• Inteligência Artificial pode ser o caminho para a acessibilidade nos cinemas, aponta especialista

    Inteligência Artificial pode ser o caminho para a acessibilidade nos cinemas, aponta especialista

    Uso da tecnologia ajuda a equilibrar sessões inclusivas, mas exige revisão humana para garantia da qualidade do serviço, defende Marcelo Pedrosa

    A acessibilidade nas salas de cinema do Brasil ainda enfrenta barreiras que afastam parte do público. Sessões limitadas a horários específicos, ausência de legendas em produções nacionais e legendas descritivas de baixa qualidade continuam sendo entraves para pessoas com deficiência, especialmente para a comunidade surda.

    Diante desse cenário, Marcelo Pedrosa, fundador do Movimento Legenda Nacional, defende que a Inteligência Artificial (IA) pode se tornar uma aliada estratégica na construção de uma programação cinematográfica verdadeiramente inclusiva. Em artigo publicado recentemente, o especialista sugere que a tecnologia seja usada para flexibilizar e ampliar recursos de acessibilidade nas sessões.

    Segundo Pedrosa, a lógica pode ser comparada ao funcionamento de um painel de voos em aeroportos, que se adapta em tempo real às chegadas e partidas. Nos cinemas, a programação poderia ser ajustada para oferecer legendas, audiodescrição, Libras, dublagem ou som ambiente original de acordo com a demanda do público.

    “Assim como um painel de voos se adapta às mudanças, a grade dos cinemas poderia se reorganizar conforme as necessidades de acessibilidade, sem comprometer a experiência dos demais espectadores”, explica.

    Apesar do potencial, o especialista alerta que a IA não deve ser vista como solução isolada. “É indispensável haver revisão humana e padronização técnica. Erros em legendas automáticas ou falhas no sistema podem excluir ainda mais quem já enfrenta barreiras”, reforça.

    O debate sobre acessibilidade no audiovisual já vem ganhando espaço. Festivais de cinema têm realizado sessões inclusivas, plataformas de streaming ampliaram recursos como legendas e audiodescrição, e movimentos sociais, entre eles, a Campanha Legenda Nacional, que seguem pressionando por mudanças estruturais. “O desafio é transformar essas iniciativas pontuais em política pública permanente”, pontua Pedrosa.

    Para o especialista, o futuro da acessibilidade no cinema vai além das telas. Ele projeta um modelo multissensorial, com recursos como cadeiras vibratórias que transmitem sons por meio de vibrações, integrado a uma programação inteligente construída em diálogo direto com pessoas com deficiência. “Isso pode se tornar realidade em menos de cinco anos, se houver vontade política e uso da tecnologia certa”, conclui.


  • Pernambuco promove programação da Semana da Pessoa com Deficiência 2025 com foco na inclusão e defesa de direitos

    Exposições, debates, caminhadas, oficinas, mutirões de saúde e apresentações culturais fazem parte da agenda que vai até o dia 29 de agosto

    A Semana da Pessoa com Deficiência 2025 já começou em Pernambuco com uma programação ampla que reúne atividades em todo o estado e na capital. Exposições, debates, caminhadas, oficinas, mutirões de saúde e apresentações culturais fazem parte da agenda que vai até o dia 29 de agosto.

    Neste ano, o tema escolhido foi “A Lei Brasileira de Inclusão é 10: Nenhum Direito a Menos”, em alusão aos 10 anos da legislação que fortaleceu a luta contra o capacitismo e garantiu direitos às pessoas com deficiência.

    Foto: Gabriel Santana

    Atividades por todo o estado

    Organizada pela Secretaria de Educação e Esportes (SEE), a Semana Estadual da Pessoa com Deficiência mobiliza as 1.072 escolas da rede pública e os cinco Centros de Atendimento Educacional Especializado (Caee), além do Centro Educacional Inclusivo Ulisses Pernambucano (Ceiup), no Recife.

    “É um chamado para somar as lutas, sensibilizar e conscientizar a sociedade”, destacou Sunnye Rose, gerente de Políticas Educacionais da Educação Inclusiva de Pernambuco.

    A programação estadual inclui rodas de diálogo, oficinas de Libras e Braille, apresentações artísticas, caminhadas e congressos regionais. Entre os destaques, estão o Festival de Artes e Talentos da Educação Inclusiva, a Caminhada da Inclusão em diferentes municípios e o encerramento no Cinema do Museu, com exibição de filme acessível seguida de debate.

    Ações na capital

    Já a capital pernambucana realiza a 24ª Semana Municipal da Pessoa com Deficiência, coordenada pela Secretaria de Direitos Humanos e Juventude, com o tema “A pessoa com deficiência e seus direitos”.

    De acordo com o secretário de Direitos Humanos do Recife, Marco Aurélio Filho, o objetivo é “reforçar o compromisso em ampliar a inclusão, valorizar instituições e pessoas que atuam em prol da cidadania das pessoas com deficiência e sensibilizar a sociedade para o respeito e a garantia de direitos”.

    Entre as iniciativas na cidade, estão o seminário sobre o cuidado integral de crianças com Síndrome Congênita do Zika Vírus, o mutirão de saúde na Fundação Altino Ventura, o Festival Escolar Paradesportivo no Geraldão, a pedalada e banho de mar acessível do Praia sem Barreiras, e o Balcão de Direitos da Pessoa com Deficiência, no Pátio do Carmo, com serviços gratuitos de saúde, cidadania e bem-estar.

    Durante a semana, o Recife também promoveu a entrega do Selo de Direitos Humanos na categoria Pessoa com Deficiência. A homenagem, chamada “Amigo e Amiga dos Direitos Humanos”, reconheceu 38 pessoas e instituições pela atuação em prol da inclusão. Um dos homenageados foi o cantor pernambucano Ed Carlos.

    Todas as atividades são gratuitas e abertas ao público.

    Programação:

    Domingo (24)

    Manhã

    Concentração para a Pedalada inclusiva com recreação, prática desportiva, banho de mar assistido e interação social.

    Projeto Praia sem Barreiras, perto do posto 7, na Avenida Boa Viagem, na altura da Rua Bruno Veloso

    Segunda-feira (25)

    Manhã

    Roda da Inclusão – Estratégias de comunicação: utilizado a CAA de baixa tecnologia.
    Local: Sede da GRE Mata Norte

    Ação da GRE Vale do Capibaribe (Limoeiro)
    Local: Auditório da ETE José Humberto de Moura Cavalcanti

    Apresentações do CEIUP no Conservatório Pernambucano de Música

    Festival Escolar Paradesportivo. Local: Ginásio Geraldão.

    Terça-feira (26)

    Manhã

    Ação do Núcleo de Alimentação da GRE Recife Norte. Local: Ceiup

    1º Congresso do Caeeg. Local: Autarquia do Ensino Superior de Garanhuns (Aesga)

    Tarde

    Culminância da Semana Estadual da Pessoa com Deficiência e do Agosto Literário
    Local: Erefem Joaquim Xavier de Brito

    V Fórum de Eleição da Sociedade Civil para o COMUD/Recife, para composição da gestão 2025/2027.

    Local: Compaz Dom Hélder, na Ilha Joana Bezerra

    Informações: comudrecifepe@gmail.com ou (81) 3355-8645

    Quarta-feira (27)

    Manhã

    1º Congresso do Caeeg. Local: Autarquia do Ensino Superior de Garanhuns (Aesga)

    Apresentação do grupos de compositores e foliões.

    Local: Ceiup

    Oficina de Libras.

    Local: auditório da ETE Almirante Soares Dutra

    Oficina de sensibilização sobre acessibilidade comunicacional para alunos do 1º ao 5º ano.

    Local: Escola Municipal Severina Lira, R. Boa Vontade, 110 – Tamarineira

    Evento da Semana Estadual da Pessoa com Deficiência da GRE Metropolitana Sul
    Local: auditório da ETE Alcides do Nascimento Lins

    Tarde

    Compartilhamento de práticas exitosas do AEE.

    Local: auditório da da ETE Almirante Soares Dutra

    Quinta-feira (28)

    Festival de Artes e Talentos da Educação Inclusiva.

    Local: sede da GRE Mata Norte

    Caminhada da Inclusão
    Local: Erem Jerônimo Gueiros (Canhotinho)

    Palestra “Papel de mãe: o estigma da mãe atípica, trajetórias, desafios e superações”.

    Local: Ceiup

    Balcão de Direitos da Pessoa com Deficiência no Pátio do Carmo (serviços de saúde, documentação, bem-estar e vagas de emprego).

    Local: Pátio do Carmo (até 15h).

    Palestra “Acessibilidade e Inclusão: unindo pontes para uma Ipojuca mais justa e participativa”.

    Local: Prédio da Orquestra Criança Cidadã

    Encerramento da Semana Estadual da Pessoa com Deficiência da GRE Recife Norte – exibição de filme acessível e debate. Local: Cinema do Museu – Fundaj

    Tarde

    Diálogo com mães atípicas
    Local: Casa Ufape (Garanhuns)

    Sexta-feira (29)

    Manhã

    Caminhada da Inclusão
    Local: Sede da GRE Agreste Meridional – Garanhuns

    Oficina de Braile
    Local: CAEER

    Noite

    Formatura do curso de Libras da GRE Metropolitana Sul
    Local: auditório da GRE


  • Camarote da Acessibilidade no Galo da Madrugada abre inscrições para pessoas com deficiência

    Camarote da Acessibilidade no Galo da Madrugada abre inscrições para pessoas com deficiência

    Por: Larissa Pontes / Foto: Prefeitura do Recife

    A partir desta quarta-feira (19), começam as inscrições para o Camarote da Acessibilidade do Galo da Madrugada, um espaço exclusivo para pessoas com deficiência e pessoas com autismo curtirem o maior bolo de rua com segurança e estrutura acessível. As inscrições seguem até o dia 24 de fevereiro, e podem ser feitas pelo site ou app Conecta Recife: conecta.recife.pe.gov.br

    Quem pode participar?

    1. Ser morador(a) do Recife;
    2. Possuir comprovante de residência;
    3. Ter suas informações cadastrais completas e atualizadas no Conecta Recife;
    4. Possuir documento ou laudo médico, comprovando ser pessoa com deficiência ou pessoa com autismo;
    5. Ter, no mínimo, 14 anos, devendo seu acompanhante ser uma pessoa maior de idade.

    Como se inscrever?
    As inscrições são gratuitas e feitas somente online, anexando:
    – Documento oficial com foto;
    – Comprovante de residência;
    – Laudo ou documento comprobatório da deficiência, ou pessoas com autismo.

     A seleção será feita de forma democrática por sorteio online, transmitido ao vivo no dia 25 de fevereiro pelo canal da TV Conecta Recife no YouTube: youtube.com/@tvconectarecife. O Camarote da Acessibilidade fica localizado no Pátio do Carmo, na Avenida Dantas Barreto, contará com 160 vagas e funcionará no dia 1º de março, das 8h às 17h.

    As pessoas que utilizam cadeiras de rodas ou com mobilidade reduzida contarão com as Vans do PE conduz para o deslocamento até o camarote. As vans sairão da Praça do Derby (próximo ao laboratório Marcelo Magalhães), às 7h.

    O camarote da acessibilidade é uma iniciativa da Prefeitura do Recife, através da Secretaria de Direitos Humanos e Juventude, que contará com apoio do transporte adaptado através da Superintendência Estadual de apoio à pessoa com deficiência. 


  • 4º Concurso de Rei e Rainha da Pessoa com Deficiência com inscrições até 19 de fevereiro

    4º Concurso de Rei e Rainha da Pessoa com Deficiência com inscrições até 19 de fevereiro

    No Recife, estão iniciando os preparativos para o Carnaval. Estão abertas, as inscrições para o 4º Concurso de Rei e Rainha da Pessoa com Deficiência do Carnaval do Recife 2025, até 19 de fevereiro. Este ano, a disputa será voltada para pessoas com deficiência intelectual, seguindo o formato do concurso que, a cada edição, contempla um tipo diferente de deficiência.

    Promovido pela Prefeitura do Recife, por meio da Gerência da Pessoa com Deficiência da Secretaria de Direitos Humanos e Juventude, o concurso premiará os vencedores com R$ 5 mil cada. A escolha do Rei e da Rainha será durante a prévia carnavalesca do Projeto Praia sem Barreiras, no dia 22 de fevereiro, na Arena do projeto, em Boa Viagem, a partir das 10h.

    Como se inscrever

    Os interessados podem garantir sua participação de duas formas:
    Por e-mail: enviando os documentos para reirainhapcdrecife@gmail.com.
    Presencialmente: na Gerência da Pessoa com Deficiência do Recife, localizada no 6º andar do edifício-sede da Prefeitura do Recife, de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e das 13h às 16h.

    Documentação necessária

    Para se inscrever, é preciso ter 18 anos ou mais e apresentar:
    ✔ Documento oficial com foto;
    ✔ Comprovante de residência;
    ✔ Comprovante da deficiência;
    ✔ Contato para comunicação.

    O regulamento completo está disponível no Diário Oficial do Recife desta quinta-feira (13) e pode ser acessado pelo link: https://dome.recife.pe.gov.br/.


  • Circo Acessível abre inscrições para aulas gratuitas destinada às pessoas surdas

    Circo Acessível abre inscrições para aulas gratuitas destinada às pessoas surdas

    A segunda edição do projeto Circo Acessível oferece aulas gratuitas de tecido e visa incluir PCDs no universo circense. As inscrições seguem até 10 de janeiro

    A inclusão e a acessibilidade estão no centro da segunda edição do projeto Circo Acessível, que busca ampliar as oportunidades para pessoas surdas no universo das artes circenses. A iniciativa gratuita acontecerá a partir do dia 18 de janeiro de 2025 e oferecerá aulas de tecido acrobático, lira e trapézio fixo para 10 participantes surdos, na sede do Casulo Artes Circenses, localizada em Casa Amarela, Zona Norte do Recife.

    O Circo Acessível nasceu em 2024 como um módulo da Formação Livre para Instrutores de Circo (FLIC), uma iniciativa apoiada pelo Sistema de Incentivo à Cultura (SIC) do Recife. O curso híbrido de 42 horas capacitou 20 praticantes circenses e plantou as sementes para a inclusão de pessoas surdas no circo.

    Malu Vieira, diretora do Casulo Artes Circenses, após duas edições, chegou a conclusões que norteiam seu trabalho com pessoas surdas desde então. “Ter gente surda no circo é bem menos complicado do que se pode imaginar, mas há caminhos a serem traçados. Na prática, dar aulas para pessoas ouvintes e não ouvintes gera demandas diferentes para os professores, o que não deve ser tido como obstáculo, mas como necessidade de adaptação, para que sejam encontradas formas diferentes de instruções”, reflete.

    Para ela, a falta de pessoas surdas nas artes aéreas está relacionada à ausência de políticas públicas efetivas de acessibilidade. “O objetivo do Circo Acessível é justamente contribuir para a mudança desse cenário”, conclui.

    As inscrições podem ser realizadas até 10 de janeiro, por meio do formulário disponível no perfil do Instagram @casuloartescircenses. O resultado dos selecionados será divulgado no dia 13 de janeiro. Não há pré-requisitos técnicos para participar. A única exigência é que os interessados sejam maiores de 18 anos e residam em Recife ou na Região Metropolitana. 

    As aulas acontecerão nos dias 18 e 25 de janeiro e 1º de fevereiro, das 14h às 16h, totalizando uma carga horária de 6 horas. As sessões serão conduzidas por Malu Vieira, aerialista com 13 anos de experiência e diretora do Casulo Artes Circenses. Para garantir a acessibilidade, o projeto contará com o apoio dos intérpretes de Libras Leo Ramos e Monique Marry e da consultora surda Letícia Lima.


  • Projeto audiodescreve paisagens turísticas de parte da cidade do Recife

    Projeto audiodescreve paisagens turísticas de parte da cidade do Recife

    O projeto Visões Sonoras da Cidade, vai criar audiodescrições de seis paisagens  da área central da capital pernambucana

    Contemplar prédios históricos, pontes, ruas e  pontos turísticos localizados na área central do Recife vai se tornar uma prática mais inclusiva. A Com Acessibilidade Comunicacional, empresa que coordena e executa projetos de acessibilidade comunicacional, idealizou o projeto Visões Sonoras da Cidade, uma iniciativa que vai descrever, por meio da técnica da audiodescrição, as paisagens da capital pernambucana para que turistas e recifenses com deficiência visual possam experienciar a memória e as referências culturais da cidade. 

    Em sua etapa inicial, o projeto prevê a audiodescrição de seis locais de destaque da primeira Região Político Administrativa do Recife (RPA1), área que reúne uma série de paisagens como fachadas de equipamentos históricos, casarões, praças, pontes, pátios e outros elementos que protagonizam as vivências de cidade da população em geral. São eles: o Marco Zero, a Rua do Bom Jesus, a Torre de Malakoff, parte do casario da Rua da Aurora, a fachada do Teatro de Santa Isabel, e a Praça da República. 

    O projeto tem como principal objetivo acessibilizar pontos importantes do Recife e permitir que as pessoas com deficiência sensorial possam imergir na paisagem e nos elementos que caracterizam os pontos turísticos da região. Com uma equipe de audiodescritores, historiadores, arquitetos e consultores em acessibilidade comunicacional, o trabalho realizado será armazenado no soundcloud, disponibilizado em um QR Code hospedado no site da Com Acessibilidade Comunicacional, além de ser entregue para o equipamento público e para as secretarias de Cultura, de Turismo e Lazer, e de Direitos Humanos do Recife. “É um projeto da cidade para a cidade, que busca contribuir com novas perspectivas de vivenciar o Recife. Com o Visões Sonoras da Cidade as paisagens serão traduzidas para que as pessoas com deficiência visual reconheçam e ressignifiquem sua percepção da cidade e seus monumentos”, destaca a diretora executiva da Com Acessibilidade Comunicacional, Liliana Tavares. 

    A gestora pontua ainda que, como conclusão da primeira etapa do projeto, será promovida uma visita guiada com audiodescrição e Libras aberta aos  usuários dessas tecnologias assistivas. “Será uma recepção que nos permitirá presenciar as sensações manifestadas no público usuário e apontar necessidades de ajustes, analisar a funcionalidade do trabalho e observar se o acesso está sendo feito de forma autônoma”, explica. 

    A previsão é que o projeto, realizado a partir do incentivo da Prefeitura do Recife e do Governo Federal por meio do edital da Lei Paulo Gustavo, seja concluído no final de maio. “Espera-se que o projeto contribua para que a cidade seja mais inclusiva. Que as pessoas com deficiência visual possam se aproximar da cidade, conhecer e vivenciar espaços públicos de imagens acessadas por pessoas que enxergam. Acreditamos que o projeto irá colaborar para que as pessoas cegas ou com baixa visão vão construir uma sensação de pertencimento desses lugares”, finaliza Liliana. 


  • Plano Conjunto promove interação entre Cinema, Educação e Acessibilidade

    Plano Conjunto promove interação entre Cinema, Educação e Acessibilidade

    Projeto realiza sessões de cinema acessível e atividades formativas a partir de terça (07/05)

    Cinema, Educação e Acessibilidade são áreas interligadas que, juntas, possuem um grande potencial para fortalecer a inclusão, a diversidade e as oportunidades. A partir dessa perspectiva, surge o Plano Conjunto, um projeto com o objetivo de realizar sessões de cinema acessível e atividades formativas, como oficinas e masterclasses. 

    O principal público-alvo são os estudantes com deficiência das Escolas Municipais do Recife, bem como profissionais do cinema, da acessibilidade, professores, técnicos e gestores escolares. As sessões de cinema acessível são abertas ao público em geral.

    A programação é dividida em três ciclos, que acontecem a partir de hoje (07/05) e se estendem até junho. As atividades são realizadas gratuitamente. O projeto é realizado pelo produtor Túlio Rodrigues com incentivo pelo Sistema de Incentivo à Cultura/Prefeitura do Recife. 

    Projetos como este são importantes para a sociedade compreender a importância da acessibilidade no contexto cultural e educacional. De acordo com dados da Gerência de Educação Especial da Cidade do Recife, no ano de 2023, aproximadamente 4.500 alunos com deficiência estão matriculados na Rede de Ensino do Recife. Dentre eles, 1.031 estudantes possuem Transtorno do Espectro Autista (TEA), 306 têm Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), 196 apresentam surdez ou algum grau de deficiência auditiva, 111 possuem cegueira ou baixa visão, e 112 têm síndrome de Down.

    Foto: Divulgação

    O primeiro ciclo do Plano Conjunto inicia com a exibição da animação “Além da Lenda”(Classificação Livre, 1h26m), de Marcos França e Marília Mafé, na terça-feira (07/05), às 14h30, no Cinema da Fundação (Derby, Recife). O filme é o primeiro longa-metragem de animação produzido em Pernambuco e aborda lendas brasileiras como Saci, Comadre Fulozinha e Curupira. A sessão acessível terá recursos de Audiodescrição (AD) para pessoas cegas e com baixa visão, Língua Brasileira de Sinais (Libras) e Legenda para Surdos e Ensurdecidos (LSE). 

    A sala de cinema funciona em modo adaptado, com o ambiente mais iluminado e o som reduzido, para melhor receber pessoas neurodiversas, o que inclui pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), síndrome de Down, entre outras. O público será acolhido por uma equipe que conta com audiodescritores e intérpretes de Libras e, ao final da sessão, participará de uma mediação acessível.

    A programação ainda conta com atividades que propiciam diálogos sobre cinema, acessibilidade e educação inclusiva. “Durante os três ciclos, o Plano Conjunto oferece encontros com temáticas diferentes, oportunizando o debate da pluralidade do estudante com deficiência e mobilizando discussões específicas sobre cada individualidade”, explica Túlio Rodrigues, coordenador do projeto.

    A masterclass online “Educação audiovisual: percursos criativo-pedagógicos entre escola e comunidade” será realizada na quinta (09/05), às 19h30, com Felipe Leal, da Semente – Escola de Educação Audiovisual (PB). Nos dias 10 e 17 de maio, o Plano Conjunto oferece a oficina Introdução às Legendas para Surdos e Ensurdecidos (LSE) com Deise Medina (BA). Os encontros da oficina acontecem das 14h30 às 17h30, em formato online. Os interessados devem se inscrever através dos formulários disponibilizados através do perfil do projeto no Instagram: https://www.instagram.com/plano.conjunto.lab/

    Plano Conjunto – Laboratório de Cinema, Educação e Acessibilidade

    Programação:
    Ciclo 1:

    07/05, 14h30 – Sessão Acessível no Cinema da Fundação/Derby (AD, Libras e LSE)
    Filme: Além da Lenda, Marcos França e Marília Mafé, Animação, Livre, 1h26m

    09/05, 19h30 –  Masterclass – Educação audiovisual: percursos criativo-pedagógicos entre escola e comunidade com Felipe Leal, Semente – Escola de Educação Audiovisual (PB).

    10/05 e 17/05 (14h30 às 17h30)- Oficina de Introdução às Legendas para Surdos e Ensurdecidos (LSE) com Deise Medina (BA).
    Inscrições na página do instagram: @plano.conjunto.lab
    Link: https://www.instagram.com/plano.conjunto.lab/


  • Formação pedagógica gratuita destina vagas para pessoas surdas em curso para circenses no Recife e Região Metropolitana

    Formação pedagógica gratuita destina vagas para pessoas surdas em curso para circenses no Recife e Região Metropolitana

    Curso híbrido será oferecido para a comunidade circense do Recife e Região Metropolitana com parte das vagas reservadas a integrantes do circo itinerante, pessoas negras, trans ou indígenas. A iniciativa é da escola Casulo Artes Circenses com subsídio do SIC, Sistema de Incentivo à Cultura do Município do Recife.

    O cenário circense do Recife e Região Metropolitana vem crescendo nos últimos 10 anos, com muitas escolas de diferentes modalidades, em especial de aéreos, virando febre por aqui. No entanto, ainda são poucos os profissionais com formação profissional formal voltada para o ensino de circo, pois faltam cursos e capacitações na região e também no país. 

    Por conta disso, Malu Vieira, professora de aéreos e gestora do Casulo, escola localizada em Casa Amarela, Zona Norte do Recife, está oferecendo a Formação Livre para Instrutores de Circo (FLIC), um curso híbrido com 42 horas de aula sobre diferentes aspectos do ensino circense, ministrado por 8 profissionais locais e de outros estados do Brasil. A iniciativa, que conta com apoio do Sistema de Incentivo à Cultura do Município do Recife, é totalmente gratuita e terá parte das vagas reservadas à participação de integrantes do circo itinerante, de pessoas negras, trans ou indígenas, além de incluir pessoas surdas. Serão 20 vagas no total e as inscrições vão do dia 16 a 29 de fevereiro pelo formulário disponível no Instagram @casuloartescircenses. A divulgação do resultado final do processo seletivo está prevista para 04 de março, no mesmo perfil do Instagram.

    O principal objetivo da FLIC é suprir parte da carência de cursos e formações para professores de circo no Recife e em Pernambuco, uma demanda gigante que vem sendo o foco de muitos sonhos e projetos de Malu Vieira. “Em 2021, com incentivo da Lei Aldir Blanc, lancei uma formação teórico-prática online para aerialistas, no intuito de socializar o que aprendi – e estava represado – ao longo desses 11 anos de estudos e práticas de aéreo. Em junho de 2023, a Formação chegou à sua sexta turma, totalizando cerca de 80 alunos de todo o país. Algo que esteve presente em todos os encontros foi o desejo por mais conhecimento e a constatação de que ainda são poucas as oportunidades que temos de nos aperfeiçoarmos enquanto pessoas que ensinam circo no Brasil. Nem mesmo na Escola Nacional de Circo Luiz Olimecha há capacitação nesse sentido, uma vez que o curso técnico da ENC é voltado para formação artística, e não pedagógica”. Atualmente matriculada no curso para Instrutores de Circo da École Nationale de Cirque (Montreal, Canadá) graças ao incentivo do SIC, Malu idealizou a FLIC para garantir que outras pessoas que ensinam – ou desejam – ensinar circo em Recife também possam receber treinamento específico.

    O diálogo entre o ensino formal e a natureza empírica e plural do circo é outra vertente importante da FLIC. “Se, há alguns anos, as lesões no circo eram naturalizadas ou mesmo romantizadas (quem nunca ouviu o famoso ‘é a arte entrando’?), hoje sabemos que existem maneiras de prevenir essas lesões e garantir, assim, mais longevidade e qualidade para os corpos circenses – corpos esses que são nossos instrumentos de trabalho”, explica Malu Vieira.

    As aulas serão ministradas ao longo de 5 semanas, de 06 de abril a 05 de maio, distribuídas entre aulas online e síncronas pelo Zoom e encontros presenciais. A carga horária total é de 42 horas e compreenderá os seguintes temas: acrobacia aérea e de solo, pedagogia e planejamento de aulas, fundamentos do aéreo, circo social, criação artística e acessibilidade. Poderão concorrer às vagas professores, artistas e praticantes de artes circenses e toda a cadeia produtiva do circo, maiores de 18 anos de idade, residentes na Região Metropolitana do Recife e com pelo menos 1 ano de experiência comprovada na linguagem.

    A seleção dos participantes será por meio de um formulário de inscrição, que conterá todos os critérios e informações necessários. Como critério de desempate, será feita análise da condição socioeconômica dos participantes, para garantir acesso ao curso por quem teria menos condições de fazê-lo de forma particular. 

    Além de buscar suprir a demanda por mais conhecimento no ensino de circo, a FLIC também se propõe a promover o intercâmbio entre os profissionais do circo itinerante e outros agentes culturais do circo pernambucano e ainda estimular a inclusão. Haverá, portanto, garantia de no mínimo 2 vagas para integrantes do circo itinerante, além de reserva de vagas para pessoas indígenas, pessoas negras e trans. 

    Além disso, haverá duas ações inclusivas para a comunidade surda. Dentro da programação de aulas da FLIC, será realizada uma capacitação em ensino de tecido acrobático para pessoas surdas, onde serão desenvolvidas ferramentas metodológicas que facilitem a comunicação, que também contará com o apoio de um intérprete de LIBRAS e mediação de uma consultora com deficiência auditiva. Após essa primeira etapa, será oferecido um aulão de tecido voltado para o público surdo no dia 28 de abril, onde serão colocadas em prática as ferramentas metodológicas estudadas, além de contar com um intérprete de LIBRAS. O módulo “Circo Acessível” é uma idealização de Malu Vieira e de Andreza Nóbrega, da VouSer Acessibilidade, que assina a coordenação de acessibilidade do projeto. 

    “É preciso que se olhe para as ações de acessibilidade em projetos culturais com atenção. Se não há pessoas surdas praticando aéreo em Recife, é porque as políticas públicas para acessibilidade ainda estão longe de chegar em todos os espaços, e um dos objetivos da FLIC é justamente contribuir para a mudança desse cenário”. 

    CRONOGRAMA FLIC – Formação Livre para Instrutores de Circo

    PROCESSO SELETIVO 

    Período de inscrições: 16 a 29 de fevereiro

    Resultado: 04 de março

    AULAS 

    Carga-horária total: 42h, sendo 15h online e 27h presenciais

    SEMANA 1 (06 e 07/04)

    Sábado | 14h – 17h | online – Segurança (Diego Ferreira)

    Domingo | 9-12h e 14-17h | presencial – Fundamentos do aéreo e do ensino circense (Malu Vieira)

    SEMANA 2 (13 e 14/04)

    Sábado | 14h – 17h | online – Segurança (Diego Ferreira)

    Domingo |  14h – 17h | presencial – Circo Acessível (Andreza Nobrega e Malu Vieira)

    SEMANA 3 (20 e 21/04)

    Sábado | 14h – 17h | online – Planejamento de aulas (Alex Machado)

    Domingo | 9h – 12h | presencial – Introdução à acrobacia (Rob Silva)

    Domingo | 14h-17h | presencial – Circo Social (Hammai Assis Vieira e Rob Silva)

    SEMANA 4 (27 e 28/04)

    Sábado | turno da tarde | online – Pedagogia (Ana Paula Perche)

    Domingo | 9h – 12h | presencial – Circo Social (Hammai Assis Vieira e Rob Silva)

    Domingo | 14h-17h | presencial – Circo Acessível: Aulão de tecido para pessoas surdas (Andreza Nobrega e Malu Vieira)

    SEMANA 5 (04 e 05/05)

    Sábado | 14h – 17h | online – Pedagogia circense (Ana Paula Perche)

    Domingo | 9h – 12h e 14h – 17h| presencial – Criação artística em circo (Cia Devir)


  • Projeto inclusivo promove passeios em bicicletas adaptadas para pessoas com deficiência em Belém

    Projeto inclusivo promove passeios em bicicletas adaptadas para pessoas com deficiência em Belém

    Iniciativa é realizada em parque ambiental público e completará seis anos, contabilizando mais de mil passeios já realizados

    Texto: Daniel Nardin / Foto da Capa: Everaldo Nascimento

    Ao longo da trilha de cerca de quatro quilômetros cercada da exuberante fauna e flora amazônica, corredores e ciclistas que frequentam o Parque Estadual do Utinga, em Belém, passaram a dividir o espaço com pessoas com deficiência e idosos que circulam em bicicletas adaptadas, conduzidas por voluntários.

    O projeto Ponto de Apoio completará em junho seis anos de existência. Começou de forma despretensiosa – com o passeio de um irmão levando o outro para ter contato com a natureza ao ar livre – e inicia o ano com um novo fôlego: a terceira edição do ano terá dez bicicletas e cerca de cem voluntários, que se revezam nas datas dos eventos. “Com mais equipamentos e melhor manutenção, fizemos um treinamento de novos voluntários, onde tivemos alta adesão, felizmente. Queremos já a partir de março nos programar para estarmos todos os finais de semana no parque e com isso atender mais gente”, destaca Daniel Nardin Tavares, idealizador e coordenador do Ponto de Apoio.  O empurrão para a nova fase só foi possível com o primeiro patrocínio que o projeto recebeu, após cinco anos de atividade, da empresa de alumínio Albras, localizada no Estado do Pará. 

    Fotografia: Um homem branco, com cabelos curtos e pretos, usa barba, está vestindo uma camisa branca com a frase "Ponto de Apoio" em cinza e vermelho. Ele está sentado em uma bicicleta vermelha e branca. Ao seu lado, há um rapaz branco com cabelos curtos e pretos, usando um boné azul e sentado em um carrinho vermelho com a frase "Ponto de Apoio" em branco. Ao fundo, há várias árvores e vegetação.
    Foto: Relry Aviz/LED

    A ideia do projeto é simples: realizar passeios gratuitos em bicicletas adaptadas para pessoas com deficiência e idosos. “O simples fato da família se programar e essa pessoa sair da rotina casa-hospital-casa já é muito positiva, pois estimula, melhora autoestima e mostra para os demais frequentadores do parque, que é público, que esse é um espaço de todos”, afirma a terapeuta ocupacional Márcia Nunes, voluntária do projeto desde a primeira edição, em 2018. Ela era a profissional que acompanhava João Paulo Nardin Tavares, hoje com 43 anos e que aos 36 anos ficou com sequelas neurológicas após uma parada cardíaca. “Os pacientes que acompanho sempre converso muito com a família, para criar estímulos. Nesse caso o irmão mostrou a foto de uma bicicleta nesse modelo e disse que ia ver como encontrar alguém para fazer e achou. Fez o primeiro passeio com o João Paulo e é nítido como ele gosta. Quem não gosta de ver essa beleza toda do parque, não é? Então virou um projeto e a gente tem muitas pessoas que esperam a semana para estar conosco aqui”, destaca. 

    Outro voluntário que está no projeto desde o início é Reinaldo Brasil, analista de sistemas de 41 anos. Em 2004, ele sofreu um acidente de moto e teve a perna esquerda amputada. No esporte, encontrou motivação para enfrentar os novos desafios. E com o projeto, Reinaldo ressignificou a deficiência. Ele é um dos ciclistas condutores mais ativos e hoje é um dos coordenadores do projeto. “Muita gente fica curiosa e até estranha quando percebe que pedalo com uma perna. Mas isso aí é o de menos. O bem maior que faz para mim e para outros voluntários não é a atividade física, que já é um benefício, claro, mas o ganho que temos de saúde mental, de provocar sorrisos em crianças, idosos e jovens que fazem o passeio conosco. A trilha está aí, qualquer pessoa pode acessar. Mas, esse público não frequentava o parque e com o nosso projeto as pessoas vêm e participam, por isso ele é inclusivo e tem tanto benefício”, destaca.

    As bicicletas são pintadas na cor vermelha, em alusão à pintura dos aviões da Esquadrilha da Fumaça na década de 1990, que nos anos 2000 mudou para azul e verde. “A primeira bicicleta foi feita para passear com meu irmão, que sempre foi apaixonado por aviação e pela Esquadrilha. Ele comentava que achava a pintura vermelha mais bonita, então é como se fosse o avião para ele voar, como uma cabine de avião onde ele fica. A ideia do projeto veio depois e mantivemos a cor, por ter combinado e pelo fato que estamos no Pará, que tem uma linda bandeira nessa cor com a estrela azul”, explica Daniel. 

    Com a foto que achou na internet de uma moto dos anos 1950 com um carrinho acoplado, Daniel fez como todo jornalista costuma atuar quando busca pessoas para contar uma história. “A gente brinca na nossa profissão que jornalista pode não saber muita coisa, mas sabe quem sabe. Então acionei grupos de ciclistas de Belém e encontrei o Robin Van Deer. 

    O holandês radicado no Pará, conhecido como Gringo, fez a bicicleta em apenas uma semana. “Eu já tinha feito bicicletas assim e não foi novidade para mim. Hoje, quando venho ao parque, fico emocionado, vendo que meu trabalho gera tantos momentos bons para tanta gente”, afirma. 

    Este ano, o Ponto de Apoio estreou a primeira bicicleta que foge do padrão das “vermelhinhas”, como são chamadas. A bike apelidada de “Ararajuba” é amarela com detalhes em verde, em homenagem à espécie que estava em extinção e, graças ao projeto com viveiro no Utinga, tem povoado novamente as copas das altas árvores do parque. “Nossa cidade está na Amazônia e cai receber a COP 30 em 2025, a maior conferência sobre mudanças climáticas do mundo e que aborda muito fortemente a importância da preservação ambiental. Então queremos incluir também um trabalho de conscientização no nosso trabalho que já é inclusivo”, afirma Mariana Nardin Tavares, irmã de Daniel e João Paulo. 

    Uma das passageiras frequentes nas bikes do Ponto de Apoio é Sthefane Mota, de 16 anos, que desde as primeiras edições faz passeios com o grupo. “Eu gosto de ver as árvores, os bichos e de passear. O pessoal também é sempre bacana comigo e gosto muito de vir”, afirma. Para a mãe, Elizabeth Mota, o projeto merece todo apoio e reconhecimento. “Eu sempre comento com outros familiares e incentivo a participar do projeto, pois promove na prática a inclusão para as pessoas com deficiência e idosos em um espaço público e o contato direto com a natureza linda que temos, sem o projeto, seria impossível”, avalia. Além de Sthefane, Elizabeth é mãe de Alice, que também possui mobilidade reduzida e participa dos passeios. “Sem esse apoio, seria muito complicado passear com as duas que têm mobilidade reduzida no parque. E cada vinda nossa a gente está sempre em família, o que é também algo muito positivo”, afirma. 

    Aqui está o texto revisado:

Na fotografia, um homem branco de barba grisalha está usando um chapéu vermelho e óculos escuros, vestindo uma blusa branca com a frase “Ponto de Apoio” em preto e vermelho, e uma bermuda verde. Ele está montado em uma bicicleta amarela equipada com um carrinho amarelo. Ao lado dele, há uma mulher branca usando um chapéu e uma blusa branca, segurando um menino branco em seu colo. O menino está usando um chapéu branco e uma blusa azul. Ao fundo, podem ser vistas várias árvores, vegetações e pessoas andando de bicicleta.
    Foto: Relry Aviz/LED

    O projeto Ponto de Apoio recebeu esse nome por outra lembrança familiar. “Uma vez, quando eu era criança ainda, nosso carro atolou. Com um pedaço de madeira, meu pai tirou e a gente seguiu viagem. Curioso, perguntei como ele tinha conseguido aquilo com uma coisa tão pequena, mover algo tão grande e pesado como um carro. Aí ele disse a frase do Arquimedes: Dei-me um ponto de apoio e uma alavanca e posso mover o mundo. Ficou isso na minha lembrança. Às vezes não é preciso muito e nem temos a pretensão de mudar o mundo. Mas podemos sim, com um pouquinho de esforço, mover e mudar o meu mundo, a minha realidade, minha volta. Todos aqui acreditam nisso e são alavancas para essa transformação, simples, mas necessária na sociedade, com mais respeito, mais inclusão e mais ocupação de espaços públicos por todos. Espero que um dia todas as cidades tenham espaços como esse e com iniciativas como essa ou melhores, que tão bem fazem de maneira tão simples”, afirma Daniel. 

    Serviço – O Ponto de Apoio é realizado no Parque Estadual do Utinga (PEUt), uma Unidade de Conservação Estadual localizada em Belém. Para conhecer mais o projeto e as bicicletas, basta acessar as redes @pontodeapoiopa.


  • Iniciativa de jornalismo seleciona consultor de acessibilidade digital com deficiência auditiva 

    Iniciativa de jornalismo seleciona consultor de acessibilidade digital com deficiência auditiva 

    As inscrições para o projeto Checagem Acessível, iniciativa de combate a falta de acessibilidade digitais nos portais de verificação de notícia, acontece de forma online até o dia 15 de junho

    Texto: Mariana Clarissa / Imagem: Banco de imagem

    O projeto Checagem Acessível, iniciativa que atua com a criação de soluções para a aplicação das diretrizes de acessibilidade digital em portais de verificação de notícias, está com inscrições abertas para a seleção de um consultor de acessibilidade digital com deficiência auditiva. Para participar do processo seletivo o profissional deve enviar o currículo, até o dia 15 de junho, para o e-mail chacagemacessivel@gmail.com.

    Entre as habilidades exigidas para a vaga, o candidato deve ter conhecimentos em comunicação acessível, tecnologia assistiva e português, ter compreensão do universo da verificação de notícias e saber elaborar análises e relatórios. No projeto, o trabalho de consultoria tem duração de 4 meses e não requer o cumprimento de carga horária, apenas a entrega de demandas com prazo pré-estabelecido. 

    PROJETO – O projeto Checagem Acessível propõe uma solução para os problemas da desinformação que atingem as pessoas com deficiência e a falta de acessibilidade nas plataformas de checagem de notícias. A iniciativa é encabeçada pela Eficientes, organização de jornalismo independente que produz conteúdos acessíveis destinados às pessoas com deficiência liderado pela jornalista Larissa Pontes, e a Lume Acessibilidade, uma empresa jornalística de consultoria, cursos e treinamentos em acessibilidade comunicacional comandado pela jornalista Mariana Clarissa. 

    De acordo com Larissa Pontes, apesar da comunicação ser um direito humano, da existência de legislação específica e de protocolos de acessibilidade para sites e aplicativos, não há efetividade nas práticas por desinteresse ou recursos para atender às demandas deste grupo. “Esta parcela da população fica ainda mais vulnerável aos conteúdos desinformativos e as fakes news, pois não conseguem acessar com qualidade os portais de notícia e, assim, verificar se a informação é, de fato, verídica”, afirma a jornalista. “Diante disso, o projeto vai atuar principalmente na formação de jornalistas, sobretudo os profissionais que atuam na prática de checagem de notícias, para minimizar o desconhecimento das diretrizes de acessibilidade digitais e treinar a equipe que elabora os sites para aplicar as técnicas que garantem o acesso efetivo e sem obstáculos das pessoas com deficiência durante o uso de portais e dispositivos digitais”, completa Mariana Clarissa.

    No Brasil, é estimado que haja 45 milhões de pessoas com alguma deficiência, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).