• Congresso Inova.aê – Mais de 900 pessoas foram impactadas com a primeira edição

    Congresso Inova.aê – Mais de 900 pessoas foram impactadas com a primeira edição

    Em dois dias, o evento reuniu estudantes, jornalistas, profissionais da tecnologia e pessoas com deficiência de forma presencial e online em torno da pauta da acessibilidade comunicacional e o futuro da tecnologia assistiva

    Nos dias 8 e 9 de março, Recife foi palco do Congresso Inova.aê, evento pioneiro no Brasil voltado à acessibilidade comunicacional e ao futuro da tecnologia assistiva. Em dois dias intensos de atividades, mais de 900 pessoas foram impactadas presencialmente e online — entre jornalistas, comunicadores, estudantes, profissionais de tecnologia, design e acessibilidade, além de pessoas com deficiência.

    Foram realizadas rodas de conversa, oficinas, aulas e conexões que reuniram cerca de 35 palestrantes, brasileiros e internacionais, abordando 12 temas fundamentais, como design inclusivo, audiodescrição no audiovisual, inclusão digital, acesso à informação e construção de uma sociedade anticapacitista.

    “A primeira edição do nosso congresso nos mostrou saldos muito positivos. Reunimos mais de 900 pessoas para discutir a importância da acessibilidade comunicacional e aprender práticas acessíveis de construção de conteúdo jornalístico e de projetos com base tecnológica, temas que estavam na invisibilidade e não eram prioridades nas empresas”, afirma Larissa Pontes, diretora-executiva da Inova.aê.

    Além das palestras e oficinas, o evento promoveu o Ideathon de Acessibilidade Comunicacional e Tecnologia Assistiva, reunindo 24 participantes das áreas de comunicação, design e tecnologia. Com apoio de 8 mentores especializados e uma banca avaliativa composta por cinco pessoas — incluindo jornalistas, pessoas com deficiência e especialistas em inovação — o desafio premiou a equipe “Diversideias”, que criou um chatbot com curadoria de conteúdo acessível. O grupo recebeu R$ 1.000 para desenvolvimento da proposta.

    “É importante reforçar que garantir acesso à informação para todas as pessoas, sejam elas com deficiência ou não, não é um favor, mas sim um direito constitucional. Há 45 milhões de pessoas com deficiência no Brasil e 1% dos sites são acessíveis. Ou seja, quando não garantimos acesso de qualidade às notícias jornalísticas através da construção de portais e de projetos e produtos em comunicação acessíveis à este grupo, estamos contribuindo para a desinformação de uma comunidade expressiva de pessoas”, pontua a diretora de Projetos da Inova.aê, Mariana Clarissa.

    Acessibilidade na prática

    Para a realização do evento, foi necessário adaptar o espaço Apolo 235, com a construção de uma rampa de acesso ao palco, reorganização de mobiliário e aproveitamento da estrutura já existente (como elevadores e piso tátil). Além disso, toda a programação presencial e online foi planejada com acessibilidade: audiodescrição, Libras, linguagem simples e legendas fizeram parte das transmissões, disponíveis no YouTube do Portal Eficientes.

    No total, o evento contou com 29 profissionais envolvidos diretamente nas áreas de produção, comunicação, interpretação e acessibilidade, além de 12 voluntários.

    O Congresso Inova.aê foi financiado pelo edital “Acelerando Negócios Digitais”, fruto da parceria entre o ICFJ (International Center for Journalists) e a Meta. Também recebeu patrocínio da Enóis e da Abraji, além do apoio institucional do SENAC, que cedeu o espaço do Apolo 235.

    Ao todo, 32 organizações e iniciativas se somaram ao projeto, entre elas: AJOR, Mercado Adaptado, Inklua, Fundação Dorina Nowill, Vale PCD, Web para Todos, Porto Digital, Jornalista Inclusivo, Prefeitura do Recife, Cesar School, TV Surdo, Associação Pernambucana de Cegos, Escola de Gente, Data_Labe, Acessibilindígena, Periferia em Movimento, Armazém da Criatividade, entre outras.


  • Manual de Checagem

    Manual de Checagem

    Para entender os problemas enfrentados pelas pessoas com deficiência com a propagação de desinformação e as consequências das fake news, o Instituto Eficientes desenvolve desde 2023 o projeto Checagem Acessível, iniciativa que busca contribuir para tornar o ambiente digital mais inclusivo e, em sua segunda edição, busca analisar o impacto que as notícias falsas geram…

    O Checagem Acessível realizou pesquisas junto a agências de jornalismo e pessoas com deficiência, identificando lacunas significativas na acessibilidade digital em portais de checagem de fatos. O estudo indicou que 80% das organizações nunca haviam realizado diagnósticos de acessibilidade em sua estrutura ou conteúdo.

    O estudo indicou ainda que nenhuma das organizações tinham pessoas cegas, com baixa visão ou surdas em suas equipes e não eram realizadas ações para a inclusão desses grupos nas redações. “Os resultados da pesquisa nos mostra a necessidade de promover a conscientização sobre a importância da inclusão e da diversidade, e da capacitação dos jornalistas em acessibilidade comunicacional e digital. Vivemos tempos em que é crucial fortalecer o senso crítico da população, através da educação midiática, mas não adianta reforçar a necessidade da checagem, sem que os portais de notícias sejam acessíveis a todos”, pontuou Mariana Clarissa, diretora de projetos da Inova.aê.

    Acessibilidade – Com base em outros estudos, como a realizada pelo Movimento Web para Todos (MWPT), em parceria com a BigData Corp, em 2021, apenas 0,46% dos 21 milhões de sites ativos no país eram acessíveis. Em 2022, o índice subiu timidamente para 0,50%, atingindo 3,3% em 2023, mas recuou para 2,9% em 2024. Os dados refletem uma contradição alarmante: embora a acessibilidade seja uma exigência legal desde 2015, conforme a Lei Brasileira de Inclusão (LBI), sua implementação efetiva ainda é insuficiente.

    “Os desafios vão além da tecnologia. É necessário conscientizar desenvolvedores, jornalistas e gestores sobre a importância de criar conteúdos acessíveis e combater a desinformação de forma inclusiva”, afirma Mariana Clarissa. “É possível construir caminhos para uma sociedade mais informada e inclusiva. O combate à desinformação não pode ignorar o direito à acessibilidade, e garantir que todos tenham acesso igualitário à informação é um passo essencial para transformar o cenário digital brasileiro”, completa Larissa Pontes.


  • Comunicação e Acessibilidade: nossa atuação na assessoria de imprensa do VerOuvindo e do Visões Sonoras

    Comunicação e Acessibilidade: nossa atuação na assessoria de imprensa do VerOuvindo e do Visões Sonoras

    Entre 2023 e 2024, atuamos na comunicação de dois projetos culturais que têm a acessibilidade como eixo central: o Festival VerOuvindo e o projeto Visões Sonoras. A assessoria de imprensa desenvolvida para essas iniciativas teve como objetivo ampliar a presença dos projetos nos meios de comunicação e reforçar a importância da acessibilidade comunicacional no setor cultural.

    Festival VerOuvindo 2023

    Em 2023, fomos responsáveis pela assessoria de imprensa do VerOuvindo – Festival de Filmes com Acessibilidade Comunicacional do Recife. O evento é voltado à difusão de obras audiovisuais com recursos como audiodescrição, Libras e legendas para surdos e ensurdecidos, possibilitando o acesso de pessoas com deficiência visual e auditiva à linguagem do cinema.

    Nossa atuação envolveu a produção de releases e notas direcionadas a veículos especializados em cultura, diversidade e acessibilidade, além da imprensa local e nacional. Também coordenamos entrevistas com a curadoria e realizamos o acompanhamento das demandas de cobertura jornalística durante o festival, articulando a publicação de matérias em diferentes formatos — impresso, rádio, televisão e digital.

    O objetivo foi garantir que o festival chegasse ao público-alvo e fosse reconhecido como parte da agenda cultural da cidade, contribuindo para o debate sobre acessibilidade no setor audiovisual.

    Projeto Visões Sonoras 2024

    Em 2024, realizamos a assessoria de imprensa do Visões Sonoras, projeto que promoveu a audiodescrição de monumentos e edifícios históricos nos bairros do Recife, Santo Antônio, Santo Amaro e Boa Vista. Entre os locais descritos, estão:

    • Praça do Marco Zero, Rua do Bom Jesus e fachada da Torre Malakoff (bairro do Recife);
    • Fachada do Teatro Santa Isabel e Praça da República (bairro de Santo Antônio);
    • Rua da Aurora (bairros da Boa Vista e Santo Amaro).

    O projeto, disponível online, envolveu uma equipe multidisciplinar composta por historiadora, audiodescritora e profissionais com deficiência visual, que elaboraram o conteúdo atualmente acessível em seis pontos turísticos.

    A assessoria de imprensa teve como foco apresentar a proposta do projeto Visões Sonoras como uma iniciativa que defende o direito à cidade para pessoas com deficiência, além de contribuir para tornar o turismo mais acessível. Produzimos materiais de divulgação, notas para imprensa e estratégias de relacionamento com jornalistas. Também acompanhamos as ações presenciais e virtuais, identificando oportunidades de pauta para ampliar a cobertura do projeto.

    Além da relação com a mídia, atuamos junto à equipe de produção para garantir coerência na linguagem e no tom das comunicações.

    Comunicação como parte do processo de inclusão

    A experiência nesses dois projetos reforça a importância de entender a comunicação como parte estrutural dos processos de inclusão. Quando pensada com base em escuta, planejamento e princípios de acessibilidade, a assessoria de imprensa não apenas divulga uma ação, mas também contribui para transformá-la em algo mais acessível, reconhecível e participativo para diferentes públicos.

    Seguimos comprometidas em colaborar com projetos culturais e sociais que desejam alcançar mais pessoas de forma responsável, acessível e conectada com as múltiplas realidades de seus públicos.