• Projeto inclusivo promove passeios em bicicletas adaptadas para pessoas com deficiência em Belém

    Projeto inclusivo promove passeios em bicicletas adaptadas para pessoas com deficiência em Belém

    Iniciativa é realizada em parque ambiental público e completará seis anos, contabilizando mais de mil passeios já realizados

    Texto: Daniel Nardin / Foto da Capa: Everaldo Nascimento

    Ao longo da trilha de cerca de quatro quilômetros cercada da exuberante fauna e flora amazônica, corredores e ciclistas que frequentam o Parque Estadual do Utinga, em Belém, passaram a dividir o espaço com pessoas com deficiência e idosos que circulam em bicicletas adaptadas, conduzidas por voluntários.

    O projeto Ponto de Apoio completará em junho seis anos de existência. Começou de forma despretensiosa – com o passeio de um irmão levando o outro para ter contato com a natureza ao ar livre – e inicia o ano com um novo fôlego: a terceira edição do ano terá dez bicicletas e cerca de cem voluntários, que se revezam nas datas dos eventos. “Com mais equipamentos e melhor manutenção, fizemos um treinamento de novos voluntários, onde tivemos alta adesão, felizmente. Queremos já a partir de março nos programar para estarmos todos os finais de semana no parque e com isso atender mais gente”, destaca Daniel Nardin Tavares, idealizador e coordenador do Ponto de Apoio.  O empurrão para a nova fase só foi possível com o primeiro patrocínio que o projeto recebeu, após cinco anos de atividade, da empresa de alumínio Albras, localizada no Estado do Pará. 

    Fotografia: Um homem branco, com cabelos curtos e pretos, usa barba, está vestindo uma camisa branca com a frase "Ponto de Apoio" em cinza e vermelho. Ele está sentado em uma bicicleta vermelha e branca. Ao seu lado, há um rapaz branco com cabelos curtos e pretos, usando um boné azul e sentado em um carrinho vermelho com a frase "Ponto de Apoio" em branco. Ao fundo, há várias árvores e vegetação.
    Foto: Relry Aviz/LED

    A ideia do projeto é simples: realizar passeios gratuitos em bicicletas adaptadas para pessoas com deficiência e idosos. “O simples fato da família se programar e essa pessoa sair da rotina casa-hospital-casa já é muito positiva, pois estimula, melhora autoestima e mostra para os demais frequentadores do parque, que é público, que esse é um espaço de todos”, afirma a terapeuta ocupacional Márcia Nunes, voluntária do projeto desde a primeira edição, em 2018. Ela era a profissional que acompanhava João Paulo Nardin Tavares, hoje com 43 anos e que aos 36 anos ficou com sequelas neurológicas após uma parada cardíaca. “Os pacientes que acompanho sempre converso muito com a família, para criar estímulos. Nesse caso o irmão mostrou a foto de uma bicicleta nesse modelo e disse que ia ver como encontrar alguém para fazer e achou. Fez o primeiro passeio com o João Paulo e é nítido como ele gosta. Quem não gosta de ver essa beleza toda do parque, não é? Então virou um projeto e a gente tem muitas pessoas que esperam a semana para estar conosco aqui”, destaca. 

    Outro voluntário que está no projeto desde o início é Reinaldo Brasil, analista de sistemas de 41 anos. Em 2004, ele sofreu um acidente de moto e teve a perna esquerda amputada. No esporte, encontrou motivação para enfrentar os novos desafios. E com o projeto, Reinaldo ressignificou a deficiência. Ele é um dos ciclistas condutores mais ativos e hoje é um dos coordenadores do projeto. “Muita gente fica curiosa e até estranha quando percebe que pedalo com uma perna. Mas isso aí é o de menos. O bem maior que faz para mim e para outros voluntários não é a atividade física, que já é um benefício, claro, mas o ganho que temos de saúde mental, de provocar sorrisos em crianças, idosos e jovens que fazem o passeio conosco. A trilha está aí, qualquer pessoa pode acessar. Mas, esse público não frequentava o parque e com o nosso projeto as pessoas vêm e participam, por isso ele é inclusivo e tem tanto benefício”, destaca.

    As bicicletas são pintadas na cor vermelha, em alusão à pintura dos aviões da Esquadrilha da Fumaça na década de 1990, que nos anos 2000 mudou para azul e verde. “A primeira bicicleta foi feita para passear com meu irmão, que sempre foi apaixonado por aviação e pela Esquadrilha. Ele comentava que achava a pintura vermelha mais bonita, então é como se fosse o avião para ele voar, como uma cabine de avião onde ele fica. A ideia do projeto veio depois e mantivemos a cor, por ter combinado e pelo fato que estamos no Pará, que tem uma linda bandeira nessa cor com a estrela azul”, explica Daniel. 

    Com a foto que achou na internet de uma moto dos anos 1950 com um carrinho acoplado, Daniel fez como todo jornalista costuma atuar quando busca pessoas para contar uma história. “A gente brinca na nossa profissão que jornalista pode não saber muita coisa, mas sabe quem sabe. Então acionei grupos de ciclistas de Belém e encontrei o Robin Van Deer. 

    O holandês radicado no Pará, conhecido como Gringo, fez a bicicleta em apenas uma semana. “Eu já tinha feito bicicletas assim e não foi novidade para mim. Hoje, quando venho ao parque, fico emocionado, vendo que meu trabalho gera tantos momentos bons para tanta gente”, afirma. 

    Este ano, o Ponto de Apoio estreou a primeira bicicleta que foge do padrão das “vermelhinhas”, como são chamadas. A bike apelidada de “Ararajuba” é amarela com detalhes em verde, em homenagem à espécie que estava em extinção e, graças ao projeto com viveiro no Utinga, tem povoado novamente as copas das altas árvores do parque. “Nossa cidade está na Amazônia e cai receber a COP 30 em 2025, a maior conferência sobre mudanças climáticas do mundo e que aborda muito fortemente a importância da preservação ambiental. Então queremos incluir também um trabalho de conscientização no nosso trabalho que já é inclusivo”, afirma Mariana Nardin Tavares, irmã de Daniel e João Paulo. 

    Uma das passageiras frequentes nas bikes do Ponto de Apoio é Sthefane Mota, de 16 anos, que desde as primeiras edições faz passeios com o grupo. “Eu gosto de ver as árvores, os bichos e de passear. O pessoal também é sempre bacana comigo e gosto muito de vir”, afirma. Para a mãe, Elizabeth Mota, o projeto merece todo apoio e reconhecimento. “Eu sempre comento com outros familiares e incentivo a participar do projeto, pois promove na prática a inclusão para as pessoas com deficiência e idosos em um espaço público e o contato direto com a natureza linda que temos, sem o projeto, seria impossível”, avalia. Além de Sthefane, Elizabeth é mãe de Alice, que também possui mobilidade reduzida e participa dos passeios. “Sem esse apoio, seria muito complicado passear com as duas que têm mobilidade reduzida no parque. E cada vinda nossa a gente está sempre em família, o que é também algo muito positivo”, afirma. 

    Aqui está o texto revisado:

Na fotografia, um homem branco de barba grisalha está usando um chapéu vermelho e óculos escuros, vestindo uma blusa branca com a frase “Ponto de Apoio” em preto e vermelho, e uma bermuda verde. Ele está montado em uma bicicleta amarela equipada com um carrinho amarelo. Ao lado dele, há uma mulher branca usando um chapéu e uma blusa branca, segurando um menino branco em seu colo. O menino está usando um chapéu branco e uma blusa azul. Ao fundo, podem ser vistas várias árvores, vegetações e pessoas andando de bicicleta.
    Foto: Relry Aviz/LED

    O projeto Ponto de Apoio recebeu esse nome por outra lembrança familiar. “Uma vez, quando eu era criança ainda, nosso carro atolou. Com um pedaço de madeira, meu pai tirou e a gente seguiu viagem. Curioso, perguntei como ele tinha conseguido aquilo com uma coisa tão pequena, mover algo tão grande e pesado como um carro. Aí ele disse a frase do Arquimedes: Dei-me um ponto de apoio e uma alavanca e posso mover o mundo. Ficou isso na minha lembrança. Às vezes não é preciso muito e nem temos a pretensão de mudar o mundo. Mas podemos sim, com um pouquinho de esforço, mover e mudar o meu mundo, a minha realidade, minha volta. Todos aqui acreditam nisso e são alavancas para essa transformação, simples, mas necessária na sociedade, com mais respeito, mais inclusão e mais ocupação de espaços públicos por todos. Espero que um dia todas as cidades tenham espaços como esse e com iniciativas como essa ou melhores, que tão bem fazem de maneira tão simples”, afirma Daniel. 

    Serviço – O Ponto de Apoio é realizado no Parque Estadual do Utinga (PEUt), uma Unidade de Conservação Estadual localizada em Belém. Para conhecer mais o projeto e as bicicletas, basta acessar as redes @pontodeapoiopa.


  • Olá, Maurício

    Olá, Maurício

    Já pensou em voltar ao passado e relembrar histórias que fizeram parte da infância? A Turma da Mônica marcou e ainda marca diversas gerações de brasileiros. Essa obra que pode ser contemplada através de gibis, desenhos, filmes, livros, quadros e outras expressões, representa a trajetória do artista Maurício de Sousa.

    A exposição: Olá, Maurício retrata a caminhada desse empreendedor que virou referência mundial por tudo que construiu. Maurício parece ser uma fonte inesgotável, seu trabalho continua se renovando. Ele faz muito bem o que hoje é conhecido como Economia Criativa e consegue unir criatividade e empreendedorismo.

    Além de ter uma obra ampla e diversa o que mais chamou atenção do Eficientes é a preocupação com a inclusão. Sabendo do seu papel como formador de opinião, influente sobre um público fiel, Maurício não esqueceu as pessoas com deficiência. Entre os aproximadamente 500 personagens criados por ele, é possível encontrar representarividade PCD. Alguns exemplos disso são: Luca que é cadeirante, Dorinha que deficiência visual, Tati síndrome de Down e André com autismo.

    Além disso, ele busca falar de temas atuais, atrelando sua marca em campanhas sobre acessibilidade e respeito às diferenças. Ao chegar na exposição, recebemos uma história em quadrinhos falando e conscientizando sobre Distrofia Muscular de Duchenne.
    Vale salientar que a exposição é bastante interativa e acessível.

    Durante esses 60 anos de carreira o trabalho de Maurício levanta essas e outras bandeiras como a preocupação com a sustentabilidade. Seus personagens promovem papéis de protagonismo nesses temas, levando conhecimento, entretenimento e diversão para as pessoas. Um dado que representa a força desse trabalho são os números do portal Exame que apontam que a marca e seus licenciamentos tenham um valor de R$ 2,7 bilhões de reais, além de que, no Brasil, vendas da Turma da Mônica superam a Disney.

    Se você é fã do Maurício ou da Turma da Mônica, corre que a exposição já vai acabar!! O material fica em cartaz até o próximo domingo(15), no prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo(FIESP), localizado na Avenida Paulista, 1313. A entrada é gratuita. De terça a sábado de 10h às 22h e domingo de 10h às 20h.


  • 500 anos de Leonardo da Vinci

    500 anos de Leonardo da Vinci

    Uma das exposições mais concorridas do momento aqui em São Paulo, Os 500 anos de um Gênio (Leonardo da Vinci) justifica toda sua fama. O artista é completo e plural em suas manifestações. Além de surpreendente do ponto de vista artístico, a exposição também chama atenção pela acessibilidade. Ao chegar, logo é disponibilizada uma fila preferencial bastante organizada e rápida. Também é possível encontrar rampas de fácil acesso e piso tátil para pessoas com deficiência visual(Na fila).

    Na área interna, encontramos um catálogo em braile, além de audiodescrição na maioria das obras. Cadeiras de rodas também são disponibilizadas, mas a exposição é tão lotada que dificulta a locomoção com cadeira.(Esse ponto precisa melhorar). A mostra também se destaca pela interatividade, o público pode tocar em muitas obras pra entender seu funcionamento. A experiência realmente sai do óbvio, vale demais a visita.

    Localização: Museu da Imagem e do Som(MIS EXPERIENCE) Rua Vladimir Herzog, 75 – Água Branca. A entrada é gratuita dia de terça feira. O museu abre às 10h, mas é importante chegar com antecedência. A exposição fica em cartaz até primeiro de março de 2020.