• Festival 3i contará com intérpretes de Libras e tradutores simultâneos de línguas estrangeiras

    Festival 3i contará com intérpretes de Libras e tradutores simultâneos de línguas estrangeiras

    Em sua 4ª edição, o Festival 3i de Jornalismo Independente, Inovador e Inspirador desembarca no Rio de Janeiro, entre os dias 5 e 7 de maio, com uma programação diversa e trazendo a proposta de um ambiente acolhedor e inclusivo.

    Apresentando um novo formato, que combina as mesas de debates tradicionais com workshops e apresentações de cases de sucesso, o evento discute a sustentabilidade do ecossistema de mídia e os caminhos para um jornalismo cada vez mais inovador. 

    O evento apresenta perspectivas para o novo jornalismo, abordando temas como o uso de dados e o desenvolvimento de ferramentas tecnológicas para melhor execução do trabalho jornalístico; a preocupação com o bem-estar e segurança de profissionais, a adaptação às novas linguagens e plataformas de distribuição; o desenvolvimento de metodologias diversas de gestão e o estímulo à mentalidade de produto.

    A Ajor (Associação de Jornalismo Digital), realizadora do 3i desde 2022, entende que a acessibilidade é indispensável para o sucesso e qualidade do evento. Todos os encontros do palco principal do Festival 3i contarão com intérpretes de Libras, a Língua Brasileira de Sinais.

    Além disso, todas as mesas, workshops e apresentações de cases que contarem com a presença de convidados internacionais terão tradução simultânea de intérpretes para a língua portuguesa.

    De acordo com Maia Fortes, diretora-executiva da Ajor, garantir um ambiente acolhedor para todos está no DNA do Festival e da Associação, que tem a promoção à diversidade como um dos eixos de sua missão. 

    “Para além de entender a garantia aos espaços e ao conhecimento como valor, existe o direito a partir da Lei 10.098 que precisa ser cumprido. Serão 3 dias de muitas trocas e reflexões sobre o jornalismo do futuro – e precisamos que este futuro seja mais inclusivo”, explica Fortes.

    Os ingressos já estão à venda no site. O passaporte para os três dias custa R$ 250 inteira, e a meia entrada sai a R$ 125. A compra para apenas um dos dias também está disponível, no valor de R$ 150, e a meia entrada a R$ 75. O evento ocorre na Casa da Glória, um casarão histórico situado na Ladeira da Glória, região central da cidade. 

    Sobre o Festival:

    O 3i acontece desde 2017 e é o primeiro evento do Brasil focado em questões essenciais para aquelas e aqueles que querem empreender, inovar e liderar iniciativas digitais de jornalismo. Sua última edição nacional foi realizada em março de 2022, totalmente online devido à pandemia da covid-19, com participação de mais de 3 mil pessoas. Em novembro, Recife (PE) recebeu a 4º edição regional do evento e reuniu mais de 200 pessoas na Universidade Católica de Pernambuco (Unicap).

    O Festival 3i 2023 é uma realização da Associação de Jornalismo Digital (Ajor). Esta edição conta com patrocínio de Google, Meta, Luminate, TikTok, Fundação Tide Setubal e Clua (Climate and Land Use Alliance); apoio de Ford Foundation e Oak Foundation; e produção da Cardápio de Ideias Comunicação e Eventos.


  • Dia Internacional da Síndrome de Down, o estado de São Paulo oferece uma programação variada de atividades gratuitas.

    Dia Internacional da Síndrome de Down, o estado de São Paulo oferece uma programação variada de atividades gratuitas.

    Confira as ações culturais do Estado para pessoas com deficiência, promovidas pelas instituições culturais do Estado, como o espetáculo do “Coral TAM TAM”, a exposição “Arte para todos” e as reflexões sobre o livro “Quem sou seu?”

    O dia internacional da pessoa com síndrome de Down, celebrado hoje, 21.03, visa consciencializar e quebrar o estigma social a respeito da síndrome. A Organização das Nações Unidas (ONU) tem reconhecido essa data desde 2012. O estado de São Paulo está oferecendo uma programação de conscientização sobre esse dia, sem custo para o público. 

    As Fábricas de Cultura têm programas especiais para pessoas com deficiência, familiares, profissionais e toda sociedade para debater a acessibilidade cultural. A inclusão, diversidade e acolhimento são alguns dos temas que as Secretarias Estaduais da Cultura e Economia Criativa e dos Direitos da Pessoa com Deficiência  têm debatida constantemente, através de conversas para dialogar sobre a síndrome de Down, inspirado no livro “Quem sou eu?”, da jornalista e roteirista Mariana Reade. 

    “Essa é mais uma ação do Governo do Estado de São Paulo visando integrar no âmbito desta gestão a inclusão social e debater sobre a ocupação dos espaços públicos e culturais para todas as pessoas. Temos uma ampla oferta cultural e equipamentos acessíveis a todos”, destaca o Coordenador da Unidade de Formação Cultural da Secretaria da Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, Dennis Alexandre de Oliveira.

    Nas Fábricas de Cultura da zona leste de São Paulo, temos a exposição “Arte para todos”, em parceria com o Instituto Olga Kos de Inclusão Cultural. Serão 10 telas com pinturas e técnicas variadas, cujos autores são jovens com síndrome de Down. A atividade será itinerante e ficará uma semana em cada local. O cronograma é: De 16/03 até 22/03 – Fábrica de Cultura Cidade Tiradentes; De 23/03 até 29/03 – Fábrica de Cultura Vila Curuçá; De 30/03 até 05/04 – Fábrica de Cultura Itaim Paulista.

    Já na Fábrica de Cultura de Santos, em 21/03 às 15h, o público apreciará o espetáculo musical da Associação Projeto TAM TAM, cuja principal objetivo é promover a inclusão em todos os aspectos. Como ONG, visa complementar políticas públicas para pessoas com deficiências, síndromes, distúrbios, e/ou doenças psiquiátricas e do afeto.

    E as equipes da Bibliotech organizaram, em todas as Fábricas de Cultura, rodas de conversas e encontros de leitores para dialogar a respeito da Síndrome de Down, alguns baseados no livro “Quem sou eu?”, da autora Mariana Reade. A obra trata, de um modo puro e inocente, do cotidiano de uma menina que nasceu com um cromossomo extra e se depara com a visão adulta de que ela não compreende o mundo. A personagem principal, que narra a história, revela-se como um ser que está vendo o mundo pela primeira vez.

    Hoje, às 10h, a Fábrica de Cultura Sapopemba fará uma transmissão ao vivo e convidará as mães de aprendizes com a síndrome para compartilhar as experiências de criar uma criança com Down. Nesta partilha, falarão alegrias e desafios, a fim de desmistificar, informar e sensibilizar as pessoas, com o intuito de diminuir o preconceito através da informação.

    Terão contações de histórias, também, da obra “Quem sou eu?”, na Fábrica de Cultura Parque Belém, em 21/03, às 10h. Na Fábrica de Cultura Santos, em 21/03, às 15h. Na Fábrica de Cultura Itaim Paulista, em 21/03, às 11h. Todas presenciais, nas bibliotecas, das respectivas instituições, sem necessidade de inscrição.

    E, ainda, terá roda de conversa sobre este assunto na Fábrica de Cultura Cidade Tiradentes, em 21/03, às 15h, com o aprendiz de teatro Nestor Ferreira Jr. e os familiares e, depois, o vídeo será divulgado no YouTube TV Fábricas. Além de outros encontros de leitores, como na Fábrica de Cultura São Bernardo do Campo, em 21/03, às 15h. 

    Na Fábrica de Cultura Vila Curuçá em, 21/03, às 15h30, com participação de Juliana Urquisa, mãe de Luciana Urquisa, uma garota com síndrome de Down. Todos serão transmitidos ao vivo nas redes sociais. Mais informações.

    Na Fábrica de Cultura Diadema terá o encontro com autora Mami Segunchi, em 21/3, às 15h, sobre o livro: Amor, uma fadinha muito especial. E na Fábrica de Cultura Jaçanã terá a sessão comentada do filme “Colegas”, em 21/3, às 14h, que tem como protagonista três atores com síndrome de Down. Para essa ação, estarão presentes a Associação de Pais e Amigos do Banco do Brasil e Comunidade que atende crianças com deficiência intelectual, TEA e Síndrome de Down e familiares. 

    Após a exibição, acontecerá um breve bate-papo com uma profissional do Serviço Social da região. O público será composto por aprendizes dos Ateliês de Capoeira e Balé da Fábrica, além do público enviado pela Associação.

    Na quinta-feira(23/03), às 14h30, na Fábrica de Cultura Brasilândia, terá exibição do curta “Marina não vai à praia”, onde um grupo de adolescentes prepara uma viagem para o litoral. Marina, uma garota com síndrome de Down, deseja conhecer o mar. Impedida de viajar, ela busca caminhos para realizar este sonho.


  • Encerramento do carnaval do Marco zero é marcado por superlotação na área acessível

    Encerramento do carnaval do Marco zero é marcado por superlotação na área acessível

    Texto: Paulo Pinheiro / Foto da capa: Larissa Pontes

    Está encerrado mais um carnaval do Recife, na terça-feira (21/02), a tradicional festa de fechamento aconteceu no palco Marco Zero e contou com nomes de peso da cultura pernambucana. André Rios, Nena Queiroga, Alceu Valença, Elba Ramalho, Lenine, Maestro Spok e João Gomes, comandaram o palco do polo principal, das 18h do dia 21 até às 4h do dia 22/02. A área acessível estava disponível para os/as foliões(a) aproveitarem o último dia do carnaval e se despedirem da época mais aguardada do ano pelos pernambucanos.  

    André Rios, abriu a festa e comentou a importância do carnaval democrático e inclusivo “É fundamental, eu fiz questão de descer para a parte de baixo do palco, é lindo poder dá acesso para todos de forma igualitária. A gente vive em um mundo que não cabe mais nenhum tipo de preconceito ou segregação, o sol está aí para todos, então que todos tenham possibilidades”, contou.

    Fotografia no palco do marco zero todo iluminado de vermelho, ao centro tem cantor João gomes cantando com seus músicos.
    Foto: Paulo Pinheiro

    As atrações estavam atentas a questão de acessibilidade do evento, assim como André, o Maestro Spok comentou a relevância da área acessível – Nós não conseguimos saber como é a realidade de uma pessoa com deficiência, só vivendo para saber das dificuldades, mas é sempre uma questão que acompanhamos de perto. Acredito que ainda tem coisas para melhorar, mas que bom que as pessoas estão acordando para este tema tão importante, que é a inclusão – explicitou.

    O Maestro ainda relembrou a participação do passista de frevo e cadeirante, Matheus Pimentel “é lindo ver ele no palco e você nota que aos poucos as coisas estão evoluindo, mas ainda tem muito a ser feito. Quando eu toco ao lado de alguém como ele, eu vejo tudo mais claro”, concluiu.

    O evento contou com a equipe de intérpretes de libras, que comentou a rotina no polo principal. “Eles podem interagir com a gente e com a obra do autor, tivemos todo um preparo antes para esse momento de tradução, estamos desde a sexta-feira, participando e transmitindo para a comunidade surda presente aqui na área acessível.”, Lucas Castro, intérprete de libras.  Para Simone Lime, também intérprete, o carnaval possibilitou boas experiências “é uma emoção enorme transmitir o que está acontecendo, isso é a verdadeira inclusão”, afirmou.

    Às 21h50 o palco do Marco Zero foi tomado pelos versos das músicas de João Gomes, o cantor mobilizou um grande coral com seus maiores sucessos: “Eu tenho a senha”; “Se for amor”; “Que nem vovô” e “Aquelas coisas”. João Gomes, também surpreendeu a todos da área acessível, ao descer do palco e cumprimentar todas as pessoas que estavam por lá.

    Fotografia do cantor João gomes, um homem branco, com boné preto, uma blusa de botão com xilografias, com calça jeans e está envolvido nos braços com bandeira de pernambuco.
    João Gomes emocionado ao cantar no Marco Zero (Foto: Paulo Pinheiro)

    Durante a coletiva, ele comentou a participação das pessoas com deficiência em seu show  – Ali na frente, tem pessoas na área acessível, todo mundo curtindo e tendo uma boa visão do palco. Estou muito feliz de estar aqui – pontuou. 

    Vânia Carvalho, avó de Jonatas Lima que é uma pessoa surda e usuário de cadeira de rodas, comentou o entusiasmo do neto pelos shows e sua satisfação em estar em uma área projetada para pessoas com deficiência “Ele adora festa! A área acessível está excelente, estou muito feliz pelo o que eu encontrei neste carnaval. Eles também sentem prazer em participar desta festa”, declarou.

    Fotografia de Vânia, uma mulher negra, com cabelo com rabo de cabelo, uma blusa azul e calça jeans e está abraçando Jonatas um homem negro, com cabelo curtinho, usa barba, está blusa e caça preta e está sentando na cadeiras de rodas.
    Vânia Carvalho e Jonatas Lima curtindo os shows do Marco Zero na área acessível. (Foto: Larissa Pontes)

    Com grandes atrações, o palco principal lotou cedo e consequentemente a área acessível também. O espaço destinado à acessibilidade do evento se tornou pequena, para o grande público com deficiência que compareceu ao espetáculo. Segundo a organização da área PCD, às 19h o limite de pessoas foi atingido na área reservada e consequentemente várias pessoas com mobilidade reduzida, cadeirantes e surdas ficaram desassistidas pelo evento.

    “Faltou mais espaço no camarote da acessibilidade, só tem apenas um banheiro adaptado, era para ter mais. O atendimento está bom, eles foram legais com a gente, mas o espaço deixou a desejar. Eu não tive dificuldade para chegar aqui, mas tenho consciência que outros tiveram, pela quantidade de pessoas que estão aqui. A prefeitura do Recife deve procurara o Conselho da Pessoa com Deficiência, para receber orientação”, contou Amidol, Paratleta.

    Para a turista Siana Guarajara, Distrito Federal (DF), a falta de informação comprometeu o último dia do carnaval no Recife “Conseguimos o veículo acessível disponibilizado pela prefeitura e chegando lá, buscamos informações para termos acesso à área acessível e houve desencontros de informações. Os bombeiros nos ajudaram a chegar no palco, lá, a organização do evento disse que não havia mais vagas e pediram para nos retirarmos, pedimos para ficar no cantinho por medo da multidão que estava fora da área reservada e eles insistiram para saímos. Foi um constrangimento que poderia ter sido evitado. A área acessível era minúscula, tudo isso só para dizer que existe inclusão? Mas não existe”, relembra.


  • Galo da Madrugada recebe o Camarote da acessibilidade com apenas 200 vagas

    Galo da Madrugada recebe o Camarote da acessibilidade com apenas 200 vagas

    Texto: Larissa Pontes / Foto da Capa: Wesley D’Almeida/PCR

    A cidade do Recife despertou com o céu claro e o sol brilhante, o que era o brilho que o Galo da Madrugada tinha para trazer mais 2,5 milhões de pessoas para comparecer ao bloco, sendo considerado o maior do mundo. “O camarote da acessibilidade é uma parceria da prefeitura da cidade do Recife com a Fundação de Cultura e oferece para as pessoas com deficiência de mobilidade reduzida, esse espaço no maior bloco do mundo que é o Galo da madrugada. Então para a gente pessoa com deficiência é uma iniciativa muito importante, porque o Carnaval do Recife é um carnaval inclusivo” afirma dida duque, coordenadora de acessibilidade do camarote da acessibilidade.

    A Prefeitura do Recife disponibilizou 200 vagas para o Camarote da Acessibilidade. As pessoas com deficiência se inscreviam através do portal do Conecta Recife e, a partir daí, concorriam via sorteio quem ia poder ir ao camarote. Mais de mil cidadãos se inscreveram no portal do Conecta Recife para o Camarote da Prefeitura. Dessa forma, muitas pessoas com deficiência questionaram porque as vagas seriam por sorteio e porque não aumentaria a capacidade.

    “Sabemos que em Recife e Pernambuco tem muitas pessoas com deficiência, mas infelizmente a gente não tem estrutura para contemplar todo mundo. Então, nós esperamos também que outros camarotes do Galo também tenham acessibilidade, que dê condições para as pessoas com deficiência que queira comprar a sua camisa dos outros camarotes, que seja que possa ter acessibilidade. Mas infelizmente os empresários ainda não têm essa consciência de que a gente com deficiência se divertir. Não é só a prefeitura que tem se preocupar, as iniciativas privadas também. Tem que se preocupar com isso porque somos cidadãos, tem pessoas com deficiência que têm condições de comprar as camisas dos camarotes, mas infelizmente não vão, porque não tem acessibilidade. Então é um recado que deixo aí para os organizadores do Galo e pros organizadores também de Camarote que garantam acessibilidade para que nós pessoas com deficiência. Nós não queremos nada de graça, e sim nosso direito. A gente só quer que tenha que garanta a sensibilidade para gente poder estar nesses espaços. ” afirma Dida duque. 

    Fotografia com a estutura do Camarote da acessibilidade, com várias pessoas com deficiência esperando o desfile do Galo da Madrugada. Atrás do Camarote tem Igreja do Carmo e céu azul com poucas nuvens.
    Pessoas com deficiência acompanham o desfile do Galo da Madrugada (Foto: Larissa Pontes)

    O camarote da acessibilidade fica localizado o Pátio do Carmo, na Avenida Dantas Barreto, foi planejado desde dezembro. Ofereceu os serviços de Interpretação de Libras e audiodescrição. “Desde dezembro que a gente começa com esse trabalho, com toda a questão de estrutura, a Fundação de Cultura que mantém faz toda essa estrutura então. São quatro meses de preparo do camarote da acessibilidade para tudo sai ok”, explica Dida. 

    Um das pessoas sorteada foi Célio Ricardo, paratleta que chegou cedo ao camarote da acessibilidade e falou que as pessoas com deficiência estão saindo de casa. “O mundo globalizado com mais inclusão e acessibilidade, então muito cadeirante que ficavam em casa hoje consegue percorre a cidade do recife, que está bastante adaptável. O galo é um exemplo clássico para cadeirantes não ficar em casa, porque tem tudo aqui. Neste carnaval, como sou pernambucano estou esperando o frevo, orquestra de frevo, as outras é só mais um detalhe, mais o carnaval de pernambuco é frevo”, afirma Célio. 

    No Galo da Madruga estava presente a Rei e a Rainha das pessoas com deficiência. O Eficientes conversou com a rainha do carnaval, Nina Souza, microempreendedora, intérprete de libras e professora de dança. Com dez anos de experiência na dança, ela loga se interessou pelo concurso que envolvia a dança. “Não tinha esperança que eu ia ganhar, mas assim fui na empolgação dos amigos, então fui lá, dei o meu melhor e tô aqui hoje como rainha. É a emoção inexplicável, é cada momento, cada evento é uma emoção diferente. Eu particularmente estou fechando meus 10 anos de dança,  comecei no frevo sobre Rodas e agora como rainha do carnaval e assim sendo reconhecida sendo conquistando mais espaço ainda para dança e para mostrar a pessoa que a gente pode chegar em qualquer lugar” relata Nina. 

    Fotografia com o Rei e rainha da pessoa com deficiência na cadeiras de rodas e ao lado deles tem o Rei e Rainha da pessoa idosa e no meio está Ana Rita Suassuna que é secretária de Desenvolvimento Social, Direitos Humanos, Juventude e Políticas sobre Drogas.
    Rei e Rainha da pessoa com deficiência e da pessoa idosa, Secretária de Desenvolvimento Social (Foto: Larissa Pontes)

    Saímos do galo diretamente para o Carvalheira na Ladeira, sendo uma festa privada com vários shows como Anitta, Durval, Jorge Matheus, Mari Fernandes que estão disponibilizando acessibilidade, embarcamos nessa aventura com nossa repórter Pamela Melo que irá relatar o que vivenciou. Confira a próxima reportagem. 


  • O carnaval do Recife teve acessibilidade?

    O carnaval do Recife teve acessibilidade?

    Texto: Larissa Pontes / Foto da Capa: Marcos Pastich/PCR e Ed Machado/PCR

    A longa espera para o Carnaval do Recife acabou na última sexta-feira (17), com a abertura do Carnaval na praça do Marco Zero. A cerimônia iniciou com as tradições pernambucanas com o desfile e apresentação das agremiações, depois o Maestro do Forró iniciou a cerimônia de abertura com a orquestra da bomba do Hemetério. Na sua apresentação teve a participação especial de Matheus Teixeira, o Rei da pessoa com deficiência do Carnaval, que transmitiu uma mensagem maravilhosa “O carnaval do Recife é isso, está aberto o carnaval da diversidade, da inclusão e do amor, muita paz e muito frevo”. 

    João Victor fez aniversário em 16 de fevereiro e estava na apresentação para celebrar os seus 14 anos com o pai, Edgar. Ele disse-nos: “Eu e meu filho João Victor gostamos muito da Orquestra Popular da Bomba do Hemisfério. Somos amigos de Chico, o maestro do forró, há muito tempo, e viemos prestigiá-lo mais uma vez”. 

    Fotografia tem Edgar que um homem branco, cabelo curto, usa óculos, está de blusa preta e calça jeans e nos seus ombros está seu filho João Victor, que criança com deficiência, vestida de homem aranha.  Atrás dele tem público geral do Marco Zero.
    Pai e filho assistindo à Orquestra da bomba do Hemetério (Foto: Paulo Pinheiro)

    O Carnaval do Recife teve como tema “#VolteiRecife Com Todos os Carnavais”, uma homenagem aos Carnavais antigos, devido ao grande anseio dos foliões por essa celebração tão democrática, que proporciona alegria para todos durante cinco dias. A capital pernambucana recebeu 2,7 milhões de pessoas, com média de 300 mil visitantes por dia no Marco Zero. Dentre eles, a mineira Carolina Ayres Lavourinha, designer e usuária de cadeiras de rodas, que veio do Rio de Janeiro com sua família. “Nós sempre viemos para o Carnaval do Recife, por minha mãe ser Pernambucana e gostamos muito do Carnaval daqui. Estou na expectativa para ver todos os cantores, Caetano Veloso, Duda Beat, Geraldo Azevedo, Alceu e Elba..” relata a designer. 

    Na fotografica tem quatro pessoas (duas mulheres e dois homens), todos com roupas de carnaval. Estão perto da grade que dividide o palco do Marco Zero e público geral.
    Família reunida para se diverti no Carnaval do Recife (Foto: Paulo Pinheiro)

    O Marco Zero dispôs de um espaço acessível para as pessoas com deficiência, onde podiam assistir aos shows, levar um acompanhante e usufruir do serviço de audiodescrição, além de contar com intérpretes de Libras. 

    Liliana Tavares, responsável pela equipe de audiodescrição, explicou como funciona. “ Nós temos um aparelho, no qual, falamos e as pessoas com deficiência visual escuta tudo se que se passa no palco, traduzimos as imagens, é nosso segundo ano realizando esse trabalho aqui no Carnaval”. A equipe “com a acessibilidade” estuda toda a programação do Carnaval para que este trabalho seja realizado. “Nós temos um glossário do carnaval, pegamos as informações que saíram do carnaval, a gente vem antes, fotografa, faz o roteiro da audiodescrição antes, mas claro que carnaval é carnaval, acontece muita coisa simultânea, as roupas das pessoas, nós vamos saber no dia, como a gente tem muita experiência trabalhamos a mais de 10 anos, nós também fazemos isso de forma simultânea e qualquer coisa pode acontecer, porque a gente está perto do público, temos vê o que estão fazendo, o que estão vestindo, porque carnaval não é só show é quem está perto da gente também” conta Liliana. 

    fotográfia contém quatro pessoas (três mulheres e um homem) todas de blusa preta e calcça jenas, com fones de ouvido em frente ao palco do Marco Zero.
    Equipe da audiodescrição no Marco Zero (Foto: Paulo Pinheiro)

    Esses recursos de acessibilidade faz com que todos tenha acesso igualmente a aproveitar festa como o Carnaval. Liliana muito animada conta qual é sensação pode realizar esse trabalho. “Então, quando vemos, eles dançando, quando falamos assim, as pessoas estão levantando os braços com dedo para cima e eles fazem, é quando eles se sentem parte do grupo. Às vezes eles perguntam como se dança, maracatu, por exemplo. A gente vai e diz, mostra então assim fazer com eles façam parte da cultura e possam usufruir da festa e se sintam parte do grupo”, relata a coordenadora. 

    Michell Platini, publicitário, servidor público do Recife e pessoa com deficiência, visual, estevem presentem em vários dias na parte de acessibilidade e utilizando os recursos de audiodescrição, conta um pouco o que levar ele brincar o carnaval. “Sou carnavalesco, eu gosto de folia de povo e ter o recurso de acessibilidade para poder acompanhar o carnaval e fez, está aqui hoje. A experiência do carnaval está sendo muito rica, porque vivenciar o carnaval já é ótimo, vivencia o carnaval tendo acesso a imagens, faz você guardar na memória um momento como esse. Depois de dois anos sem carnaval a gente fica meio destreinado, mas é igual andar de bicicleta, quem já vivenciou o carnaval lembra como é emoção, lembra como é o passo do frevo, lembra qual é sensação de está no meio do povo. Então estou muito contente e alegre de está de volta ao carnaval” conta Michell. 

    Nesta noite de abertura do carnaval, está presente vários artistas, secretários, ministros e o prefeito do Recife, João Campos, explica sobre como foi montado a acessibilidade e a importância desses espaço. “ O carnaval do Recife é um carnaval inclusivo, significa que todos têm o acesso em participar. Fizemos o acesso especial para as pessoas com cadeiras de rodas, o galo da madrugada tem um camarote especifico da acessibilidade, tem que dar direito a todos, agora ninguém fica para trás, todo mundo pode brincar e se diverti”, explica o prefeito. 

    É importante que evento culturais tenha a preocupação e dê acesso às pessoas com deficiência poderem se divertir nos eventos. Silvério Pessoa, Secretário da Cultura, fala sobre a importância das práticas de acessibilidade na cultura. “ A acessibilidade que não seja nada excepcional, que seja uma prática natural, prática humana. O conceito de diferença ter que ser reconfigurado, revisto e o que percebo é que todas as atividades, as práticas, as ações não só da prefeitura, como a governadora do estado, a questão de acessibilidade, de inserção, de acolhimento, respeito, com naturalidade cada vez mais é acentuado. Então estou muito feliz de dizer, vê e perceber que essa ação está cada vez mais espontânea”, afirma Secretário. 

    Mas Recife ainda tem muitas questões a acessibilidade e inclusão das pessoas com deficiência para evoluir e aprimorar os serviços oferecidos, na noite de sexta-feira muitos detalhes de decoração, de serviços estavam sendo finalizados. Fernanda Lira Ayres, mãe de Carolina, também relatou que entrou em contato com a prefeitura do Recife e se informou que ia ter vans adaptadas para trazer até o Marco Zero. “Mas o transporte não era acessível, era uma van, que não era adaptada para a cadeira de rodas. Ela entrou no veículo nos braços do motorista, que foi muito solícito, mas mesmo assim é uma situação constrangedora. Quando chegamos no palco principal no início da tarde, ainda não tinha uma equipe para dar suporte”, afirma Fernanda. 

    Michell também relata que para chegar até Palco do Marco zero, não é muito fácil. “Sempre tempos dificuldades infelizmente não há uma rota acessível para essa área, o transporte público podia para mais perto. Mas sem está mar de gente para a gente curtir o carnaval”, afirma Michel. 

    O pai João Victor também faz algumas críticas sobre divulgação da acessibilidade chegue a mais pessoas com deficiência. “Seria bom que mais pessoas pudessem participar mais, a gente vê aqui dois cadeirantes, no estado de Pernambuco só tem dois cadeirantes? Se todo mundo se conscientizassem e terem acesso, muitas pessoas também não tem esse conhecimento de ter acessibilidade e essa facilidade que a gente tem de trazer nossos entes. Há 3 anos não temos o evento, já foi melhor, estou achando esse espaço muito pequeno, na hora que encher mesmo será meio complicado. Esse ano o espaço está sendo o menor de todos, apesar de só ter duas cadeiras só. Mas poucas pessoas vão respeita isso depois que convidados, convidado do convidado aí terminará lotando isso daqui”. 

    Na sexta-feira, a área de acessibilidade estava do lado direito do palco e era menor que nos outros dias em que realizamos a cobertura. Além disso, foi possível perceber a dificuldade de locomoção quando o espaço estava cheio de convidados da Prefeitura do Recife. Muitos cadeirantes tiveram que ser auxiliados pelos bombeiros para terem acesso ao banheiro ou sair dessa área.

    A cerimônia de abertura terminou com o espetáculo do Caetano Veloso, que animou a noite com canções do seu disco “Meu Coco”, mas também tocou algumas músicas mais antigas. Caetano tem uma ligação profunda com Pernambuco, já ganhou o título de cidadão Pernambucano e quis homenagear Pernambuco com a música “evocação” de Nelson Ferreira, um grande sucesso de Carnaval. A praça do Marco Zero estava cheia de pessoas ansiosas pelo show, pois fazia 10 anos que Caetano havia feito uma apresentação no Carnaval do Recife.

    O Manoel, que é estudante de publicidade e tem mobilidade reduzida, estava ansioso pelo show do Caetano. “Eu amo carnaval desde criança. A minha família é muito carnavalesca e eu só simplesmente amo. Por o carnaval ser isso, é a festa do povo, é uma grande festa contagiante, é a festa mais democrática que a gente tem no Brasil todo. Então eu amo estar nessa Folia e fazer parte desse carnaval na volta, né? Então eu não ia perder ele jamais e esse carnaval que marca volta e dois anos sem carnaval e hoje vim para vê o Caetano, porque ele embalar a minha vida são várias músicas dona da minha cabeça ela vem como um carnaval”, afirma o estudante de publicidade.

    Já duda beat estava emocionada de cantar na cidade onde nasceu e viveu por anos, relembrou quando ia ao Carnaval do Marco Zero com sua avó e fez uma homenagem a ela cantando a música “Voltei Recife”. O carnaval está oficialmente aberto para a brincadeira de sábado de Zé Pereira no maior bloco Galo da Madrugada. 


  • Carnaval do Recife garante acessibilidade para os foliões

    Carnaval do Recife garante acessibilidade para os foliões

    O carnaval de Recife em 2023 começará no dia 17 de fevereiro, trazendo vários artistas como: Caetano Veloso, Duda Beat, Alceu Valença, Elba Ramalho, Pabllo Vittar, Melim, Nando Reis, João Gomes, Nena Queiroga, André Rios e outros convidados para animar os foliões. A Prefeitura do Recife irá garantir acessibilidade para as pessoas com deficiência. 

    Paulo Fernandes, gerente de pessoas com deficiência na Secretaria Executiva de Direitos Humanos da Prefeitura do Recife, explica como irá funcionar a acessibilidade no Recife Antigo e Galo da Madrugada. 

    No palco do Marco Zero, as pessoas com deficiência terão acesso ao Frontstage, que fica na frente do palco, com acesso Interpretação de Libras e Audiodescrições. “A audiodescrição será apenas no Marco Zero, às pessoas cegas que forem para o Frontstage receberão o equipamento e o audiodescritor estará próximo fazendo a narração das informações visuais”, explica Paulo Fernandes.

    Para ter acesso ao Frontstage, as pessoas com deficiência precisam se dirigir para o lado esquerdo do palco principal do Marco Zero, haverá uma equipe da Central de Direitos Humanos e Acessibilidade para fornecer pulseiras de acesso à área acessível. As pessoas com deficiência deverão apresentar um documento que comprove a sua deficiência. 

    “O número de pulseiras é limitado e elas são distribuídas conforme a ordem de chegada e a capacidade do local. Além disso, haverá um espaço acessível nos polos da Praça do Arsenal e do Cais da Alfândega”, conta o gerente da pessoa com deficiência.

    A Prefeitura Municipal também disponibiliza intérpretes de Libras para as pessoas surdas em todos esses polos do Recife Antigo, além de vans adaptadas do PE Conduz, que sairão da frente da Prefeitura do Recife até o Palco Central do Marco Zero, para transportar usuários de cadeiras de rodas, de muletas e com mobilidade reduzida. O serviço das vans estará disponível das 18 horas à meia-noite. 

    O Galo da Madrugada também terá um espaço para pessoas com deficiência, o Camarote da Acessibilidade, com Interpretação em Libras e Audiodescrições. Para ter acesso às pessoas com deficiência precisam se inscrever. 

    As inscrições para este ano diferirá das dos anos anteriores. As pessoas com deficiência poderão se inscrever pelo Conecta Recife nos dias 13 e 14 de fevereiro, à tarde. “Neste ano, os candidatos concorrerão a 200 vagas, que serão selecionadas através de um sorteio online, ao vivo, que contará com a presença do prefeito João Campos. Ressaltamos que todos os inscritos receberão a confirmação com o horário do sorteio”, conta Paulo Fernandes. 

    Para se inscrever para o Camarote da Acessibilidade, só poderão pessoas a partir de 14 anos e residir no Recife. Na entrada do Camarote, será necessário apresentar um documento comprobatório da deficiência e o comprovante de residência. 

    As vans da empresa PE Conduz farão o transporte para Galo Madrugada apenas para as pessoas inscritas para Camarote da Acessibilidade, que sejam usuárias de cadeira de rodas, muletas ou mobilidade reduzida. O transporte sairá da Praça do Derby, às 07 horas e retornará ao mesmo local às 17 horas. 

    Confira a programação completa através do site Carnaval do Recife.


  • Falta de acessibilidade no bloco de Bar em Bar

    Falta de acessibilidade no bloco de Bar em Bar

    Texto: Larissa Pontes / Revisão de Texto: Antonio Moura

    No último sábado (04), tivemos o bloco de bar em bar, também chamado de bloco da galera, com grandes atrações, como Xand Avião, Zé Vaqueiro, Mari Fernandez, Léo Santana e Menos é mais, prometendo uma edição histórica. A estrutura do evento era grandiosa, com um palco amplo e uma passarela, além de um show de fogos de artifício. 

    O evento prometeu que todos os ambientes teriam estrutura para acessibilidade e disponibilizaria um espaço para as pessoas com deficiência. Contudo, recebemos queixas de falta de acessibilidade no bloco. 

    Nicole Aguiar, formada em Direito, narrou a sua experiência ruim no evento. Ela tem meningocele, uma má formação que acontece durante a gravidez, e, por isso, usa cadeira de rodas. Ela esperava assistir e curtir os shows dos seus cantores favoritos, especialmente do Zé Vaqueiro, já que nunca havia ido a um show dele. Ao chegar ao evento por volta das 17h30, percebeu-se a ausência de acessibilidade. Não havia autonomia para entrar e sair da área destinada às pessoas com deficiência, sem contar a falta de segurança e fiscalização, o que permitia que pessoas sem deficiência invadissem o local.

    “Quando cheguei ao evento perguntei aos segurança sobre a área pcd, ele não soube me informar e chamou uma pessoa da organização que estava perto. A organização falou que eu havia entrado local errado, que a entrada da pessoa com deficiência era outra entrada, porque a área pcd ficava do outro lado.” relatou Nicole.

    Nicole questionou a ausência de um comunicado nas redes sociais sobre a entrada para pessoas com deficiência, viu apenas que tinha uma entrada para todos. A organização solicitou que os bombeiros acompanhassem até o local acessível. “Chegando na área acessível, os bombeiros me largaram lá e foram embora. Percebi existirem pessoas sem deficiência na área, que não tinha nenhum segurança na área acessível olhando se pessoas sem deficiência estavam invadindo. Eles só colocaram um pano preto para dividir a área pcd”, descreve Nicole. 

    Visão da pessoa com deficiência para o palco . Foto: Nicole Aguiar

    Nicole não podia enxergar o palco devido às pessoas que estavam em pé à frente quando os shows começaram. Ela pediu para a pessoa que estava na sua frente para dar um pouco de espaço, para que avistasse o palco e aproveitar o show. A pessoa respondeu: “Você já está na área acessível e ainda quer ver o show?” Esse tipo de atitude é uma forma de discriminação contra pessoas com deficiência. 

    O Estatuto da pessoa com deficiência no artigo 4 assegura que “Toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de oportunidades com as demais pessoas e não sofrerá nenhuma espécie de discriminação”. No primeiro parágrafo fala-se o que é discriminação: “Discriminação é toda forma de distinção, restrição ou exclusão, por ação ou omissão, que prejudique, impeça ou anule o reconhecimento ou o exercício dos direitos fundamentais de pessoa com deficiência, incluindo a recusa de adaptações razoáveis e de fornecimento de tecnologias assistivas.” 

    É crime descriminar uma pessoa com deficiência, segundo o artigo 88  da Lei Nº 13.146/2015 “Praticar, induzir ou incitar discriminação de pessoa em razão de sua deficiência.” A punição para quem infringe a lei é a reclusão de 1 a 3 anos e multa.

    Nicole permaneceu tentando de alguma forma assistir ao show. Quando Zé Vaqueiro, começou a se apresentar, começou a chover muito forte e mais pessoas sem deficiência começaram a pular na área de acessibilidade. “Fiquei no fundo da área de acessibilidade, ao lado de uma mulher grávida que estava com medo de ser agredida. Eu e meu amigo pedimos que ela se colocasse atrás da minha cadeira para que as pessoas não a machucassem”, disse a bacharelada em direito.  

    Anderson Gomes, produtor de conteúdo e estudante de Educação Física, que acompanhava Nicole, relatou que a área de acessibilidade ficava localizada ao lado do centro de convenções e na frente havia uma ladeira. “Nós sempre timos que ficar conferindo se o freio cadeiras de rodas estava acionado, teve uma hora que Nicole foi empurrada e quase caiu”. Nicole não caiu porque alguém que estava na sua frente a segurou.  

    Outra impossibilidade era o consumo de bebidas, devido à ausência de organização. “Não bebemos nada durante a noite, porque havia muitas pessoas e os atendentes não dava conta de todos os consumidores. Além disso, as pessoas que acompanhavam as pessoas com deficiência não tinham nenhuma identificação que íamos comprar bebida para eles. Só conseguimos alimentação, porque eu sair dessa área da pessoa com deficiência para poder comprar, porque para chegar aos quiosque não existia acessibilidade” — relata Anderson. 

    Nicole e Anderson não puderam assistir aos outros shows que haviam programado para a noite, pois, devido às inúmeras dificuldades de acessibilidade, não conseguiram permanecer no evento após o show de Zé Vaqueiro. Mas para sair do evento enfrentaram mais problemas de acessibilidade. Porque durante o evento choveu bastante, deixando diversas áreas com lama.

    “A área destinada às pessoas com deficiência estava, aproximadamente, a 50 metros da saída, o que não era tão longe, mas, para sair, só havia duas opções: uma por uma ladeira cheia de barro ou no meio do evento, onde havia diversas pessoas, o que tornava a situação meio impossível, uma vez que eu precisaria de ajuda e não havia bombeiros presentes. Então tivemos que sair na ladeira de barro” conta o estudante Educação física.  

    Esses exemplos revelam a necessidade que a sociedade tem de dar mais atenção às pessoas com deficiência, que são invisibilizadas constantemente. “Eu nunca me senti tão constrangia, por conta de um grande descaso com as pessoas com deficiência. Para mim foi um dos piores eventos que já fui na minha vida. Eu já fui em vários eventos gratuitos, mas com estrutura de acessibilidade bem melhor. Eu e meu acompanhante pagamos no total R$250,00 no ingresso e eles ainda entregavam um abadá enorme para todo mundo, tamanho GG para gente ser obrigado a fazer customização com eles que são do evento. Eventos como este mostram que a única intenção era lucrar”, descreve Nicole. 

    Quando os eventos não são acessíveis, diversas pessoas com deficiência e necessidades especiais são desrespeitadas e seus direitos legais não são garantidos. Acessibilidade é uma questão séria, não deve ser tratada como qualquer outra coisa. Existem pessoas que precisam que esse direito seja garantido para poderem ter independência, liberdade para aproveitar os eventos como todas as outras pessoas. 

    Existem empresas e organizações que fazem um trabalho sério de garantir a acessibilidade em eventos, a maioria dos eventos não quer contratar esses serviços porque acham que são serviços que podem ser dispensados. 

    A acessibilidade em eventos é assegurada pela Lei nº 10.098/2000, a qual estabelece a remoção de obstáculos arquitetônicos, de comunicação, metodológicos e instrumentais, a fim de proporcionar uma melhor qualidade de vida para todas as pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.

    Todos esses entraves à acessibilidade poderiam ter sido solucionados se olhassem para as pessoas com deficiência respeitosamente e inclusiva. “Precisamos de lugares para que as pessoas com deficiência possam circular pelo evento, ir à lanchonete, ao bar, ficar mais perto do palco para poderem ver os artistas melhor, sem ninguém na frente e com uma cerca atrás, e seguranças nos protegendo. Além disso, precisamos de intérpretes de libras e de outras medidas”, explica Nicole. 

    A produção do evento do bloco de bar em bar não respondeu à nossa solicitação de entrevista até o fechamento dessa reportagem. 

    Confira o video:

    https://www.instagram.com/reel/CoSV18foDvi/?utm_source=ig_web_copy_link

  • nclusão social com a Turma da Mônica

    nclusão social com a Turma da Mônica

    A Turma da Mônica vem se destacando ao longo dos anos por sempre estar preocupada em criar personagens que geram representatividade para várias causas. Uma dessas causas é a da pessoa com deficiência. 

    Maurício de Sousa sempre criou personagens a partir de amigos, filhos e familiares. Em 1959, teve sua primeira tirinha publicada no jornal Folha da Tarde, com dois personagens, Bidu e a Franjinha. Depois criou o Cebolinha, o Piteco, o Astronauta, o Horácio e o Penadinho. Sua personagem principal, Mônica, surgiu em 1963, e a inspiração de Maurício veio de sua própria filha. 

    Em algumas entrevistas, Maurício de Sousa conta que percebeu, enquanto criava os personagens, que ele não jogava bola só com amigos como Cebolinha, mas que também tinha amigos com algumas deficiências. Foi então que ele decidiu ir estudar sobre as pessoas com deficiência para entender como elas vivem e enfrentam os problemas, pensando na redução de preconceitos em suas produções. 

    Maurício criou o Hamyr, um garoto habilidoso, inteligente, simpático e que usava muletas para se locomover, mas ele apareceu apenas em duas histórias. Em 1960, ele criou o Humberto, um garoto carinhoso, sonhador e com deficiência auditiva, que se expressa através da Língua Brasileira de Sinais. 

    A partir dos anos 2000, foram aparecendo personagens como o André. Ele surgiu em 2003 em uma revista educativa chamada “A Turma da Mônica — Um amiguinho diferente” em parceria com associação de amigos do autista, durante uma campanha que buscava esclarecer o que é o autismo. Ele é uma criança de 4 anos, um garotinho gentil, fofo, com o espectro autista. Nas histórias, podemos ver suas particularidades de se comunicar e de interagir com os amigos. 

    A Dorinha foi lançada em 2004, na edição 221º do gibi da Mônica, sempre acompanhada do seu cão-guia chamado Radar. A Dorinha foi inspirada pela Dorina Nowill, uma mulher que perdeu sua visão ainda criança e sempre lutou pela causa das pessoas com deficiência visual. As aparições de Dorinha nas histórias da Turma da Mônica faz com que as crianças tenham um novo olhar para mundo e que possam perceber o mundo através de várias formas, além da visão. Também quebra paradigmas da indústria da moda sobre a mentalidade, inovação e disruptiva, porque Dorinha sonha em ser estilista e criar uma linha de roupas inclusivas quando ficar adulta. 

    Neste mesmo ano, em dezembro, na edição 222 do Gibi da Mônica, teve a estreia do personagem Luca, que é garoto charmoso, encantador, apaixonado por esportes, as meninas do bairro do timoneiro são apaixonadas por ele. Luca tem paraplegia; por isso, utiliza uma cadeira de rodas, as inspirações do Maurício para criar ele foi os jogadores de basquete cadeirantes. Na história sua cadeira de rodas tem equipamentos tecnológicos que ajudam a desvendar mistérios. A mensagem na história do Luca é mostrar que as crianças são felizes independente de qualquer deficiência física. 

    Em 2009, Maurício cria a Tati, uma personagem muito inteligente, habilidosa com síndrome de Down. A inspiração veio da atriz Tathi Piancastelli. A personagem apareceu na revista educativa “Turma da Mônica com viva as diferenças!” que foi uma parceria entre Instituto Maurício de Sousa e Meta Social, o objetivo era explicar sobre a síndrome de Down. 

    E em 2019, na edição especial em “Turma da Mônica distrofia muscular de duchenne, cada passo importa” surgiu o mais novo personagem sobre inclusão social que foi o Edu, um garoto que adora tecnologia, mas tem medo de ir para cadeira de rodas. Mas ao longo da história Luca ajuda ele perder o medo e viver cada fase da vida enfrentando os desafios igual no jogo de videogame e respeitar cada fase da vida sem medo. Edu tem distrofia muscular de Duchenne, uma doença rara degenerativas, é uma doença pouco conhecida e muito comum em crianças. Maurício em suas entrevistas fala que o Edu foi criado a partir de muitas pesquisas, conversas com especialistas e conversas com familiares que convivem com seus filhos com essa doença rara. 

    E o mais novo personagem lançado em 2022, foi o Bernardo, foi inspirado na história real de um menino de Caxias do Sul (RS) que tem acondroplasia, a forma mais comum de nanismo. Esse novo personagem foi apresentado no livro ‘Nosso Amigo com Nanismo’, que conta a história do bernardo e as dificuldades que pessoas com nanismo passam diariamente.

    Esses são os personagens que quando lemos um gibi da Turma da Mônica, percebemos que existem várias abordagens diversos assunto que devem ser trabalhados desde criança. Entre os personagens, há crianças com deficiência e cada uma tem sua característica. 

    Devemos refletir que crianças diferem entre si e cada uma tem características que devem ser respeitadas. A partir do momento que ilustradores, artistas, diretores, escritores têm essa percepção que incluir essas características sem suas histórias faz com crianças se identifiquem com os personagens e respeitem as diferenças que existem na sociedade. 


  • A diversidade do Festival La Folie

    A diversidade do Festival La Folie

    Texto: Larissa Pontes e Paulo Pinheiro

    A primeira edição do festival La folie, está concluída com sucesso! Nesta edição, se apresentaram artistas renomadas da comunidade LBTQIAPN+ e mulheres do brega pernambucano, com a exemplo de Pablo vittar, Gloria Groove, Luisa Sonza, Rebecca, Karol Conká, Priscila Senna e Tayara Andreza. O vento aconteceu na área externa do centro de convenções com três áreas para o público: arena, front e open bar, com dois palcos que alternaram as apresentações.

    Além das atrações, o festival pautou a responsabilidade socioambiental em parceria com Ecoe sustentabilidade, para desenvolver práticas sustentáveis alinhadas aos objetivos sustentável da ONU. O evento contou ainda com a iniciativa “Lixo Zero” e destinou 90% do lixo gerado pelo festival para compostagem, reuso e reciclagem. 

    O “Transforma Pride”, uma feira de empreendedorismo LGBTQIAPN+ com cerca de 30 expositores com roupas de moda agênero, produtos artesanais e ecológicos, marcou presença no festival, promovendo a geração de renda para a comunidade LGBTQIAPN+ que ainda luta contra o preconceito e a discriminação no mercado de trabalho. 

    Acessibilidade no La folie 

    Mas vamos ao que nos interessa! O evento realizou uma parceria com Vale PCD, coletivo formado por pessoas com deficiência e LGBTQIAPN+, que busca a inserção das pessoas com deficiência em todos os espaços. No La Folie, eles foram responsáveis em dar todo suporte para os PCDS, orientando, distribuindo as pulseiras da área de acessibilidade, disponibilizando intérpretes de Libras nos palcos, cadeiras, abafadores de ruídos (para quem tem hipersensibilidade auditiva), trazendo conforto sensorial. 

    A cofundadora do Vale PCD, Priscila Siqueira, comentou os desafios de organizarem eventos com acessibilidade. “É pode entender o público que queremos alcançar, porque não vai ser todo mundo terá acesso, então precisamos pensar em um espaço projetado que atenderá a maioria das pessoas e  tão adaptar na hora quando alguém demanda da gente, então maior desafio é na adaptação e no planejamento”, contou.

    Para promover um evento deste porte, é necessário visar a diversidade e pluralidade de pessoas, para que todos e todas possam participar, principalmente quando falamos sobre pessoas com deficiência. Nesse quesito o La folie entregou! Dando espaço para influenciadores com deficiência, como a exemplo do Ivan Brown, um dos apresentadores do festival, para que isso se torne comum na sociedade e as pessoas com deficiência sejam inseridas em todos os espaços, inclusive nos ambientes de lazer. 

    “É importante que a gente possa transitar tranquilamente, estou amando, me sentindo muito acolhida aqui e não sentir dificuldades para chegar até o festival e ansiosa para pode conferir a Glória Groove. Minha mensagem para outras pessoas com deficiência que venham se divertir também, estou amando muito.” Jéssica, 26 anos, para paraplégica há 3 anos, relatou nunca havia ido a um show com acessibilidade.

    Pedro Filipe, 20 anos, estudante de contabilidade, relatou o quanto está feliz, está vivenciando o festival “Está sendo uma experiência incrível, estou muito ansioso, muito animado pela estrutura. Estou bem ansioso para o show de Pablo vittar e Glória Groove acredito será pontos fortes da noite. Fui à área pcd a gente tem uma visão incrível de todos os shows, então acho que será uma experiência ótima. O acesso foi tranquilo, eu já tinha vindo em outros eventos aqui já tinha familiaridade. Minha expectativa para show é dançar muito e me divertir muito e só sair de manhã” contou ao Eficientes. 

    Pontos a melhorar:

    A produção do festival La Folie acabou pecando em alguns pontos, por falta da comunicação e organização geográfica do festival, reduzindo a área PCD a um único local, que ficava no meio do evento, entre o Open e o Front. Para compensar a falha o festival liberou o lounge Open bar, para todas as pessoas com deficiência. Mas a retirada de bebida ficou inviável, devido à distância da área PCD dos quiosques por ficar na parte central do evento. Houve também dificuldade para visualizar as/os intérpretes de libras, devido à distância do palco. A área da pessoa com deficiência contava com apenas um banheiro acessível, mas não tinha papel.

    Caso a pessoa com deficiência escolhesse ficar com os amigos(a) ou namorados(a) em outras áreas, teriam dificuldade de acesso aos banheiros, porque na área do front contava com apenas um, que estava localizado numa região inacessível por conter uma pequena ladeira. Na área open, o banheiro ficava muito distante e as pessoas com deficiência física tiveram dificuldade de se locomover até os toaletes.

    Editorial

    Fica o alerta do Eficientes, para próximas edições o La folie: O evento deve-se atentar as diversas formas de acessibilidade, respeitando e propondo conforto ao seu público com deficiência, para que todos e todas sejam assistidos da forma correta, apreciando o festival tranquilamente, colocando a área PCD próxima ao palco, com mais banheiros e quiosque para as pessoas com deficiência, seja na Arena, Front ou Open bar. Acessibilidade não é difícil, difícil é quem lida com a falta dela.


  • Acessibilidade na cidade do Rock

    Acessibilidade na cidade do Rock

    Texto e Imagem: Larissa Pontes

    Desde 1985, o Rock in Rio foi criado com objetivo de dar voz  a uma geração e promover experiências únicas e inovadoras. É consagrado como o maior festival de música e entretenimento do mundo. O lema do Rock in Rio é “Juntos os sonhos acontecem”, a partir desse propósito que o festival traz para o público e mobiliza as pessoas a participar de ações prol de um futuro melhor e saudável. 

    A partir desse proposito, o Rock in Rio tem uma preocupação ao longo dos anos de ir se aprimorando em vários quesitos, incluindo a parte de acessibilidade. Neste ano de 2022, o projeto de acessibilidade na cidade do Rock contava com: centro de serviços, plataformas elevadas nos palcos, sinta o som, balções de acessibilidade, estacionamento para pessoa com deficiência, vans acessíveis, carrinhos de golfe, banheiros acessíveis, pisos táteis, mapa Táteis, audiodescrições, interpretes de libras, mobilidade kit livre, suporte para cão guia, microlocalização e entre outros. 

    Thiago Amaral, coordenador de acessibilidade do Rock in Rio explica como funciona essa preparação antes do festival acontecer. “O Rock in Rio conta com uma área fixa destinada à acessibilidade do festival, não sendo apenas em ano de festival. A estrutura conta com um coordenador, dois produtores e quarenta apoios (durante o período de evento). O projeto é feito se preocupando com cada tipo de deficiência, sempre validando com pessoas que fazem parte do público e tem alguma deficiência”. 

    O festival contou com total de 700 mil pessoas ao longos desses 7 dias, dentro desse público aproximadamente 2.110 representa pessoas com deficiência. Cada pessoa tem uma história e uma paixão com o festival, a Geneça, 30 anos, engenheira e pessoa com deficiência, vai ao festival desde seus 10 anos quando sua mãe levou ela para ver Sandy e Júnior, desde lá sempre tenta ir a todos os Rock in Rio. “Eu já perdi as contas de quantos já participei”-relata a Geneça. 

    Mas em 2011 sofreu um acidente que acabou se tornando pessoa com deficiência e após um mês do acidente foi ao Rock in Rio pela primeira vez como pessoa com deficiência, ela relata sua experiência ao longo dos anos no festival. “ Em 2011 foi quando precisei de uma atenção um pouco maior para vim ao evento e desde lá a questão de acessibilidade mudou muito, antes não tinha equipe de apoio, plataformas, os equipamentos. Foi bem complexo naquele ano conseguir assistir o festival, a equipe de acessibilidade evoluiu muito ao longo dos anos disponibilizando todos esses recursos”. 

    Mas Geneça relata que nessa edição de 2022 no primeiro final de semana teve algumas dificuldades. “No último sábado (03.09)  e não tinha a van fazendo a conexão do Rock Express para central de acessibilidade, a gente pediu a assistência desde o começo, ninguém parecia saber assim do que se tratava, passava de uma pessoa outra até gente conseguir finalmente chegar no posto de acessibilidade. Na voltar também assim foi bem complicado, tava chovendo bastante e a gente não conseguiu esse apoio para ir e voltar ao longo do evento. Mas entramos em contato com o Tiago, responsável da acessibilidade através do WhatsApp e  ele garantiu que esse final de semana teria todo o apoio durante o evento. E realmente a gente chegou e foi outra experiência, tinha a van para buscar a gente lá no Rock expresso e depois chegando aqui, já tinha um carrinho para fazer essa conexão até o ponto de acessibilidade.”

    No final da entrevista Geneça relata sua paixão pelo Rock in Rio e deixa recado para outras pessoas com deficiência “Desde sempre tento vir, é um festival que engloba todos os públicos, não é sobre o Rock, mas é sobre todas as tribos e ritmos. Então realmente é um festival que amo de paixão e sempre venho por conta disso. Quero dizer para outras pessoas com deficiência que venham, se planejem, procurem a melhor forma de chegar e sair, acredito que maior perrengue está aí. Mas eles disponibilizam também estacionamento. Venham que a equipe está desempenhada em torna o festival cada vez mais acessível, a gente tem estandes com prioridades. Então é um festival que dar para curtir de qualquer forma”

    O Wanderley dos Santos, 29 anos, do interior de São Paulo e estava indo a primeira vez ao Rock in Rio até momento que entrevistamos ele estava curtindo bastante o festival. Mas sentiu dificuldades para encontrar a central de acessibilidade. “Acredito que poderia ter pessoas na entrada que ajudasse a chegar até a central ou ela poderia ser mais perto da entrada” – relata wanderley. 

    A central de acessibilidade fica na Rota 85, que fica numa parte central do festival e lá funcionava todo cérebro da operação de acessibilidade, porque todos atendimentos, cadastro, suporte para as pessoas com deficiência. Thiago explica o porquê central está localizada nessa região da cidade do Rock. “O centro de serviços de acessibilidade fica em um local estratégico, onde é possível que a pessoa com deficiência possa fazer a retirada e entrega de equipamentos com mais tranquilidade, já que no chamado “funil” de entrada e saída, é uma área de muito tumulto, com pessoas correndo na entrada e na saída tem grande volume de pessoas saindo na mesma via”. 

    A Maria Clara, 18 anos, tinha escoliose grave e estava na sua terceira edição de Rock in Rio e sentiu poucas dificuldades para acessar o festival já que veio no seu próprio carro. “ A única coisa que senti dificuldades foi teve que levantar o moto da cadeira algumas vezes por causa obstáculos, acabei assistindo o show da Liniker lá traz porque não encontrei a plataformas elevadas. Mas já conseguir achar as plataformas”.

    O coordenador de acessibilidade conta o que eles planejam para o Rock in Rio de 2024 no quesito de melhorias. “Para a próxima edição, a ideia é mantermos os serviços e estruturas, mas aumentando a quantidade para atender melhor a demanda” – afirma Thiago.