• Galo da Madrugada inaugura ala acessível para foliões com deficiência; inscrições terminam amanhã

    Galo da Madrugada inaugura ala acessível para foliões com deficiência; inscrições terminam amanhã

    Por: Larissa Pontes / Foto: Edson Holanda/ PCR

    Pela primeira vez, o maior bloco de carnaval do mundo, Galo da Madrugada, contará com uma ala acessível, garantindo que foliões com deficiência possam participar da festa com mais segurança e inclusão. Os interessados em participar da Ala da Acessibilidade pode se inscrever até o dia 25 de fevereiro. O resultado será divulgado em 27 de fevereiro.

    A inscrição só será validada mediante o envio da comprovação de pessoa com deficiência (PCD) anexada ao formulário. As vagas são limitadas e preenchidas por ordem de inscrição. Cada pessoa com deficiência tem direito a um acompanhante.

    Segundo Liliana Tavares, responsável pela Ala da Acessibilidade no desfile do Galo da Madrugada, a iniciativa visa ampliar o acesso de pessoas com deficiência ao desfile, promovendo um carnaval verdadeiramente para todos. “A criação da Ala da Acessibilidade (no Galo) é uma forma de incluir as pessoas com deficiência que precisam de necessidades específicas para se locomover e se comunicar, bem como proporcionar a esses cidadãos a chance de brincar na rua como fazem os demais foliões”, pontuou.

    O funcionário público Fernando Dias, folião há 42 anos do Galo, será um dos integrantes da ala representando as pessoas cegas. “Sempre gostei de estar no meio do povo, tomando aquela cerveja gelada e sentindo a energia da festa. Agora, com essa ala, outras pessoas com deficiência vão se sentir mais seguras e motivadas a participar também”, afirma.

    O percurso será um cortejo em homenagem ao Rei e à Rainha da Pessoa com Deficiência, realizado a pé, com saída da Rua Azul (esquina com a Rua Imperial) até a Praça do Carmo, onde está localizado o Camarote da Acessibilidade. O trajeto contará com um cordão de isolamento, equipe de segurança, suporte de uma equipe anticapacitista e distribuição de água. A concentração será às 8h e o desfile tem duração prevista de 2h30.

    Sustentabilidade e impacto social também fazem parte do Carnaval 2025

    Além da acessibilidade, o Galo da Madrugada 2025 reforça seu compromisso socioambiental com diversas iniciativas. O bloco manterá a coleta seletiva de 100% dos resíduos sólidos gerados durante o desfile, em parceria com cooperativas de catadores. O “Bloco dos Catadores”, composto por 50 trabalhadores, irá desfilar recolhendo materiais recicláveis ao longo do percurso.

    Outro destaque será a construção do icônico Galo Gigante, que ficará na Ponte Duarte Coelho. Pela primeira vez, a estrutura será feita 100% com materiais reciclados, incluindo garrafas PET doadas pela população nos pontos de coleta espalhados pela cidade.

    O desfile do Galo também terá compensação total de carbono, tornando-se um evento carbono neutro pelo segundo ano consecutivo. A parceria com a empresa Ambipar garantirá que todas as emissões de gases de efeito estufa sejam compensadas por créditos de energia renovável.

    Para os organizadores, as novas iniciativas consolidam o Galo da Madrugada não apenas como o maior bloco do mundo, mas também como um evento que promove inclusão, sustentabilidade e transformação social. “O carnaval precisa ser para todos. Estamos construindo um Galo cada vez mais acessível, sustentável e inovador”, concluiu Rômulo Meneses, presidente do Galo da Madrugada.


  • Camarote da Acessibilidade no Galo da Madrugada abre inscrições para pessoas com deficiência

    Camarote da Acessibilidade no Galo da Madrugada abre inscrições para pessoas com deficiência

    Por: Larissa Pontes / Foto: Prefeitura do Recife

    A partir desta quarta-feira (19), começam as inscrições para o Camarote da Acessibilidade do Galo da Madrugada, um espaço exclusivo para pessoas com deficiência e pessoas com autismo curtirem o maior bolo de rua com segurança e estrutura acessível. As inscrições seguem até o dia 24 de fevereiro, e podem ser feitas pelo site ou app Conecta Recife: conecta.recife.pe.gov.br

    Quem pode participar?

    1. Ser morador(a) do Recife;
    2. Possuir comprovante de residência;
    3. Ter suas informações cadastrais completas e atualizadas no Conecta Recife;
    4. Possuir documento ou laudo médico, comprovando ser pessoa com deficiência ou pessoa com autismo;
    5. Ter, no mínimo, 14 anos, devendo seu acompanhante ser uma pessoa maior de idade.

    Como se inscrever?
    As inscrições são gratuitas e feitas somente online, anexando:
    – Documento oficial com foto;
    – Comprovante de residência;
    – Laudo ou documento comprobatório da deficiência, ou pessoas com autismo.

     A seleção será feita de forma democrática por sorteio online, transmitido ao vivo no dia 25 de fevereiro pelo canal da TV Conecta Recife no YouTube: youtube.com/@tvconectarecife. O Camarote da Acessibilidade fica localizado no Pátio do Carmo, na Avenida Dantas Barreto, contará com 160 vagas e funcionará no dia 1º de março, das 8h às 17h.

    As pessoas que utilizam cadeiras de rodas ou com mobilidade reduzida contarão com as Vans do PE conduz para o deslocamento até o camarote. As vans sairão da Praça do Derby (próximo ao laboratório Marcelo Magalhães), às 7h.

    O camarote da acessibilidade é uma iniciativa da Prefeitura do Recife, através da Secretaria de Direitos Humanos e Juventude, que contará com apoio do transporte adaptado através da Superintendência Estadual de apoio à pessoa com deficiência. 


  • 4º Concurso de Rei e Rainha da Pessoa com Deficiência com inscrições até 19 de fevereiro

    4º Concurso de Rei e Rainha da Pessoa com Deficiência com inscrições até 19 de fevereiro

    No Recife, estão iniciando os preparativos para o Carnaval. Estão abertas, as inscrições para o 4º Concurso de Rei e Rainha da Pessoa com Deficiência do Carnaval do Recife 2025, até 19 de fevereiro. Este ano, a disputa será voltada para pessoas com deficiência intelectual, seguindo o formato do concurso que, a cada edição, contempla um tipo diferente de deficiência.

    Promovido pela Prefeitura do Recife, por meio da Gerência da Pessoa com Deficiência da Secretaria de Direitos Humanos e Juventude, o concurso premiará os vencedores com R$ 5 mil cada. A escolha do Rei e da Rainha será durante a prévia carnavalesca do Projeto Praia sem Barreiras, no dia 22 de fevereiro, na Arena do projeto, em Boa Viagem, a partir das 10h.

    Como se inscrever

    Os interessados podem garantir sua participação de duas formas:
    Por e-mail: enviando os documentos para reirainhapcdrecife@gmail.com.
    Presencialmente: na Gerência da Pessoa com Deficiência do Recife, localizada no 6º andar do edifício-sede da Prefeitura do Recife, de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e das 13h às 16h.

    Documentação necessária

    Para se inscrever, é preciso ter 18 anos ou mais e apresentar:
    ✔ Documento oficial com foto;
    ✔ Comprovante de residência;
    ✔ Comprovante da deficiência;
    ✔ Contato para comunicação.

    O regulamento completo está disponível no Diário Oficial do Recife desta quinta-feira (13) e pode ser acessado pelo link: https://dome.recife.pe.gov.br/.


  • Circo Acessível abre inscrições para aulas gratuitas destinada às pessoas surdas

    Circo Acessível abre inscrições para aulas gratuitas destinada às pessoas surdas

    A segunda edição do projeto Circo Acessível oferece aulas gratuitas de tecido e visa incluir PCDs no universo circense. As inscrições seguem até 10 de janeiro

    A inclusão e a acessibilidade estão no centro da segunda edição do projeto Circo Acessível, que busca ampliar as oportunidades para pessoas surdas no universo das artes circenses. A iniciativa gratuita acontecerá a partir do dia 18 de janeiro de 2025 e oferecerá aulas de tecido acrobático, lira e trapézio fixo para 10 participantes surdos, na sede do Casulo Artes Circenses, localizada em Casa Amarela, Zona Norte do Recife.

    O Circo Acessível nasceu em 2024 como um módulo da Formação Livre para Instrutores de Circo (FLIC), uma iniciativa apoiada pelo Sistema de Incentivo à Cultura (SIC) do Recife. O curso híbrido de 42 horas capacitou 20 praticantes circenses e plantou as sementes para a inclusão de pessoas surdas no circo.

    Malu Vieira, diretora do Casulo Artes Circenses, após duas edições, chegou a conclusões que norteiam seu trabalho com pessoas surdas desde então. “Ter gente surda no circo é bem menos complicado do que se pode imaginar, mas há caminhos a serem traçados. Na prática, dar aulas para pessoas ouvintes e não ouvintes gera demandas diferentes para os professores, o que não deve ser tido como obstáculo, mas como necessidade de adaptação, para que sejam encontradas formas diferentes de instruções”, reflete.

    Para ela, a falta de pessoas surdas nas artes aéreas está relacionada à ausência de políticas públicas efetivas de acessibilidade. “O objetivo do Circo Acessível é justamente contribuir para a mudança desse cenário”, conclui.

    As inscrições podem ser realizadas até 10 de janeiro, por meio do formulário disponível no perfil do Instagram @casuloartescircenses. O resultado dos selecionados será divulgado no dia 13 de janeiro. Não há pré-requisitos técnicos para participar. A única exigência é que os interessados sejam maiores de 18 anos e residam em Recife ou na Região Metropolitana. 

    As aulas acontecerão nos dias 18 e 25 de janeiro e 1º de fevereiro, das 14h às 16h, totalizando uma carga horária de 6 horas. As sessões serão conduzidas por Malu Vieira, aerialista com 13 anos de experiência e diretora do Casulo Artes Circenses. Para garantir a acessibilidade, o projeto contará com o apoio dos intérpretes de Libras Leo Ramos e Monique Marry e da consultora surda Letícia Lima.


  • Projeto audiodescreve paisagens turísticas de parte da cidade do Recife

    Projeto audiodescreve paisagens turísticas de parte da cidade do Recife

    O projeto Visões Sonoras da Cidade, vai criar audiodescrições de seis paisagens  da área central da capital pernambucana

    Contemplar prédios históricos, pontes, ruas e  pontos turísticos localizados na área central do Recife vai se tornar uma prática mais inclusiva. A Com Acessibilidade Comunicacional, empresa que coordena e executa projetos de acessibilidade comunicacional, idealizou o projeto Visões Sonoras da Cidade, uma iniciativa que vai descrever, por meio da técnica da audiodescrição, as paisagens da capital pernambucana para que turistas e recifenses com deficiência visual possam experienciar a memória e as referências culturais da cidade. 

    Em sua etapa inicial, o projeto prevê a audiodescrição de seis locais de destaque da primeira Região Político Administrativa do Recife (RPA1), área que reúne uma série de paisagens como fachadas de equipamentos históricos, casarões, praças, pontes, pátios e outros elementos que protagonizam as vivências de cidade da população em geral. São eles: o Marco Zero, a Rua do Bom Jesus, a Torre de Malakoff, parte do casario da Rua da Aurora, a fachada do Teatro de Santa Isabel, e a Praça da República. 

    O projeto tem como principal objetivo acessibilizar pontos importantes do Recife e permitir que as pessoas com deficiência sensorial possam imergir na paisagem e nos elementos que caracterizam os pontos turísticos da região. Com uma equipe de audiodescritores, historiadores, arquitetos e consultores em acessibilidade comunicacional, o trabalho realizado será armazenado no soundcloud, disponibilizado em um QR Code hospedado no site da Com Acessibilidade Comunicacional, além de ser entregue para o equipamento público e para as secretarias de Cultura, de Turismo e Lazer, e de Direitos Humanos do Recife. “É um projeto da cidade para a cidade, que busca contribuir com novas perspectivas de vivenciar o Recife. Com o Visões Sonoras da Cidade as paisagens serão traduzidas para que as pessoas com deficiência visual reconheçam e ressignifiquem sua percepção da cidade e seus monumentos”, destaca a diretora executiva da Com Acessibilidade Comunicacional, Liliana Tavares. 

    A gestora pontua ainda que, como conclusão da primeira etapa do projeto, será promovida uma visita guiada com audiodescrição e Libras aberta aos  usuários dessas tecnologias assistivas. “Será uma recepção que nos permitirá presenciar as sensações manifestadas no público usuário e apontar necessidades de ajustes, analisar a funcionalidade do trabalho e observar se o acesso está sendo feito de forma autônoma”, explica. 

    A previsão é que o projeto, realizado a partir do incentivo da Prefeitura do Recife e do Governo Federal por meio do edital da Lei Paulo Gustavo, seja concluído no final de maio. “Espera-se que o projeto contribua para que a cidade seja mais inclusiva. Que as pessoas com deficiência visual possam se aproximar da cidade, conhecer e vivenciar espaços públicos de imagens acessadas por pessoas que enxergam. Acreditamos que o projeto irá colaborar para que as pessoas cegas ou com baixa visão vão construir uma sensação de pertencimento desses lugares”, finaliza Liliana. 


  • Plano Conjunto promove interação entre Cinema, Educação e Acessibilidade

    Plano Conjunto promove interação entre Cinema, Educação e Acessibilidade

    Projeto realiza sessões de cinema acessível e atividades formativas a partir de terça (07/05)

    Cinema, Educação e Acessibilidade são áreas interligadas que, juntas, possuem um grande potencial para fortalecer a inclusão, a diversidade e as oportunidades. A partir dessa perspectiva, surge o Plano Conjunto, um projeto com o objetivo de realizar sessões de cinema acessível e atividades formativas, como oficinas e masterclasses. 

    O principal público-alvo são os estudantes com deficiência das Escolas Municipais do Recife, bem como profissionais do cinema, da acessibilidade, professores, técnicos e gestores escolares. As sessões de cinema acessível são abertas ao público em geral.

    A programação é dividida em três ciclos, que acontecem a partir de hoje (07/05) e se estendem até junho. As atividades são realizadas gratuitamente. O projeto é realizado pelo produtor Túlio Rodrigues com incentivo pelo Sistema de Incentivo à Cultura/Prefeitura do Recife. 

    Projetos como este são importantes para a sociedade compreender a importância da acessibilidade no contexto cultural e educacional. De acordo com dados da Gerência de Educação Especial da Cidade do Recife, no ano de 2023, aproximadamente 4.500 alunos com deficiência estão matriculados na Rede de Ensino do Recife. Dentre eles, 1.031 estudantes possuem Transtorno do Espectro Autista (TEA), 306 têm Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), 196 apresentam surdez ou algum grau de deficiência auditiva, 111 possuem cegueira ou baixa visão, e 112 têm síndrome de Down.

    Foto: Divulgação

    O primeiro ciclo do Plano Conjunto inicia com a exibição da animação “Além da Lenda”(Classificação Livre, 1h26m), de Marcos França e Marília Mafé, na terça-feira (07/05), às 14h30, no Cinema da Fundação (Derby, Recife). O filme é o primeiro longa-metragem de animação produzido em Pernambuco e aborda lendas brasileiras como Saci, Comadre Fulozinha e Curupira. A sessão acessível terá recursos de Audiodescrição (AD) para pessoas cegas e com baixa visão, Língua Brasileira de Sinais (Libras) e Legenda para Surdos e Ensurdecidos (LSE). 

    A sala de cinema funciona em modo adaptado, com o ambiente mais iluminado e o som reduzido, para melhor receber pessoas neurodiversas, o que inclui pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), síndrome de Down, entre outras. O público será acolhido por uma equipe que conta com audiodescritores e intérpretes de Libras e, ao final da sessão, participará de uma mediação acessível.

    A programação ainda conta com atividades que propiciam diálogos sobre cinema, acessibilidade e educação inclusiva. “Durante os três ciclos, o Plano Conjunto oferece encontros com temáticas diferentes, oportunizando o debate da pluralidade do estudante com deficiência e mobilizando discussões específicas sobre cada individualidade”, explica Túlio Rodrigues, coordenador do projeto.

    A masterclass online “Educação audiovisual: percursos criativo-pedagógicos entre escola e comunidade” será realizada na quinta (09/05), às 19h30, com Felipe Leal, da Semente – Escola de Educação Audiovisual (PB). Nos dias 10 e 17 de maio, o Plano Conjunto oferece a oficina Introdução às Legendas para Surdos e Ensurdecidos (LSE) com Deise Medina (BA). Os encontros da oficina acontecem das 14h30 às 17h30, em formato online. Os interessados devem se inscrever através dos formulários disponibilizados através do perfil do projeto no Instagram: https://www.instagram.com/plano.conjunto.lab/

    Plano Conjunto – Laboratório de Cinema, Educação e Acessibilidade

    Programação:
    Ciclo 1:

    07/05, 14h30 – Sessão Acessível no Cinema da Fundação/Derby (AD, Libras e LSE)
    Filme: Além da Lenda, Marcos França e Marília Mafé, Animação, Livre, 1h26m

    09/05, 19h30 –  Masterclass – Educação audiovisual: percursos criativo-pedagógicos entre escola e comunidade com Felipe Leal, Semente – Escola de Educação Audiovisual (PB).

    10/05 e 17/05 (14h30 às 17h30)- Oficina de Introdução às Legendas para Surdos e Ensurdecidos (LSE) com Deise Medina (BA).
    Inscrições na página do instagram: @plano.conjunto.lab
    Link: https://www.instagram.com/plano.conjunto.lab/


  • Formação pedagógica gratuita destina vagas para pessoas surdas em curso para circenses no Recife e Região Metropolitana

    Formação pedagógica gratuita destina vagas para pessoas surdas em curso para circenses no Recife e Região Metropolitana

    Curso híbrido será oferecido para a comunidade circense do Recife e Região Metropolitana com parte das vagas reservadas a integrantes do circo itinerante, pessoas negras, trans ou indígenas. A iniciativa é da escola Casulo Artes Circenses com subsídio do SIC, Sistema de Incentivo à Cultura do Município do Recife.

    O cenário circense do Recife e Região Metropolitana vem crescendo nos últimos 10 anos, com muitas escolas de diferentes modalidades, em especial de aéreos, virando febre por aqui. No entanto, ainda são poucos os profissionais com formação profissional formal voltada para o ensino de circo, pois faltam cursos e capacitações na região e também no país. 

    Por conta disso, Malu Vieira, professora de aéreos e gestora do Casulo, escola localizada em Casa Amarela, Zona Norte do Recife, está oferecendo a Formação Livre para Instrutores de Circo (FLIC), um curso híbrido com 42 horas de aula sobre diferentes aspectos do ensino circense, ministrado por 8 profissionais locais e de outros estados do Brasil. A iniciativa, que conta com apoio do Sistema de Incentivo à Cultura do Município do Recife, é totalmente gratuita e terá parte das vagas reservadas à participação de integrantes do circo itinerante, de pessoas negras, trans ou indígenas, além de incluir pessoas surdas. Serão 20 vagas no total e as inscrições vão do dia 16 a 29 de fevereiro pelo formulário disponível no Instagram @casuloartescircenses. A divulgação do resultado final do processo seletivo está prevista para 04 de março, no mesmo perfil do Instagram.

    O principal objetivo da FLIC é suprir parte da carência de cursos e formações para professores de circo no Recife e em Pernambuco, uma demanda gigante que vem sendo o foco de muitos sonhos e projetos de Malu Vieira. “Em 2021, com incentivo da Lei Aldir Blanc, lancei uma formação teórico-prática online para aerialistas, no intuito de socializar o que aprendi – e estava represado – ao longo desses 11 anos de estudos e práticas de aéreo. Em junho de 2023, a Formação chegou à sua sexta turma, totalizando cerca de 80 alunos de todo o país. Algo que esteve presente em todos os encontros foi o desejo por mais conhecimento e a constatação de que ainda são poucas as oportunidades que temos de nos aperfeiçoarmos enquanto pessoas que ensinam circo no Brasil. Nem mesmo na Escola Nacional de Circo Luiz Olimecha há capacitação nesse sentido, uma vez que o curso técnico da ENC é voltado para formação artística, e não pedagógica”. Atualmente matriculada no curso para Instrutores de Circo da École Nationale de Cirque (Montreal, Canadá) graças ao incentivo do SIC, Malu idealizou a FLIC para garantir que outras pessoas que ensinam – ou desejam – ensinar circo em Recife também possam receber treinamento específico.

    O diálogo entre o ensino formal e a natureza empírica e plural do circo é outra vertente importante da FLIC. “Se, há alguns anos, as lesões no circo eram naturalizadas ou mesmo romantizadas (quem nunca ouviu o famoso ‘é a arte entrando’?), hoje sabemos que existem maneiras de prevenir essas lesões e garantir, assim, mais longevidade e qualidade para os corpos circenses – corpos esses que são nossos instrumentos de trabalho”, explica Malu Vieira.

    As aulas serão ministradas ao longo de 5 semanas, de 06 de abril a 05 de maio, distribuídas entre aulas online e síncronas pelo Zoom e encontros presenciais. A carga horária total é de 42 horas e compreenderá os seguintes temas: acrobacia aérea e de solo, pedagogia e planejamento de aulas, fundamentos do aéreo, circo social, criação artística e acessibilidade. Poderão concorrer às vagas professores, artistas e praticantes de artes circenses e toda a cadeia produtiva do circo, maiores de 18 anos de idade, residentes na Região Metropolitana do Recife e com pelo menos 1 ano de experiência comprovada na linguagem.

    A seleção dos participantes será por meio de um formulário de inscrição, que conterá todos os critérios e informações necessários. Como critério de desempate, será feita análise da condição socioeconômica dos participantes, para garantir acesso ao curso por quem teria menos condições de fazê-lo de forma particular. 

    Além de buscar suprir a demanda por mais conhecimento no ensino de circo, a FLIC também se propõe a promover o intercâmbio entre os profissionais do circo itinerante e outros agentes culturais do circo pernambucano e ainda estimular a inclusão. Haverá, portanto, garantia de no mínimo 2 vagas para integrantes do circo itinerante, além de reserva de vagas para pessoas indígenas, pessoas negras e trans. 

    Além disso, haverá duas ações inclusivas para a comunidade surda. Dentro da programação de aulas da FLIC, será realizada uma capacitação em ensino de tecido acrobático para pessoas surdas, onde serão desenvolvidas ferramentas metodológicas que facilitem a comunicação, que também contará com o apoio de um intérprete de LIBRAS e mediação de uma consultora com deficiência auditiva. Após essa primeira etapa, será oferecido um aulão de tecido voltado para o público surdo no dia 28 de abril, onde serão colocadas em prática as ferramentas metodológicas estudadas, além de contar com um intérprete de LIBRAS. O módulo “Circo Acessível” é uma idealização de Malu Vieira e de Andreza Nóbrega, da VouSer Acessibilidade, que assina a coordenação de acessibilidade do projeto. 

    “É preciso que se olhe para as ações de acessibilidade em projetos culturais com atenção. Se não há pessoas surdas praticando aéreo em Recife, é porque as políticas públicas para acessibilidade ainda estão longe de chegar em todos os espaços, e um dos objetivos da FLIC é justamente contribuir para a mudança desse cenário”. 

    CRONOGRAMA FLIC – Formação Livre para Instrutores de Circo

    PROCESSO SELETIVO 

    Período de inscrições: 16 a 29 de fevereiro

    Resultado: 04 de março

    AULAS 

    Carga-horária total: 42h, sendo 15h online e 27h presenciais

    SEMANA 1 (06 e 07/04)

    Sábado | 14h – 17h | online – Segurança (Diego Ferreira)

    Domingo | 9-12h e 14-17h | presencial – Fundamentos do aéreo e do ensino circense (Malu Vieira)

    SEMANA 2 (13 e 14/04)

    Sábado | 14h – 17h | online – Segurança (Diego Ferreira)

    Domingo |  14h – 17h | presencial – Circo Acessível (Andreza Nobrega e Malu Vieira)

    SEMANA 3 (20 e 21/04)

    Sábado | 14h – 17h | online – Planejamento de aulas (Alex Machado)

    Domingo | 9h – 12h | presencial – Introdução à acrobacia (Rob Silva)

    Domingo | 14h-17h | presencial – Circo Social (Hammai Assis Vieira e Rob Silva)

    SEMANA 4 (27 e 28/04)

    Sábado | turno da tarde | online – Pedagogia (Ana Paula Perche)

    Domingo | 9h – 12h | presencial – Circo Social (Hammai Assis Vieira e Rob Silva)

    Domingo | 14h-17h | presencial – Circo Acessível: Aulão de tecido para pessoas surdas (Andreza Nobrega e Malu Vieira)

    SEMANA 5 (04 e 05/05)

    Sábado | 14h – 17h | online – Pedagogia circense (Ana Paula Perche)

    Domingo | 9h – 12h e 14h – 17h| presencial – Criação artística em circo (Cia Devir)


  • Projeto inclusivo promove passeios em bicicletas adaptadas para pessoas com deficiência em Belém

    Projeto inclusivo promove passeios em bicicletas adaptadas para pessoas com deficiência em Belém

    Iniciativa é realizada em parque ambiental público e completará seis anos, contabilizando mais de mil passeios já realizados

    Texto: Daniel Nardin / Foto da Capa: Everaldo Nascimento

    Ao longo da trilha de cerca de quatro quilômetros cercada da exuberante fauna e flora amazônica, corredores e ciclistas que frequentam o Parque Estadual do Utinga, em Belém, passaram a dividir o espaço com pessoas com deficiência e idosos que circulam em bicicletas adaptadas, conduzidas por voluntários.

    O projeto Ponto de Apoio completará em junho seis anos de existência. Começou de forma despretensiosa – com o passeio de um irmão levando o outro para ter contato com a natureza ao ar livre – e inicia o ano com um novo fôlego: a terceira edição do ano terá dez bicicletas e cerca de cem voluntários, que se revezam nas datas dos eventos. “Com mais equipamentos e melhor manutenção, fizemos um treinamento de novos voluntários, onde tivemos alta adesão, felizmente. Queremos já a partir de março nos programar para estarmos todos os finais de semana no parque e com isso atender mais gente”, destaca Daniel Nardin Tavares, idealizador e coordenador do Ponto de Apoio.  O empurrão para a nova fase só foi possível com o primeiro patrocínio que o projeto recebeu, após cinco anos de atividade, da empresa de alumínio Albras, localizada no Estado do Pará. 

    Fotografia: Um homem branco, com cabelos curtos e pretos, usa barba, está vestindo uma camisa branca com a frase "Ponto de Apoio" em cinza e vermelho. Ele está sentado em uma bicicleta vermelha e branca. Ao seu lado, há um rapaz branco com cabelos curtos e pretos, usando um boné azul e sentado em um carrinho vermelho com a frase "Ponto de Apoio" em branco. Ao fundo, há várias árvores e vegetação.
    Foto: Relry Aviz/LED

    A ideia do projeto é simples: realizar passeios gratuitos em bicicletas adaptadas para pessoas com deficiência e idosos. “O simples fato da família se programar e essa pessoa sair da rotina casa-hospital-casa já é muito positiva, pois estimula, melhora autoestima e mostra para os demais frequentadores do parque, que é público, que esse é um espaço de todos”, afirma a terapeuta ocupacional Márcia Nunes, voluntária do projeto desde a primeira edição, em 2018. Ela era a profissional que acompanhava João Paulo Nardin Tavares, hoje com 43 anos e que aos 36 anos ficou com sequelas neurológicas após uma parada cardíaca. “Os pacientes que acompanho sempre converso muito com a família, para criar estímulos. Nesse caso o irmão mostrou a foto de uma bicicleta nesse modelo e disse que ia ver como encontrar alguém para fazer e achou. Fez o primeiro passeio com o João Paulo e é nítido como ele gosta. Quem não gosta de ver essa beleza toda do parque, não é? Então virou um projeto e a gente tem muitas pessoas que esperam a semana para estar conosco aqui”, destaca. 

    Outro voluntário que está no projeto desde o início é Reinaldo Brasil, analista de sistemas de 41 anos. Em 2004, ele sofreu um acidente de moto e teve a perna esquerda amputada. No esporte, encontrou motivação para enfrentar os novos desafios. E com o projeto, Reinaldo ressignificou a deficiência. Ele é um dos ciclistas condutores mais ativos e hoje é um dos coordenadores do projeto. “Muita gente fica curiosa e até estranha quando percebe que pedalo com uma perna. Mas isso aí é o de menos. O bem maior que faz para mim e para outros voluntários não é a atividade física, que já é um benefício, claro, mas o ganho que temos de saúde mental, de provocar sorrisos em crianças, idosos e jovens que fazem o passeio conosco. A trilha está aí, qualquer pessoa pode acessar. Mas, esse público não frequentava o parque e com o nosso projeto as pessoas vêm e participam, por isso ele é inclusivo e tem tanto benefício”, destaca.

    As bicicletas são pintadas na cor vermelha, em alusão à pintura dos aviões da Esquadrilha da Fumaça na década de 1990, que nos anos 2000 mudou para azul e verde. “A primeira bicicleta foi feita para passear com meu irmão, que sempre foi apaixonado por aviação e pela Esquadrilha. Ele comentava que achava a pintura vermelha mais bonita, então é como se fosse o avião para ele voar, como uma cabine de avião onde ele fica. A ideia do projeto veio depois e mantivemos a cor, por ter combinado e pelo fato que estamos no Pará, que tem uma linda bandeira nessa cor com a estrela azul”, explica Daniel. 

    Com a foto que achou na internet de uma moto dos anos 1950 com um carrinho acoplado, Daniel fez como todo jornalista costuma atuar quando busca pessoas para contar uma história. “A gente brinca na nossa profissão que jornalista pode não saber muita coisa, mas sabe quem sabe. Então acionei grupos de ciclistas de Belém e encontrei o Robin Van Deer. 

    O holandês radicado no Pará, conhecido como Gringo, fez a bicicleta em apenas uma semana. “Eu já tinha feito bicicletas assim e não foi novidade para mim. Hoje, quando venho ao parque, fico emocionado, vendo que meu trabalho gera tantos momentos bons para tanta gente”, afirma. 

    Este ano, o Ponto de Apoio estreou a primeira bicicleta que foge do padrão das “vermelhinhas”, como são chamadas. A bike apelidada de “Ararajuba” é amarela com detalhes em verde, em homenagem à espécie que estava em extinção e, graças ao projeto com viveiro no Utinga, tem povoado novamente as copas das altas árvores do parque. “Nossa cidade está na Amazônia e cai receber a COP 30 em 2025, a maior conferência sobre mudanças climáticas do mundo e que aborda muito fortemente a importância da preservação ambiental. Então queremos incluir também um trabalho de conscientização no nosso trabalho que já é inclusivo”, afirma Mariana Nardin Tavares, irmã de Daniel e João Paulo. 

    Uma das passageiras frequentes nas bikes do Ponto de Apoio é Sthefane Mota, de 16 anos, que desde as primeiras edições faz passeios com o grupo. “Eu gosto de ver as árvores, os bichos e de passear. O pessoal também é sempre bacana comigo e gosto muito de vir”, afirma. Para a mãe, Elizabeth Mota, o projeto merece todo apoio e reconhecimento. “Eu sempre comento com outros familiares e incentivo a participar do projeto, pois promove na prática a inclusão para as pessoas com deficiência e idosos em um espaço público e o contato direto com a natureza linda que temos, sem o projeto, seria impossível”, avalia. Além de Sthefane, Elizabeth é mãe de Alice, que também possui mobilidade reduzida e participa dos passeios. “Sem esse apoio, seria muito complicado passear com as duas que têm mobilidade reduzida no parque. E cada vinda nossa a gente está sempre em família, o que é também algo muito positivo”, afirma. 

    Aqui está o texto revisado:

Na fotografia, um homem branco de barba grisalha está usando um chapéu vermelho e óculos escuros, vestindo uma blusa branca com a frase “Ponto de Apoio” em preto e vermelho, e uma bermuda verde. Ele está montado em uma bicicleta amarela equipada com um carrinho amarelo. Ao lado dele, há uma mulher branca usando um chapéu e uma blusa branca, segurando um menino branco em seu colo. O menino está usando um chapéu branco e uma blusa azul. Ao fundo, podem ser vistas várias árvores, vegetações e pessoas andando de bicicleta.
    Foto: Relry Aviz/LED

    O projeto Ponto de Apoio recebeu esse nome por outra lembrança familiar. “Uma vez, quando eu era criança ainda, nosso carro atolou. Com um pedaço de madeira, meu pai tirou e a gente seguiu viagem. Curioso, perguntei como ele tinha conseguido aquilo com uma coisa tão pequena, mover algo tão grande e pesado como um carro. Aí ele disse a frase do Arquimedes: Dei-me um ponto de apoio e uma alavanca e posso mover o mundo. Ficou isso na minha lembrança. Às vezes não é preciso muito e nem temos a pretensão de mudar o mundo. Mas podemos sim, com um pouquinho de esforço, mover e mudar o meu mundo, a minha realidade, minha volta. Todos aqui acreditam nisso e são alavancas para essa transformação, simples, mas necessária na sociedade, com mais respeito, mais inclusão e mais ocupação de espaços públicos por todos. Espero que um dia todas as cidades tenham espaços como esse e com iniciativas como essa ou melhores, que tão bem fazem de maneira tão simples”, afirma Daniel. 

    Serviço – O Ponto de Apoio é realizado no Parque Estadual do Utinga (PEUt), uma Unidade de Conservação Estadual localizada em Belém. Para conhecer mais o projeto e as bicicletas, basta acessar as redes @pontodeapoiopa.


  • Festival Verouvindo divulga programação completa de sua 8ª edição 

    Festival Verouvindo divulga programação completa de sua 8ª edição 

    De 20 de novembro a 02 de dezembro, o Festival, acessível às pessoas com deficiência, terá duas mostras competitivas de curtas e exibições de filmes de longa metragem

    O Festival Verouvindo chega à sua 8ª edição, celebrando o cinema de rua e promovendo uma experiência inclusiva no audiovisual brasileiro, entre 20 de novembro a 02 de dezembro, no Cinema do Museu (Fundaj – Casa Forte) e no Cinema da Universidade Federal de Pernambuco. A programação apresenta uma seleção de filmes de curta e de longa-metragem, todos apresentados com recursos de acessibilidade para pessoas com deficiência: audiodescrição (AD), Tradução Audiovisual em Língua de Sinais (Tals) e Legendas para Surdos e Ensurdecidos (LSE). 

    Com o objetivo de contribuir para a inclusão cultural das pessoas com deficiência, o Festival exibe filmes com as acessibilidades aparentes, isto é, sem a mediação de aplicativos, e sempre em sessões bilíngues (português e Libras). Na programação, o público verá curtas pernambucanos, como Dorme Pretinho, de Lia Letícia; Ciranda feiticeira, de Thiago Delácio, e Recife de dentro para fora, de Kátia Mesel, frutos do Prêmio Serviço VerOuvindo de Acessibilidade. 

    Nesta edição do VerOuvindo, a já tradicional Sessão Memória tem como foco a defesa da importância do cinema de rua. Por isso, o sábado, dia 2 de dezembro, será dedicado ao tema. Pela manhã, haverá a exibição do filme Censura livre (28 min, doc, livre, 1981), de Ivan Cordeiro. Um dos clássicos do movimento Super-8 pernambucano, o média-metragem mostra a transformação de muitos dos cinemas de rua do Recife. Logo em seguida, haverá a aula: “Das telas às ruas: o Recife Cinematográfico”, a cargo da curadora do VerOuvindo, professora de Cinema da UFPE, Amanda Mansur. Em seguida, haverá ainda a exibição do curta Quem me quer, de Tiago Pinheiro, documentário sobre o nosso majestoso Cinema São Luiz. O público poderá participar fazendo perguntas e comentários. No turno da tarde, o festival promove uma excursão pelos antigos cinemas do Centro do Recife. Essa ação, comandada pelo Coletivo #CineRuaPE, é intitulada de “Passeio Fantasma” (91 min, doc, classificação 12 anos, 2023) em alusão ao mapa afetivo que o cineasta Kleber Mendonça Filho apresenta em seu último filme, Retratos fantasmas. Representante do Brasil no Oscar de 2024, essa obra será exibida com as acessibilidades abertas para todos os públicos, à noite, no encerramento do Festival.

    Um dos momentos mais esperados do VerOuvindo é o das mostras competitivas que reúne profissionais da acessibilidade atuantes em vários estados brasileiros, experientes e iniciantes, para concorrer aos prêmios de Melhor Audiodescrição e de Melhor Tals, nas categorias: ficção, documentário e animação. O público também poderá votar, com cédulas em braile, em tinta e em fonte ampliada, para eleger a Melhor Audiodescrição e a Melhor Tals pelo Júri Popular.

    Para o público infanto-juvenil, haverá a exibição do filme Pedrinho e a chuteira da sorte (44 min, animação, livre, 2018), animação da Viu Filmes, que conta a história e um menino, apaixonado por futebol, que sonha em se tornar o maior jogador do mundo. Em sua jornada, a chuteira da sorte lhe ajuda a aprimorar suas habilidades e superar obstáculos no campeonato do bairro.  

    “Na primeira edição, em 2014, o VerOuvindo tornou-se pioneiro no Brasil na difusão audiovisual com as acessibilidades gravadas. É um festival que produz, exibe e discute a acessibilidade no cinema, refletindo sobre a técnica e a estética da audiodescrição, da Libras e da legenda para surdos e ensurdecidos – LSE”, ressalta Liliana Tavares, diretora executiva do VerOuvindo e gestora da Com Acessibilidade Comunicacional, empresa que atua na execução de projetos de acessíveis, principalmente, no audiovisual e nas artes visuais. “É um evento que, além de promover o acesso do público com deficiência às salas de cinema, atua também na formação e no reconhecimento dos profissionais da acessibilidade no audiovisual”, complementa. 

    HOMENAGEADOS – O 8º Festival Verouvindo prestará uma homenagem ao professor e tradutor de Libras Alessandro Vasconcelos, e à audiodescritora e doutora em Estudos de Linguagem Larissa Costa.

    A abertura oficial, no dia 29 de novembro, às 19h, contará com as palestras dos homenageados: “Relato de experiência: AD simultânea da Copa do Mundo na TV e AD gravada da novela Todas as flores, para o streaming e para a TV”, por Larissa Costa; “A importância da atuação da pessoa surda na equipe de tradução para Libras no audiovisual”, por Alessandro Vasconcelos.

    Gratuito, o Festival tem incentivo do Sistema de Incentivo à Cultura (SIC), Fundação de Cultura Cidade do Recife, Secretaria de Cultura e Prefeitura do Recife. Premiado, em 2018 foi vencedor do Concurso de Boas Práticas da Sociedade Civil do Mercosul em Acessibilidade no Audiovisual, da Recam. No mesmo ano, recebeu o Voto de Aplauso, da Câmara dos Vereadores da Cidade do Recife, e, em 2021, recebeu o Voto de Aplauso da Assembleia Legislativa de Pernambuco.

    Jornada VerOuvindo – Em paralelo ao festival, é realizada a Jornada VerOuvindo, com atividades formativas, como: cursos, oficinas, palestras e debates sobre acessibilidade comunicacional, reunindo especialistas, profissionais, estudantes e o público interessado. 

    A programação das apresentações de trabalhos pode ser conferida na página do Festival. 

    Confira a programação completa do Festival VerOuvindo:

    Segunda, dia 20 de novembro | Cinema da UFPE

    14h – O documentário “A Carta de Esperança de Garcia”, com duração de 105 minutos, realizado por Douglas Machado em 2023, conta a história de Esperança Garcia, a primeira advogada negra do Brasil. O filme, que conta com a participação da aclamada atriz Zezé Motta, relata o ato de coragem de Esperança, que em 6 de setembro de 1770 redigiu uma carta ao governador da Capitania, denunciando os abusos e violência sofridos por ela, sua família e outros cativos. Encontrada no Arquivo Público do Piauí em 1979 por Luiz Mott, antropólogo, essa carta se tornou um ícone de resistência nos movimentos afrodescendentes.

    Domingo, dia 26 de novembro | Fundaj/Museu

    19h –“Paloma”, um filme de ficção dirigido por Marcelo Gomes com duração de 104 minutos, classificado para maiores de 16 anos, narra a história de Paloma, uma mulher trans determinada a concretizar seu grande sonho: um casamento tradicional na igreja com seu namorado Zé. Apesar de trabalhar arduamente como agricultora em uma plantação de mamão para juntar dinheiro e custear a celebração, ela se depara com a recusa do padre em realizar a cerimônia, forçando-a a confrontar os preconceitos e desafios da sociedade rural. Paloma enfrenta violência, traição, discriminação e injustiça, porém sua fé permanece inabalável.

    Terça-feira, dia 28 de novembro | Fundaj/Museu

    9h – “Pedrinho e a Chuteira da Sorte” é uma série de animação da Viu Filmes composta por 4 episódios de 11 minutos, totalizando 44 minutos, livre, lançada em 2018. A narrativa gira em torno de Pedrinho, um jovem apaixonado por futebol, determinado a se tornar um renomado jogador. Ele é auxiliado por um artefato enigmático, a Chuteira da Sorte, que o ajuda a aprimorar suas habilidades e superar desafios no torneio local. Ao lado de seus talentosos colegas de time, Pedrinho enfrenta competições emocionantes e absorve importantes lições sobre esporte, amizade e vida. Ao longo da série, eles exploram novas técnicas de jogo e conhecem diversas pessoas, tornando-a um deleite para os entusiastas de futebol e aventura.

    Quarta-feira dia 29 de novembro | Fundaj/Museu

    Às 9h, a competição de filmes em Libras apresentará três filmes: “Caryocar Coriaceum” (21 min, doc, livre, 2023), dirigido por Valéria Pinheiro, Adriana Pimentel, Marcelo Paes de Carvalho. O audiovisual explora o papel das mulheres na preservação do Piqui na região da Chapada do Araripe, hoje ameaçado pela devastação da Floresta do Araripe. O documentário destaca o esforço diário dessas mulheres para garantir seu sustento através desse fruto, revelando os processos sociais envolvidos nessa prática e mostrando as histórias envolventes das personagens locais.

    Outro filme em destaque é “Além da lenda: Bicho Papão”, que conta a história emocionante da Cabra Cabriola, um animal sonhador que almejava ser artista de circo. Essa narrativa exige a crença e a imaginação do espectador para se envolver na trama.

    Por fim, “Luta” retrata a luta de Camila Guedes contra a burocracia e o preconceito para importar canabidiol, o único recurso capaz de controlar as convulsões do seu filho de um ano, que sofre de uma forma rara de epilepsia.

    14h – Mostra competitiva de audiodescrição 

    Quinta-feira, dia 30 de novembro | Fundaj/Museu

    14h30 – Mostra de curtas pernambucanos do Prêmio Serviço VerOuvindo de Acessibilidades (com a presença de Lia de Itamaracá). Exibição dos filmes:  Recife de dentro para fora, de Kátia Mesel; Ciranda feiticeira, de Thiago Delácio; e Dorme Pretinho, de Lia Letícia.

    Sexta-feira, 1º de dezembro | Fundaj/Museu

    14h – Surdes, de Thays Prado

    Sábado, dia 02 de dezembro | Fundaj/Museu

    10h – Censura livre, de Ivan Cordeiro 

    10h30 – Das telas às ruas: o Recife Cinematográfico: Aula com Amanda Mansur, curadora do Festival.

    11h30 – Quem me quer, de Tiago Pinheiro

    16h – Passeio fantasma, com o Coletivo #CineRuaPE (excursão pelo mapa afetivo de Kleber Mendonça Filho)

    19h – Premiação da Mostra Competitiva 

    19h30 – Retratos fantasmas, de Kleber Mendonça Filho


  • São João do Vale lançará a primeira Plataforma de Mapeamento de Espaços com Foco em Acessibilidade.

    São João do Vale lançará a primeira Plataforma de Mapeamento de Espaços com Foco em Acessibilidade.

    Texto: Larissa Pontes / Imagem: Vale PCD

    Partindo do desejo de transformar os eventos no Recife mais diversos e acessíveis, o Vale PCD fará a segunda edição com o São João do Vale no dia 10 de junho. O evento, que acontece das 18 h às 4 h, no Pajubar, visa o protagonismo das pessoas com deficiência em todos os espaços. 

    Em março de 2023, aconteceu a primeira comemoração do Vale Pcd, chamada Vale Tudo, para celebrar os três anos da organização sem fins lucrativos e o aniversário de Priscila Siqueira, uma das fundadoras do Vale PCD. O evento mostrou-se um sucesso, o Pajubar ficou lotado de pessoas com deficiência e todos se divertiram ao som de diversas músicas internacionais e nacionais. “Ficou evidente que a inclusão e a celebração da diversidade são valores que devem ser abraçados em todos os momentos festivos” — afirma a fundadora Priscila Siqueira. 

    Na segunda edição da festa, o Vale PCD lançará a primeira plataforma de mapeamento de todos os espaços públicos e privados com foco em acessibilidade. As pessoas com deficiência terão acesso a informações sobre a estrutura dos locais que desejam frequentar, como rampas de acesso, banheiros adaptados e elevadores. A plataforma pode ser acessada pelos computadores e celulares. “Com essa plataforma, estaremos quebrando barreiras e promovendo a inclusão de maneira prática e eficiente” -afirma Priscila. 

    Além da plataforma, a noite terá artistas com deficiência e LGBTQIA+, como Go vinicius, Leonardo Galize, Nina Poison e Rodolfo Moura, que convidarão todos para dançarem, haverá uma barraca do beijo acessível e filtros para serem usados no evento. O evento terá listas PCD e Trans, que permanecerão disponíveis até o dia 09 de junho, entrando em contato pelo Instagram @pcdvale.  

    Conheça mais sobre o Vale Pcd 

    O Vale PCD, uma organização dedicada à promoção da inclusão e acessibilidade para pessoas com deficiência que também fazem parte da comunidade LGBTQIA+, tem se destacado no cenário nacional com suas ações de impacto. Com foco em eventos acessíveis, consultorias, emprego e saúde mental, a organização tem se esforçado para que todas as pessoas tenham a mesma oportunidade. 

    A ONG realizou uma consultoria no Festival do Futuro, no início deste ano, o que contribuiu para a implementação de medidas inclusivas e acessíveis para pessoas com deficiência. Essas ações visam conscientizar a sociedade e incentivar uma maior compreensão, aceitação da diversidade e garantir a interseccionalidade de pessoas com deficiência LGBTQIA+ no Brasil.