holandês radicado no Pará, conhecido como Gringo, fez a bicicleta em apenas uma semana. “Eu já tinha feito bicicletas assim e não foi novidade para mim. Hoje, quando venho ao parque, fico emocionado, vendo que meu trabalho gera tantos momentos bons para tanta gente”, afirma. 

    Este ano, o Ponto de Apoio estreou a primeira bicicleta que foge do padrão das “vermelhinhas”, como são chamadas. A bike apelidada de “Ararajuba” é amarela com detalhes em verde, em homenagem à espécie que estava em extinção e, graças ao projeto com viveiro no Utinga, tem povoado novamente as copas das altas árvores do parque. “Nossa cidade está na Amazônia e cai receber a COP 30 em 2025, a maior conferência sobre mudanças climáticas do mundo e que aborda muito fortemente a importância da preservação ambiental. Então queremos incluir também um trabalho de conscientização no nosso trabalho que já é inclusivo”, afirma Mariana Nardin Tavares, irmã de Daniel e João Paulo. 

    Uma das passageiras frequentes nas bikes do Ponto de Apoio é Sthefane Mota, de 16 anos, que desde as primeiras edições faz passeios com o grupo. “Eu gosto de ver as árvores, os bichos e de passear. O pessoal também é sempre bacana comigo e gosto muito de vir”, afirma. Para a mãe, Elizabeth Mota, o projeto merece todo apoio e reconhecimento. “Eu sempre comento com outros familiares e incentivo a participar do projeto, pois promove na prática a inclusão para as pessoas com deficiência e idosos em um espaço público e o contato direto com a natureza linda que temos, sem o projeto, seria impossível”, avalia. Além de Sthefane, Elizabeth é mãe de Alice, que também possui mobilidade reduzida e participa dos passeios. “Sem esse apoio, seria muito complicado passear com as duas que têm mobilidade reduzida no parque. E cada vinda nossa a gente está sempre em família, o que é também algo muito positivo”, afirma. 

    Aqui está o texto revisado:

Na fotografia, um homem branco de barba grisalha está usando um chapéu vermelho e óculos escuros, vestindo uma blusa branca com a frase “Ponto de Apoio” em preto e vermelho, e uma bermuda verde. Ele está montado em uma bicicleta amarela equipada com um carrinho amarelo. Ao lado dele, há uma mulher branca usando um chapéu e uma blusa branca, segurando um menino branco em seu colo. O menino está usando um chapéu branco e uma blusa azul. Ao fundo, podem ser vistas várias árvores, vegetações e pessoas andando de bicicleta.
    Foto: Relry Aviz/LED

    O projeto Ponto de Apoio recebeu esse nome por outra lembrança familiar. “Uma vez, quando eu era criança ainda, nosso carro atolou. Com um pedaço de madeira, meu pai tirou e a gente seguiu viagem. Curioso, perguntei como ele tinha conseguido aquilo com uma coisa tão pequena, mover algo tão grande e pesado como um carro. Aí ele disse a frase do Arquimedes: Dei-me um ponto de apoio e uma alavanca e posso mover o mundo. Ficou isso na minha lembrança. Às vezes não é preciso muito e nem temos a pretensão de mudar o mundo. Mas podemos sim, com um pouquinho de esforço, mover e mudar o meu mundo, a minha realidade, minha volta. Todos aqui acreditam nisso e são alavancas para essa transformação, simples, mas necessária na sociedade, com mais respeito, mais inclusão e mais ocupação de espaços públicos por todos. Espero que um dia todas as cidades tenham espaços como esse e com iniciativas como essa ou melhores, que tão bem fazem de maneira tão simples”, afirma Daniel. 

    Serviço – O Ponto de Apoio é realizado no Parque Estadual do Utinga (PEUt), uma Unidade de Conservação Estadual localizada em Belém. Para conhecer mais o projeto e as bicicletas, basta acessar as redes @pontodeapoiopa.